CAPÍTULO 8

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Gwyn e Azriel estavam a meia hora discutindo sobre quem tinha ganhado a rodada de arremessos de adagas. Era a segunda, ele tinha ganho a primeira, era um fato, mas ela tinha ganhado aquela, só que, é claro, que o encantador de sombras não queria admitir.

Maldito Illyriano teimoso.

— Azriel, está bem claro, você tem quatro adagas dentro do segundo círculo, mas eu tenho quatro dentro do mesmo só que mais perto do primeiro. Portanto, eu ganhei. Será que você não vê?

Ele cruzou os braços e balançou a cabeça, negando:

— Não, não vejo.

— Bom, a culpa não é minha de você está ficando cego!

— Gwyneth...

— O quê? — deu de ombros sem pedir desculpas — Vamos, apenas admita que estou certa! Você sabe que estou.

— Esse é o problema, você, senhorita Berdara, quer sempre estar certa.

— Mas é porque estou!

E assim os dois permaneceram por alguns minutos a mais, num vai e vem de "eu-estou-com-a-razão" e "eu-é-que-estou". Azriel acabou erguendo as mãos e disse:

— Certo! Certo! — exclamou e em seguida sussurrou: — Meus Deuses, você é impossível de lidar.

Gwyn abriu um sorriso que ia de orelha a orelha.

— Só quando sei que estou certa e essa vitória era minha. Você foi apenas justo.

Um pequeno sorriso se curvou nos lábios dele.

— Justo porque cedi a sua vontade?

— Não — disse enquanto puxava a adaga do alvo e a girava na mão — justo porque cedeu à verdade e ao bom senso.

Ele só movimentou a cabeça de um lado para o outro e disse:

— Certo, então, ainda seguindo meu bom senso, ele pede para que peça uma revanche, agora.

As sobrancelhas ruivas subiram quando a expressão no rosto dele se transformou em divertimento.

— Acredito que quem esteja falando isso é seu ego, que vai ficar ainda mais ferido quando eu ganhar de novo e você tiver que admitir que estou ficando melhor que você.

Os olhos castanhos se semicerraram e o Illyriano estava pronto para retrucar, mas foi nesse momento em que Mor entrou pelo arco que dava para o interior da Casa do Vento, vestida em couro Illyriano, os cabelos dourados arrumados em uma trança apertada.

— Bom dia! — comprimentou.

As Valquírias pararam seus aquecimentos por tempo o suficiente para cumprimentarem ela. Gwyn piscou, não sabia que ela viria, não que se incomodasse — pelo contrário, a fêmea era sempre bem-vinda, ela já tinha participado umas duas ou três vezes dos treinos, mas não ficava muito tempo por causa do trabalho que estava fazendo em Vallahan — a jovem só tinha ficado surpresa. Do outro lado do ringue a voz de Emerie disse:

— Mor?

— Eu mesma — a loira sorriu — Já faz tanto tempo assim?

— Não, não, só estou surpresa — disse Emes, se aproximando.

— Desculpe vir sem avisar, tem um lugar para mim?

— Claro.

Gwyn se aproximou das duas, assentindo e lançou um olhar para a Illyriana, que não tinha nem conseguido disfarçar o sorriso. Emerie nunca tinha falado nada sobre o assunto, mas seus olhos sempre brilhavam e ela sempre sorria ao falar da loira. Azriel veio também, junto da ruiva.

𝐶𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎𝑠 𝑀𝑒𝑙𝑜́𝑑𝑖𝑐𝑎𝑠Onde histórias criam vida. Descubra agora