Cap. 27

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Eles foram embora e eu fiquei com a Gabi.

Arthur: Que história é essa de bebê hein?

Gabriella: Ai mor, você viu que fofinha?

Arthur: Cancela!

Gabriella: Vamos tentar mor? Por favor? - ri e balancei a cabeça negando e ela bufou.

Arthur: Tá doida, só pode! - almoçamos de boa. A Karina estava com a cara fechada, isso me irrita pra porra, não deu nenhuma palavra com a mãe dela, a Gabi tava chateada com isso. Karina tá sem freio mesmo, sou apegada nela, mas se tem coisa que eu não faço é passar por cima da palavra de mãe nem fudendo, respeito até o último, mesmo que ela esteja errada, treta delas é delas, não se meto e nem opino em nada. E comigo é a mesma coisa, Gabriella não se mete e nem descumpre, treta minha com a Karina é minha e dela!

Fumei mais um baseado, depois dei uma volta na favela com o Leandrinho, troquei ideia com o Juninho, e os vermes que foram safados, próximo acerto é comigo e poucas. Os vermes ligaram, e não quiseram acerto, falaram que não tinha como, porque depois que o Dennis foi pra 101 DP não puderam fazer nada, e já foi pro cdp. Minha raiva aumentou no máximo, já liguei em um advogado que já tinha ganhado umas causas do meu tráfico, já passei os dados do Dennis, ele ia entrar com o pedido. Ele falo que ia se informar em qual presídio que o Dennis tava e cela, essas coisas.

Conversei com a mulher dele, que chorou pra caralho mesmo. A Gabriella, deu uma atenção pra ela e ela ficou mais calma, a Gabriella babando na neném dela, fomos pra casa, tomei um banho, comi e deitei.

Karina narrando

Hoje era segunda feira, Carnaval já tinha acabado, ainda estou de castigo. Festa agora só o chá de bebê da minha tiave que festa, fiquei brava mesmo.

Coloquei minha calça de cintura alta clara, minha blusa da escola e meu mizuno, passei perfume, chapinha. Peguei minhas coisas e sai, já tinha escovado os dentes mesmo. Sai de casa, mais cedo que o normal. Fui andando, tava um calor imenso já. Quando tava perto da casa do Guilherme, senti um carro preto me seguindo, nem dei bola. Deve ser algum vapor do meu pai, do nada o carro para e desce um cara de dentro e me encara, tento andar o mais rápido possível, até que ele me alcança e coloca um pano no meu rosto, apaguei.

Acordei em casa, fiquei desesperada. Comecei a gritar e a berrar, não aparecia ninguém. Eu estava com as mãos pressas. Até que apareceu um rapaz, todo bravao, com a cara fechada, mas era lindo, até demais. Aparentava uns 30 anos, mais bem conservado.

X: A princesa acordou? - ele se abaixou na minha frente.

Karina: O que você quer comigo? Me solta, meu pai vai te matar.

X: Calma Karina.

Karina: Como sabe meu nome?

X: Quem não te conhece naquela favela né? A mais comentada.

Karina: Cala a boca! E quem é você?

X: Gostei tanto de você que vou falar quem eu sou. Prazer JP - claro, lembrei o que ele tanto queria comigo, o pior inimigo do meu pai, foi aí que me desesperei de verdade. - O pior pesadelo do seu pai.

Karina: Você é um monstro.

JP: Xiu gatinha. - ele pegou meu queixo - Gatinha não, uma onça e brava. - ele gargalhou e me deu um selinho. - Sempre te achei espetacular sabia?

Karina: Para, não me toca seu lixo! Porque ta fazendo isso comigo?

JP: Por que sim, deu vontade e eu não passo vontade em NADA entendeu? - ele passou a mão em meu rosto.

Karina: Você sabe que meu pai vai vim atrás de você né?

JP: Duvido muito ele nos achar, estamos bem longe daquela favela dele.

Karina: Favela que você queria não é mesmo JP?

JP: João Paulo pra você garota! - ele apertou meu rosto forte, doeu meu maxilar.

Karina: Falo como quiser! - ele deu um tapa em meu rosto, que ardeu e muito.

JP: Se comporta vai gatinha, por favor! - ele puxou meu cabelo e invadiu minha boca, sua boca era macia, bem macia. Logo me toquei e empurrei ele, ele me deu outro tapa e se levantou.

Karina: Seu imundo, me tira daqui João Paulo! Seu desgraçado, você não pode me deixar aqui pra sempre, seu lixo! Meu pai e os vapor vão te achar até no inferno, desgraçado! - ele me trancou novamente. Comecei a chorar desesperada, queria minha mãe, meu pai, minha casa.

Procurei meu celular na minha calça e não achei, procurei na minha bolsa da escola e também não achei. Aí que fiquei mais desesperada. Chorei a manhã toda, já estava até sem forças, minha cabeça doía, minha garganta mais ainda. Essas horas meus pais estão em desespero.

Pelo menos onde eu tava, era tudo limpinho, simples, mas conservado, chorei tanto que acabei pegando no sono.

Daqui pra frente vai ser tudo diferente {M}Onde histórias criam vida. Descubra agora