Cap. 28

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Cada minuto era uma hora e cada hora era um dia. Parece que o tempo tinha parado, já tinha dormido e acordado várias vezes, chorei tanto que nem lagrimas tinha mais. Meu raiva? Essa sim só aumentava! Vontade de matar o JP. Fiquei pensando em tudo, até nas broncas que minha mãe me dava por eu me achar demais. Depois de uns quinze minutos a porta se abriu e a luz se acendeu. Olhei rapidamente e era o JP.

Karina: Me tira daqui! - encarei ele.

JP: Juro que queria, mas minha sede de vingança não deixa Karina. - ele sentou do meu lado.

Karina: Pra que esse ódio?

JP: Garota, tenho mais o que fazer do que render assunto contigo.

Karina: To com fome. - meu estomago até doía.

JP: Sua sorte é que tem um Mc aqui do lado. - ele me deu um saco com lanche e um suco de uva.

Karina: Tem veneno nessa porra não né?

JP: Ou tu come ou fica com fome! - ele puxou o saco da minha mão.

Karina: Me dá! - peguei e comecei a comer, minha fome tava grande demais, comi rapinho.

JP: Tava com fome em linda! - ele me olhou, sorri de lado e ele passou a mão em meu rosto, mas logo me esquivei. Ele saiu, joguei as coisas no chão e me deitei, comecei a chorar, chorar com saudade de tudo. Acabei dormindo.

Acordei com alguém em cima de mim me beijando, até achei que era o Guilherme e que aconteceu ontem não passava de um pesadelo horrível. Abri os olhos e vi que era o JP. Empurrei ele com tudo.

Karina: você é mais imundo do que eu pensei! Não me toca!!

JP: Qual foi princesinha?

Karina: Você é um monstro, um nojento. - cuspi na cara dele, senti um arder no meu rosto, e eu já comecei a chorar.

JP: Calada pô, te trato bem! - ele tentou me beijar.

Karina: Já disse pra não me tocar João Paulo!

JP: Para de gritar caralho! - ele me deu outro tapa - Você é chata pra porra, se loco!

Karina: Então me solta, não aguento mais esse inferno! - Comecei a chorar, e ele saiu. Fiquei berrando por ele, e ele nem aí. Cadê meu pai que ainda não aparaceu? Os vapores, nenhum contato, nenhuma noticia, será que ele sabe o que aconteceu comigo? Quem me sequestrou? Eu estava agoniada, eu só podia dormir, orar e esperar. Chorei mais horrores e dormi.

Três dias se passaram, nesse tempo eu mal comia, JP me batia horrores e ainda tentava transar comigo, quando não conseguia me batia e batia muito. Ele não deixava eu falar com meus pais, e nem me falava se tinham contato com eles. Estava até achando que meu pai tinha me abandonado. Não conseguia mais chorar, minha raiva só aumentava, eu estava resoltava, já tinha quebrado o quarto todo, o espelho e tinha até me cortado. O João Paulo fazia eu escrever mensagens para meus pais, falando que eu estava bem e muito feliz com quem eu escolhi, aquilo era dolorido demais, parecia uma facada, imagino a dor da minha mãe. E o JP tinha me mudado de casa, e parecia ser bem mais distante que a outra.

Duas horas depois...

Eu estava largada na cama, até ouvir vários barulhos de tiro e gritarias. Me apavorei ainda mais, não sabia o que tava rolando por ali e muito menos onde eu estava pra ter esses tiros todos. De repente a porta do quarto onde eu estava, eu comecei a chorar e a rezar.

Karina: Não faz nada comigo JP, não me mata, por favor, por favor. - comecei a chorar, não queria olhar o que estava acontecendo. Senti a pessoa me pegando rapidamente no colo, eu conhecia aquele cheiro de algum lugar. Saíram correndo comigo no colo, aquele tiroteiro não parava nunca, tinha vários corpos jogados e muito sangue. Me colocaram dentro de um carro, quando olhei era o Gordo, comecei a chorar mais ainda e abracei ele com tudo.

Gordo: Calma Karina, tu ta bem porra! - ele me deu um beijo no rosto - Meu você ta machucada, tá com alguma dor? - aceno que não com a cabeça. Depois entrou mais duas pessoas no carro.

X: Acelera pra favela logo, porra!!! - olhei e era meu pai.

Karina: Pai!!! - abracei ele com tudo.

Arthur: Meu amor, que medo tive de te perder. - ele me abraçou forte.

Karina: Pensei que tinha me abandonado.

Arthur: Jamais Karina, não fala isso não. O arrombado soube te esconder bem.

Karina: Fiquei com tanto medo de morrer pai. - disse chorando.

Arthur: Já era meu amor, JP não ta mais aqui não. Ele sofreu o que tinha pra sofrer já, subiu.

Gordo: Matou ele mesmo?

Arthur: Não ia perder a oportunidade. - o gordo dirigiu quase a mil por hora. Chegamos em casa, desci com meu pai me levando no colo. Entrei e minha mãe tava na sala com minha tia. Abracei minha mãe com tudo.

Karina: Me perdoa mãe, juro que vou andar na linha. - minha mãe chorava muito, e eu comecei a chorar. - Eu juro mãe, tive tanto medo de perder a senhora. Foi horrível esses dias, aquele mostro mãe. - eu estava soluçando. - Ele queria me estrupar mãe, ele me bateu tanto, tanto mãe.

Gabriella: Te amo tanto meu amor, também morri de medo de te perder. Tá tudo bem minha linda! - ela passou a mão no meu rosto e deu um beijo na minha testa.

Arthur: ELE QUERIA O QUE!? - meu pai berrou.

Alice: Calma Arthur.

Arthur: Calma uma porra, ele queria o que?

Karina: Me estrupar pai.

Arthur: Verme do caralho, ainda bem que já subiu, maldito dos infernos. - ele quebrou uma garrafa de uísque na parede. Dei um abraço na minha tia e subi.

Tomei um banho, desci comi. Minha mãe me deu uns remédios, pra dor, pra hematomas, pílulas do dia seguinte. Tomei um calmante e peguei no sono. Acordei com a Barbara e com o Guilherme, olhei pra eles e sorri fraco.

Guilherme: Minha princesa. - dei um beijo nele cheio de saudade. Abracei ele.

Barbara: A amiga aqui é a última opção né? Entendi. - eu e o Gui rimos, dei um abraço nela.

Karina: Que saudade de você feios!

Guilherme: Assusta mais não morena.

Barbara: É, acha que tem graça brincar de esconde esconde. - rimos demais.

Guilherme: Ela ganhou nessa brincadeira, sabe nem brincar, rouba pra caralho - rimos mais ainda.

Karina: Ta gente, não quero mais brincar de esconde esconde. - rimos e deitei no ombro do Gui

Daqui pra frente vai ser tudo diferente {M}Onde histórias criam vida. Descubra agora