Treze minutos depois, o Illyriano já estava parado próximo a uma das janelas da Casa do Vento, que por um milagre estava vazia. Só que "parado" não era bem a palavra certa, já que estava caminhando de um lado para o outro. Não sabia ao certo o porquê, mas estava nervoso. Ele respirou fundo, não fazia nenhum sentido estar nervoso, era loucura.
Az aproveitou o tempo que a esperava, para se trocar e pensar onde a levaria, não tinha nada planejado, que bom para ele que a cidade era encantadora em quase todos os lugares. Mas teria que escolher bem, aquilo era importante para ela.
Ele já tinha pensado naquilo a um tempo, gostaria de ter a convidado para ir antes, então quando ela perguntou sobre a cidade, quando ele ouviu o tom da voz, a vontade de ir e o receio ainda ali, não havia outra coisa a fazer. Se Gwyn precisava de alguém ao seu lado para poder ir lá embaixo, ele seria essa pessoa.
Azriel se virou ao ouvir os passos se aproximando e qualquer pensamento sumiu de sua mente, porque ali estava Gwyn, vestindo um suéter cor de creme e calças que faziam jus a cada curva de seu corpo. Deuses o ajudassem. Ela tinha arrumado a traça e agora os cabelos cor de cobre estavam trançados daquela forma que ele sabia que ela adorava.
O encantador de sombras sabia que estava a escrutinando de cima a baixo, mas não conseguia evitar. Nem desviar os olhos dela, principalmente quando eles encontraram os dela, brilhando com animação e um sorriso sutil e um pouco ansioso nos lábios.
E pelo o que parecia a milésima vez, Azriel se deu conta de como Gwyn era linda.
Gwyn se remexeu um pouco, o olhar de Az causando um arrepio de passeou por todo seu corpo e não de uma forma ruim. E Deuses... Az já era bonito demais normalmente, mas vestido daquela forma, com uma camisa preta e calças que abraçavam as pernas musculosas... Ela engoliu seco e se aproximou, dizendo:
— Quinze minutos.
Az a percorreu centímetro por centímetros com os olhos, mas retrucou:
— Na verdade foram dezesseis.
A ruiva fez que não e se aproximou um pouco mais, tendo que jogar a cabeça um pouco para trás para o encarar, sempre esquecia que ele ainda era uns bons vinte centímetros mais alto.
— Foram quinze, você é quem contou errado.
— É claro...
Gwyn não disse mais nada, apenas desviou a atenção para as milhares de luzes lá embaixo, nem tinha percebido que estava roendo a unha do polegar até que Azriel perguntou:
— Nervosa?
Ela assentiu e abriu um sorriso um pouco sem graça.
— Um pouco.
Os dois ficaram em silêncio. O coração dela batendo em ritmo acelerado e não era só por causa do que estava prestes a fazer. Acontece que ter Azriel perto daquela forma ainda fazia seu coração bater mais rápido e ela tinha a impressão de que aquilo nunca iria mudar.
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𝐶𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎𝑠 𝑀𝑒𝑙𝑜́𝑑𝑖𝑐𝑎𝑠
FanfictionSorrir não é o mesmo que estar bem. Não falar não significa não ter nada a dizer. Azriel sempre guardou para si tudo o que sentia. Suas cicatrizes são muito mais profundas que aquelas em suas mãos, seu passado ainda paira sobre ele como um fantasma...