CAPÍTULO 40

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Ele deveria estar pagando por algum pecado horrível. Ou simplesmente as coisas estavam saindo totalmente do controle. Ou ele não tinha pensado direito ao traçar a rota, ou errado o cálculo do tempo.

De qualquer forma, o navio que vinha de Hyrben estava quase dois dias adiantado e isso era ruim. Porque significava que seus espiões não estavam onde deveriam estar. E se não parassem aquela droga naquele dia, iriam ter menos tempo que já tinham.

Um navio não podia sumir do nada, então Az tinha analisado a rota, eles haviam pego a do sul, passando pelas terras humanas, longe das vigilância continentais de Prythian — um caminho mais longo, mas com certeza menos arriscado. Ou era o que pensavam.

Uma viagem de quase cinco semanas naquela embarcação, com possibilidade de atraso se interceptassem o navio na metade — longe demais do seu próprio continente e longe demais do seu destino — assim teriam bastante tempo até que percebessem que algo tinha dado errado, mais tempo ainda até que fizessem uma busca.

Além de que, não haveria como usarem isso como algo a ser retaliado, o mar não era um território de nenhum deles, não haveria provas para quem apontasse, até porque acidentes acontecem. Por exemplo: Um navio solitário pegando uma rota remota e perigosa, muito perto de uma baía rochosa, com a grande possibilidade de bater nela e explodir devido a carga que carregava, a afundando, e junto com ela os seus navegantes. Sem sobreviventes. Um acidente. Uma tragédia.

Ele pensou que teria mais dois dias para fazer aquilo, mas estavam adiantados e não teria como interceptar a embarcação e a primeira vista fazer de fato parecer um acidente se eles passassem da rota. Azriel sabia que era uma tripulação pequena, dois comandantes, cinco soldados e mais três, provavelmente em treinamento para fazer o trabalho pesado.

Passou a manhã inteira observando de longe, vendo, ouvindo por suas sombras — não consumava usar tanto aquela faceta do seu dom, não quando o alcance da visão e da voz estava tão longe, já que isso as cansava, o cansava, mas era necessário — ele sabia que poderia lidar fácil com oito soldados, precisaria de quatro minutos. Era o tempo mais que necessário.

O problema eram os comandantes, tinham um poder considerável — o suficiente para que pudesse sentir — pela forma como se portavam, estavam acostumados com poder, bem treinados e provavelmente alguns séculos de vida a mais que ele.

E ele, apesar dos sete sifões e do treinamento, teria que pensar muito em como fazer aquilo, causar uma pequena explosão não era uma opção, por menor que fosse, por mais que ele canalizadas a energia e a direcionasse, não podia arriscar, a embarcação poderia não aguentar, a carga que tinha nela poderia se tornar mortal. E ele até queria que aquilo fosse pelos ares, mas não antes de saber tudo havia ali. Então, não era um risco correr.

Como teria o elemento surpresa a seu favor, poderia chegar e matar um dos comandantes, causar alvoroço e temor o suficiente por fazer aquilo rápido e o choque faria com que ganhasse ao menos cinco segundos de vantagem. Cinco segundos, era o tempo para matar mais três. Atravessar, golpear. Atravessar, golpear. Atravessar, golpear.

Seria fácil, exceto pelo fato que cinco segundos também seria tempo para o outro comandante atravessar para longe, tinha poder o suficiente para aquilo. E de que ele queria os dois vivos, melhor para obter as informações, separar o que era verdade e mentira.

Azriel pensou um pouco mais, deixar os comandantes inconscientes, partir pros soldados. Quatro deles mortos, um para fazer perguntas. Cinco segundos para apagar os outros três. Rápido o suficiente para não haver complicações.

Depois ele deixaria o navio seguir para o aglomerado de rochas e se certificaria de que não sobrasse nada além do pedaços flutuando na água. Antes mandaria que pegassem um pouco do que quer que tivesse naquele barco.

𝐶𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎𝑠 𝑀𝑒𝑙𝑜́𝑑𝑖𝑐𝑎𝑠Onde histórias criam vida. Descubra agora