24.

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-Isso. Eu vi se tinha outras pessoas para ligar, mas não achei que as pessoas que você salvava com números iam querer saber do seu bem estar, se me permite um palpite acho que te matariam... Todos eles... -Me apromixei mais da cama para sentar no sofá. -Carreguei seu telefone por uns dias, só que quando percebi que as únicas pessoas que queriam saber de você eram eles, deixei a bateria acabar e o escondi. -Ele deu uma risada sarcástica.

-Por que? -Bufei.

-Alguma hora você vai perguntar outra coisa sem ser isso? -Meu celular tocou e vi que era o Miguel. -Só um minuto. -Alô. -Percebi que ele me estudou de cima a baixo.

-Está bem?

-Estou. Te ligo depois.

-Fernanda, você tem certeza?

-Tenho. Te ligo depois. -Desliguei. -Tá, por que? Eu não sei, tá legal? Na verdade eu nem sei por que não liguei para a ambulância ou para a polícia na hora que eu te vi caído na rua. Então na fica me pedindo o por quê das coisas, pois eu não sei tá legal?

-Eu preferia que tivesse ligado para a polícia.

-Desculpa se eu não atendi a suas espectativas, seu mal agradecido. -Falei realmente irritada. Quem ele pensa que é? Eu na maior boa vontade e sem obrigação nenhuma cuidei dele e menti por ele. -Mas talvez você vá gostar que eu mande sua localização para qualquer um daqueles caras. -MEU DEUS, EU ACHO QUE ACABEI DE ASSINAR COM SANGUE A MINHA SENTENÇA DE MORTE.

-Você acabou de me ameaçar? -Ele me olhou nos olhos. -Depois de ter uma péssima imagem formada sobre a minha pessoa, teve coragem de me ameaçar? -Ele começou a rir e eu fiquei sem entender se ele iria me matar rápido ou devagar. -Você tem coragem, menina. Muita coragem. Admiro pessoas corajosas. -Ele estudou minha expressão. -Pelo amor, para de achar que eu vou te matar. Você me arrumou problemas muito maiores para resolver.

O médico entrou no quarto.

-Boa tarde... Como está se sentido?

-Hum... Bem. Quando eu vou poder sair daqui? -Pelo seu tom, não consegui perceber se ele queria continuar ali por mais tempo ou ir embora agora. Mas estava muito inclinada a primeira opção.

-Os exames que fizemos hoje cedo deu tudo normal, então eu vou te dar alta amanhã de manhã. Vou chamar a enfermeira para tirar o seu soro. Alguma pergunta?

-Ele pode comer algo que não seja a comida do hospital? -Por mais que ele tenha sido um arrogante, se eu tivesse em como por tanto tempo, tudo que eu iria querer é um hamburguer bem grande.

O médico riu da minha pergunta.

-Não vejo problema algum. -Quando ele viu que não tínhamos mais perguntas, saiu do quarto e a enfermeira legal entrou logo em seguida.

-Olá. -Ela sorriu. -Como está se sentindo?

-Bem. -Ele não sorriu de volta.

-Olha, sua namorada vale ouro... Vi tantos casais terminarem por causa de um estar em coma, mas ela não. Ela veio dia após dia, sempre animada e com esperança que você iria acordar. -Ele me olhou com um olhar que eu não entendi e dei um sorriso torto envergonhada.

-É... Ela vale mesmo. -Ela terminou de tirar o soro dele.

-Desculpa, eu esqueci de perguntar ontem, qual seu nome?

-Angel. -Ela sorriu. Que mulher sorridente.

-Prazer, Angel.

-Igualmente. -Ela saiu do quarto e eu voltei a ficar sozinha com o Zack.

-Todo dia, é? -Ele perguntou escondendo um sorriso.

-Quase. -Falei em minha defesa. -Vou comprar algo para você comer. O que quer?

-O maior hamburguer que você achar. -Dei uma risada, pois vi que sua vontade era exatamente igual a minha.

-Volto em um instante.

Um estranho em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora