CAPÍTULO 3

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Azriel estava sobrevoando o castelo que tinha pertencido a Bryallyn, antes que Nestha a dissolvesse em pó. Mais de dois meses tinham se passado desde aquilo e nada havia acontecido e desde então nada, nenhum movimento das outras, nenhuma informação sobre o Koschie. Aquilo o deixava irritado, a falta de movimento que na verdade era só uma forma de deixá-los confusos. E tinha o fato de que ele não conseguia atravessar as barreiras dos castelos, de nenhum deles, as proteções tinham se fortificado e o que já era difícil de se contornar, se tornou impossível.

Ele suspirou. Estava falhando miseravelmente no seu trabalho. Que ótimo.

O Illyriano pousou em um lugar seguro, longe o suficiente para que ninguém o visse mas não o bastante para ter sua visão limitada. Um dos pontos cegos, aquela altura já tinha mapeado todos da região, seria burrice se manter em um lugar só.

Azriel ordenou que as sombras tentassem encontrar um brecha entre as proteções, qualquer coisa que pudesse usar ao seu favor. Tinha passado o dia inteiro fazendo aquilo, o que tinha resultado em uma dor de cabeça terrível, era uma das desvantagens de seu dom, se esforçar demais resultava em enxaquecas, a exaustão de suas sombras passava para ele. Porque elas eram uma parte dele, sim, mas também eram outra coisa, algo vivo.

No início ela tinha temido aquilo, aqueles fiapos de escuridão sussurrantes, mas no fim fora o que o havia salvado, talvez a única coisa que realmente pertencesse apenas a ele e que tinha estado ao seu lado mesmo quando não as queria. Az afastou os pensamentos, não era hora para sentimentalismo.

Ao seu comando as sombras forçaram as proteções mágicas, fazendo uma pontada aguda surgir em sua cabeça, forte o suficiente para fazer sua cabeça girar e sua visão ficar embaçada. Ele fechou os olhos por um segundo, se recuperando.

Inútil. Aquela merda estava sendo inútil.

Az sabia daquilo e já tinha dito um milhão de vezes, deveria estar espionando os outros castelos, calculando os movimentos das rainhas restantes, mas tanto Rhys quanto Feyre acharam perigoso demais, disseram que elas estariam ainda mais cuidadosas e que o mais prudente seria procurar pistas no castelo de Braylin.

O Illyriano bufou, como se não soubesse que seria arriscado, mas era melhor correr o risco e obter informações válidas do que perder tempo e consequentemente acabar perdendo a guerra que provavelmente viria.

O mestre espião soltou outro suspiro e observou a fortaleza, não havia mais nada para ele ali, pelo menos não por enquanto. Não tinha sentido continuar, então ele voltaria para Velaris e daria a Rhys mais um relatório igual aos anteriores. Não, não havia nenhum movimento. Não, não tinha encontrado nenhuma brecha nas proteções. Sim, o lugar parecia estar completamente abandonado. Não, nada havia mudado.

Uma maravilha.

Azriel deu uma última olhada no lugar e apagou seus rastros, por segurança. E atravessou para a Casa do Rio. Demorou um pouco mais que alguns segundos, nunca era tão rápido quando se tratava de distâncias longas, logicamente, e suas sombras também estavam cansadas, ele estava e a dor infernal na sua cabeça não ajudava.

O sol estava se pondo, os últimos raios iluminando o Sidra, quando ele pisou no gramado na frente da casa de seu irmão. Azriel entrou e foi recebido pelo choro estridente do pequenino Nyx, Feyre o balançou nos braços, murmurando alguma canção de ninar. Ele foi até onde estavam.

— Olá, Az.

— Oi.

Nyx berrou mais alto, Feyre fechou os olhos e Az olhou para o menino e disse:

— Oi para você também, rapazinho.

A Grã-senhora riu, ela parecia estar exausta, mas tão feliz que as olheiras se tornavam insignificantes. Seu sobrinho continuou com o choro, era impressionante a capacidade de uma coisinha tão pequena poder gritar tão alto.

𝐶𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎𝑠 𝑀𝑒𝑙𝑜́𝑑𝑖𝑐𝑎𝑠Onde histórias criam vida. Descubra agora