CAPÍTULO 58

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Gwyn realmente não fazia a mínima ideia de como, mas de algum jeito, entre o fim do treino e a caminhada pelo corredor que levava a seu quarto, a boca de Azriel tinha acabado junto a sua, mãos dele haviam ido para na sua cintura e as dela nas mechas escuras.

Não que aquilo fosse um problema.

Haviam passado as últimas cinco horas — cinco horas torturantes — olhando de esguelha para ele, tentando com todas as suas forças se concentrar em manejar as lâminas, nos exercícios e no combate, mas era muito difícil. Principalmente quando pouco menos de uma hora atrás o Illyriano tinha parado ao lado dela, a mão sorrateiramente descendo pela linha da coluna. Foi o suficiente para que o que restava do seu foco evaporasse. Só os Deuses sabiam como ela tinha conseguido concluir o treinamento.

A verdade é que a única motivação para ter continuado era saber que quanto mais rápido terminasse, mais rápido poderia deixar aquela sensação enlouquecedora a tomar de dentro para fora. Deixar que Az a fizesse parar de pensar. Deixar que ele a tomasse por inteiro e satisfizesse e acalmasse o desejo quase irracional que fazia com que não pudesse pensar em nada além dele e que fervia seu sangue.

E era exatamente o que ele estava fazendo. Menos a parte de acalmar. Estava acontecendo exatamente o contrário. Pela Mãe, aquilo não deveria ser normal, a necessidade que parecia ser inesgotável, não podia ser normal.

Ela desgrudou os lábios do dele para poder respirar, ou tentar, nesse meio tempo as mãos subiram e desceram por suas costas e se fechando em volta da sua cintura novamente quando ele a girou, os colocando em movimento, seus pés se atrapalharam e o único motivo por não ter perdido o equilíbrio de vez foi ele a segurando.

Azriel riu contra seus lábios e Gwyn revirou os olhos, só que depois ficou em dúvida se foi por causa da risada dele ou porque Az desviou a atenção para seu pescoço, a língua lambendo a lateral antes que seus dentes se fechassem sobre a pele, a mordida fazendo um arrepio a percorrer de cima a baixo.

Certo... era pelo segundo motivo.

O Illyriano continuou fazendo aquilo, só que a cada toque ele descia um pouco mais. Quando ele chegou a base do pescoço, sua cabeça pendeu para trás, um gemido escapando.

Com. Toda. Certeza. O segundo motivo.

Az continuou fazendo com que fosse para trás e ela só entendeu o porquê quando caiu sentada na cama, sequer tinha notado que tinha entrado no quarto, nem sabia como tinha chegado ali, e sinceramente não importava. Suas mãos se apoiaram no colchão, buscando um ponto de apoio e no segundo seguinte as dele estavam sobre elas.

As palmas das dele sobre os dorsos das suas, os dedos dele entrando no espaço entre os seus, basicamente a prendendo ali, entre seus braços, com o corpo enorme à frente do seu.

A boca desceu mais e mais até que o tecido da blusa interrompesse o contato direto com a pele. Mas em vez de a tirar, Azriel se afastou, a ruiva abriu os olhos e encarou o encantador de sombras quando um sorriso, que quase a fez se derreter de vez, surgiu no rosto dele.

Gwyn teve que se lembrar de como respirar quando as mãos dele soltaram as suas, quando Az se ajoelhou a sua frente, quando as mãos dele se ocuparam em soltar o cadarço das suas botas e as tirar, uma de cada vez, com uma concentração excessiva, uma lentidão desnecessária e com precisão o suficiente para que ela se lembrasse o que aquelas mãos e dedos eram capazes de fazer.

As mãos subiram de volta deixando o rastro de calor e um leve choque por sua pele mesmo com o tecido ainda ali, a respiração falhou quando chegaram aos botões da calça, ele parou e a encarando perguntou:

— Posso?

Ela puxou a respiração, ao tentar acalmar o coração acelerado assim como tentava conter ao menos um pouco todas aquelas sensações, mesmo que fosse bem difícil já que Azriel estava ajoelhado à sua frente, pedindo permissão para a deixar nua.

𝐶𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎𝑠 𝑀𝑒𝑙𝑜́𝑑𝑖𝑐𝑎𝑠Onde histórias criam vida. Descubra agora