CAPÍTULO 61

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A respiração dela finalmente tinha voltado ao normal, mas seu corpo ainda se recusava a fazer isso. Gwyn realmente não fazia ideia de como faria para se levantar dali, Azriel estava quase completamente imóvel junto a ela, apenas os dedos fazendo carinho em seu rosto. E ele parecia mais que satisfeito em permanecer como estava.

Az passou dedo indicador passou por sua bochecha de novo e ela abriu os olhos e virou o rosto, se afastando um pouco para poder o olhar, ou pelo menos tentou fazer isso porque Az a segurou com um pouco mais de firmeza e disse, franzindo o cenho:

— Fique quieta.

— O que está fazendo?

O Illyriano resmungou quando ela se mexeu mais, conseguindo se afastar minimamente dessa vez.

— Contando suas sardas.

A ruiva riu, mas Az não e só a levou para cima dele, o rosto quase sério daquele jeito que ficava quando estava concentrado.

— Você realmente está fazendo isso?

O encantador de sombras a encarou, como se não pudesse entender o porquê da descrença.

— Estou tentando, mas você não está facilitando as coisas — disse e voltou a traçar o dedo por seu rosto.

Ela balançou a cabeça, prendendo um sorriso e ele resmungou mais uma vez.

— Gwyneth Berdara, fique quieta.

— Azriel, isso é inútil.

Os olhos voltaram para os seus.

— Por que?

— Porque você não vai conseguir contar todas as minhas sardas, é impossível.

— Não seria se você parasse quieta e não me fizesse perder a conta.

A sacerdotisa revirou os olhos, do jeito que era teimoso iria ficar naquilo por horas até perceber que ela tinha razão — como sempre — só que não tinha algumas horas para ficar ali, por mais que quisesse... Então, disse se afastando:

— É impossível e...

Nem teve tempo de terminar, porque o mestre espião girou o corpo de ambos e agora estava em cima dela, foi instintivo juntar as mãos atrás da nuca dele.

— Pela Mãe, por que você tem que ser tão teimosa?

Ela ergueu as sobrancelhas.

— Eu? Eu estou sendo teimosa?

— Está. Só pedi para que ficasse parada mas é claro que está teimando em se mexer de um lado para o outro.

— Diz a pessoa que está tentando inútilmente contar minhas sardas mesmo eu dizendo que isso não é possível. Quem está sendo teimoso?

— Primeiro, não é inútil — ele deu um beijo na ponta do seu nariz — é extremamente necessário.

— Ah é? Extremamente necessário?

— Humrum. — os lábios se uniram aos seus algumas vezes. Az sabia ser bem convincente — E segundo, não seria impossível se você ficasse parada.

Gwyn riu.

— Acha mesmo que vou ficar quieta até que você conte cada sarda do meu rosto?

— Do seu corpo — ele corrigiu, o olhar descendo por sua pele fazendo com que um leve rubor se espalhasse por ela.

A ruiva tentou ignorar a sensação e repetiu:

— Isso é impossível.

— Está duvidando de mim?

𝐶𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎𝑠 𝑀𝑒𝑙𝑜́𝑑𝑖𝑐𝑎𝑠Onde histórias criam vida. Descubra agora