CAPÍTULO 42

3.1K 303 78
                                    

Azriel estava ansioso para voltar para a Casa do Vento. Depois de tudo o que tinha acontecido, ele só pensava em finalmente dar um ponto final naquela história, ou melhor, começar de verdade.

Tinha passado boa parte do dia no escritório de Rhys, os dois discutindo as informações que tinha conseguido. Seu irmão tinha ido até a Cidade Escavada no dia anterior mas não conseguiu ficar por muito tempo — por conta dos afazeres na Corte e uma reunião que teve com Keir — mas tinha o suficiente para conseguir forçar os escudos mentais do comandante de Hyrben, descobrir alguma coisas e deixar que ele fizesse o resto.

A situação estava piorando cada vez mais, o exército deles não era grande coisa em número, mas as armas e bestas que podiam usar... Junto dos outros exércitos era algo que poderia fazer uma grande estrago, sem contar nas armas que estavam projetando. As pedras negras poderiam ser utilizadas para impelir magia e os Deuses saberiam mais o que. Algo que eles deixariam para Helion descobrir.

Tinham mesmo uma ligação com as Rainhas Humanas, nenhuma surpresa — nunca cogitaram a ideia dos reinos não estarem mais ligados — Beron também estava envolvido. O que era uma das maiores dores de cabeça, não podiam confrontar diretamente, não se quisessem evitar o conflito interno e incitar de vez o desastre. Então teriam de arrumar um jeito de lidar com o Senhor da Outonal.

— Quanto tempo até perceberem que o navio não vai chegar?

Az continuou com os olhos focados no mapa completamente tracejado.

— Duas semanas, por aí. Não sei dizer exatamente quando saíram do continente, fizeram isso rápido e com discrição demais para que mesmo os espiões notassem apenas quando estavam fazendo a vigília em alto mar. Mas estavam no meio do caminho e no ritmo que estavam, não deve passar disso.

Rhys assentiu.

— Certo, até quando acha que seus espiões podem ficar lá?

O Illyriano cogitou, um pouco mais que duas semanas, já que esse seria o tempo que levaria para notarem que algo estava errado, mais um pouco até a mensagem chegar a Hyrben.

— Depende de como vão se comunicar, não sabemos que tipo de coisa estão usando para manter contato, mas com certeza não é um normal, então um pouco mais que isso. Vão aproveitar esse tempo para dar um jeito de saber o que realmente está acontecendo lá dentro e vão sair antes que possam arrumar qualquer problema.

O Grão-Senhor repetiu o gesto de novo. Hyrben inteiro ficaria em alerta quando soubessem da intercepção ao navio, não acreditariam que fora um acidente mesmo que parecesse ser e não houvesse nenhuma indicação do contrário. E mesmo assim, irão vasculhar o reino e os arredores de cima a baixo e não encontrariam nada.

O que com certeza faria surgir a dúvida entre os seus, se havia um infiltrado, alguém vendendo informações e isso iria acabar enfraquecendo. O que era muito bom. Uma rachadura do lado de dentro.

— Acha mesmo que é tempo suficiente para eles descobrirem quão grande é o arsenal deles?

— Acho. Eles passaram bastante tempo estudando a fortaleza, sabem pelo o que estão procurando, também posso ir e cuidar disso pessoalmente.

— Não.

O mestre espião revirou os olhos.

— Não comece, Rhysand.

Seu irmão ergueu as sobrancelhas. Os dois começando o que poderia ser uma longa discussão:

— Você diz "não comece", sendo que está com um corte que quase foi letal ainda se curando.

— Já houveram coisas piores e ainda podem haver se não descobrirmos tudo a tempo.

— Você foi envenenado, Azriel. Preciso do meu mestre espião vivo.

𝐶𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎𝑠 𝑀𝑒𝑙𝑜́𝑑𝑖𝑐𝑎𝑠Onde histórias criam vida. Descubra agora