Azriel estava voando em direção a casa do rio, onde todos já deveriam estar. Depois de mais uma tarde inteira de muito nada, observando os castelos das terras mortais, ele voltou para a Casa do Vento, tomou um banho, se acalmou o máximo que podia e estava indo para o jantar.
Mais cedo tinha visto seus amigos, sua família, rindo e provocando um ou outro e se perguntou por quanto tempo aquilo duraria, se não estivessem prontos para o que estivesse por vir, se ele falhasse em seu trabalho, o risco que estariam correndo. Só as Rainhas mortais seriam uma dor de cabeça, mas com o Koschier e o filho da puta de Beron aliados a elas... As coisas irão complicar. Sem falar no resto do exército de Hyrben.
Graças aos Deuses, Mor estava trazendo boas notícias de Vallahan — pelo o pouco que tinha lhe dito depois do treino, eram boas — Cassian traria notícias dos batalhões de Illyrianos, eles seriam cruciais de novo, mesmo que na maior parte do tempo fossem um bando desgraçados, serviam para alguma coisa.
Seu irmão teria lhe dado um sermão de uma hora se o ouvisse o pensamento e Azriel entendia o amor que Cassian sentia pelo seu povo, por mais desprezíveis que fossem e depois de tudo o que tinham feito a ele, mas Az não conseguia — simplesmente, não conseguia — sentir o mesmo.
Ele pousou na frente da casa e o som das vozes o alçaram assim que colocou os pés dentro do saguão, um instante depois a gargalhada de Cassian também. Ele entrou e encontrou todos na grande sala de estar.
— Ahh finalmente, a margarida chegou — disse Cass.
Azriel revirou os olhos.
— Boa noite.
— Tão educado essa noite, irmão.
O encantador de sombras olhou para Nestha.
— É impressão minha ou ele está mais irritante que o normal?
— Quatro taças de vinho da Adega Especial de Rhysand e olhe só.
Os outros na sala riram, Cassian fez uma careta e resmungou:
— Não estou bêbado.
Mor disse, movendo a própria taça na mão:
— Acho que "animadinho" é uma palavra melhor.
Rhys pediu a Feyre:
— Me lembre de só deixar as crianças tocarem no vinho depois do jantar e das reuniões.
A Grã-senhora riu.
— Anotado.
Amren, sentada em uma poltrona que tinha quase o dobro de seu tamanho disse:
— Falando em jantar, quando vamos comer?
Varian que ao lado dela, a cutucou — Az não sabia o que achava mais bizarro: o fato de Amren comer comida de verdade agora ou o dela ter se apaixonado pelo príncipe da Estival — a fêmea apenas deu de ombros e resmungou:
— Estou com fome.
Nes apertou os lábios, para não rir. Cassian quase berrou:
— Alimentem o dragão! Não queremos que ela fique mais mal humorada.
Mor rugiu uma gargalhada, Cass a acompanhou. Rhys e Feyre fizeram o máximo possível para evitar, mas acabaram rindo. Ele e Nestha se esforçaram mais um pouco e conseguiram prender a gargalhada. Varian, provando que tinha um alto controle incrível, não riu e Amren praticamente os fuzilou com o olhar.
Rhysand limpou a garganta e disse:
— Para a mesa de jantar, então.
Eles o seguiram e quando chegaram à sala de jantar, encontraram Elain terminando de arrumá-la, Nuala estava ao lado dela. A meio-espectro fez um gesto para ele, o cumprimentando e o mestre espião acenou de volta. Ela e a irmã eram ótimas espiãs e mesmo que preferissem trabalhar na Casa e ficar dentro do território da Corte, elas não se opunham a ajudar quando ele precisava.
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𝐶𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎𝑠 𝑀𝑒𝑙𝑜́𝑑𝑖𝑐𝑎𝑠
FanfictionSorrir não é o mesmo que estar bem. Não falar não significa não ter nada a dizer. Azriel sempre guardou para si tudo o que sentia. Suas cicatrizes são muito mais profundas que aquelas em suas mãos, seu passado ainda paira sobre ele como um fantasma...