CAPÍTULO 75

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Gwyn ficou olhando para flecha, o corpo de Azriel ainda formando uma barreira sobre o seu, as sombras os envolvendo. E... Alguma coisa na sua mente disse que só precisaria de um segundo, só mais um segundo e haveria uma flecha atravessada entre eles. Em Az. Foi puro instinto que fez seu corpo travar ainda mais.

— Gwyn, escute — ele disse baixo, e só então ela entendeu que estavam escondidos pelas sombras — Há treze soldados aqui, soldados feéricos, armados, e três humanos, com arcos e flechas de freixo. Preciso que diga isso a Rhys e Cass, vou levar você e...

— Não — o segurou um pouco mais — Não vou deixar você voltar sozinho.

— Tem que sair daqui...

— Não, esqueceu que sou tão guerreira quanto você? Se eu for, você vai ficar mais venerável, estamos em desvantagem de número e terreno, se atravessar agora eles vão saber, podem aproveitar o tempo para cerca o terreno ou para sumir. Não faz sentido nenhum eu ir agora.

Poderia jurar que ele havia feito uma prece aos Deuses, sabia que estava certa e estava parecendo ter um pouco de dificuldade para lidar com o fato, mas depois começou a falar de novo:

— São treze, podemos lidar com isso — Gwyn assentiu, engolindo em seco e deixou que aquela calma treinada se espalhasse por seu corpo — Estão entre as árvores do outro lado da clareia.

— Certo, os arqueiros primeiro...

Sua fala foi interrompida pelo som quase inaudível de passos ágeis, bom, ao que parecia não estavam mais entre as árvores. O cheiro dos soldados começou a ficar mais forte, assim como o som das movimentações. Azriel ficou completamente imóvel e quando ela ergueu lentamente o rosto para ele não havia nada além de uma calma letal.

A pressão dos braços dele ao seu redor aumentou, foi o único aviso antes que sentisse as sombras se intensificarem e o mundo se moveu sobre eles, um piscar depois estava atrás de outra árvore, mais distante para que pudesse falar, as sombras podiam esconder e apagar o cheiro, mas não encobrir o som.

Naquela posição, podia ver o grupo, contou dez, então os humanos estavam com os arcos ainda escondidos. Os outros guerreiros olharam ao redor, procurando a nova direção, tinham sentido a mudança, sabia que tinham atravessado. O grupo se dividiu e começou a cerca a área. Logo, logo, chegariam muito perto de novo.

— Arqueiros entre as árvores a oeste, mas não vá para lá, não sabemos se tem feitiços ali — ela assentiu — Escute, vou atravessar e deixar com os que estão indo para o sul, fico com o resto.

— O resto está perto demais da área com os arqueiros.

O mestre espião assentiu.

— Eu sei.

— Azriel...

— Eu posso conjurar um escudo com meus sifões, você não pode — uma sensação ruim surgiu em seu peito, mas... Ele tinha razão. O Illyriano segurou seu rosto e disse, deixando um beijo em sua testa: — Por favor, tenha cuidado.

Ela apenas assentiu algumas vezes, segurando as mãos dele com força, porque aquela coisa pesando sobre seu coração não a permitiu dizer mais nada. Azriel deve ter visto a apreensão em seu rosto porque disse:

— Acabe com eles, Gwynie.

A Valquíria deixou um sorriso curvar seus lábios e falou:

— Vamos apostar quem vai acabar com eles mais rápido.

O encantador de sombras riu baixo, mesmo que pudesse sentir a tensão crescente nele.

— Apostado.

Foi a última coisa que falou antes as sombras os cercar de novo, seu corpo e mente ligaram o modo instintivo, suas mãos buscaram o cabo da espada e antes menos que estivesse fora das sombras ergueu a lâmina, a mão de Az apertou a sua uma última vez antes de a soltar e desaparecer.

𝐶𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎𝑠 𝑀𝑒𝑙𝑜́𝑑𝑖𝑐𝑎𝑠Onde histórias criam vida. Descubra agora