CAPÍTULO 63

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Azriel não conseguia acreditar no quão perto de dá tudo errado as coisas tinham chegado. Ele deu sorte, muita sorte ao conseguir sair de Hyrben a tempo.

Toda aquela comoção, havia sido por causa da chegada de uma guarda, um grupo de alguns soldados, vindos do continente, eles tinham encontrado alguns dos restos do barco que Azriel tinha interceptado. Algo que deveria ser confidencial e como ele previa, não acreditaram nem por um segundo que foi o acidente que parecia ser. Então, ou havia traidores entre eles ou alguém infiltrado ali ou os cercando.

Os soldados tinham recebido a ordem para fechar cada portão e selar a fortaleza e por muito pouco, Azriel não tinha ficado preso ali. Graças aos Deuses, tinha conseguido atravessar a tempo, Daken também. E, apesar da saída apressada, eles não tinham deixado rastros. Sombras não deixavam rastros.

Só que a partir disso, eles tiveram de desfazer todos qualquer sinal deles nos arredores ao mesmo tempo que despistavam dos cães e soldados fazendo a varredura por toda a ilha, o que o atrasou um dia inteiro. Então, havia as informações que ele precisava analisar. Sem falar que tinha que ir até Scythia, se havia outro navio de Hyrben em alto mar e eles não tinham visto, se aqueles feéricos tinham mesmo entrado em contato direto com os Reinos humanos, ele tinha que saber.

Mas os encantamentos da Fortaleza pareciam estar mais reforçados, com certeza, por causa do que aconteceu com a embarcação que deveria ter chegado até lá e agora não passava de pedaços em alto mar. Então, levou quatro malditos dias para que conseguisse descobrir que nenhum feérico havia entrado nas terras humanas. O que era ruim, muito ruim, porque significava que estavam em contato com outros.

Az mandou que alguns dos seus espiões verificassem a Outonal, buscassem saber se alguém saíra ou entrara na Corte. Não dava para arriscar buscar informação com Eris, porque para isso teria que ir até Cass e depois dar um jeito de entrar em contato com o desgraçado e um sumiço repentino de Eris, logo depois uma visita daquelas, poderia levantar suspeitas. Sem falar que levaria mais tempo, em vez de um dia a mais, levaria quatro, no mínimo.

Além do mais, não havia sido Beron quem aquela guarda tinha visitado, o que mais uma vez confirmava as suspeitas de Az. Tinham buscado a aliança de algum Reino feérico. Tinha mesmo como piorar? Agora, ele precisava saber qual Reino. Onde diabos Yanka tinha se metido? Ela deveria ter lhe dado a informação. Mas que inferno.

Azriel respirou fundo, fechando os olhos e passando as mãos pelos cabelos. No total, faziam seis dias, seis dias que não voltava para casa. Ele sabia que provavelmente tinha deixado sua família preocupada, que Rhys estaria pensando em todos os cenários possíveis e que se levasse mais alguns dias eles o dariam como morto.

O mestre espião tinha planejado voltar antes, mas as coisas foram acontecendo e acontecendo e quando viu, os dias já tinham passado, mas estava exausto e irritado e frustrado e preocupado. E estava quase apagando, se muito, tinha conseguido dormir por sete horas nos últimos dias. Ele só queria voltar para casa. Queria voltar para casa e abraçar Gwyn. Deuses, como queria fazer isso.

Az puxou a respiração de novo e deixou que sua mente buscasse a imagem de Gwyn, respirou fundo mais uma vez e se lembrou do cheiro dela. Isso fez com que aquela coisa sem seu peito se aquietasse um pouco. Estava quase mais calmo quando a voz soou, mais perto do que ele esperava:

— Cansado, mestre espião?

O Illyriano deixou que a mão caísse ao lado do corpo, abrindo os olhos.

— Onde você tinha se metido?

Azriel não deixou transparecer a leve surpresa que teve ao ouvir o próprio tom, mais frio e mais irritado do que pretendia. Yanka levantou as mãos.

𝐶𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎𝑠 𝑀𝑒𝑙𝑜́𝑑𝑖𝑐𝑎𝑠Onde histórias criam vida. Descubra agora