CAPÍTULO 68

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Azriel abriu um leve sorriso ao observar Gwyn do outro lado do ringue, super focada, numa luta com Emes, a Illyriana usando os sifões para conjurar escudos e a ruiva desviando deles, usando seu dom para fazer um tipo de jogo de luz que ela tinha aprendido, ou melhor, inventado enquanto tentava entender como usar a luz em vantagem própria numa batalha. Além de cegar um oponente, é claro. Uma vez ela quase o tinha cegado, só não aconteceu porque suas sombras tinham envolvido o feixe de luz a tempo, ele ainda ria ao se lembrar da cara dela após isso, os olhos azuis arregalados enquanto pedia desculpas e ele começava a rir.

O encantador de sombras continuou seguindo os movimentos da Valquíria com os olhos, além de estar catalogando cada ponto da postura dela — que estava perfeita — também ficando completamente encantado ao ver os cabelos como cobre brilhar e a pele irradiar um brilho fraco, suas sombras também estavam espiando por cima de seus ombros. Estava tão concentrado que não notou Cassian se aproximando até que seu irmão estivesse a poucos passos e dissesse:

— Limpe a baba, irmão, está escorrendo.

Az revirou os olhos, mas não tirou o foco dela até que a visse terminar de executar um giro ao mesmo tempo que fazia um movimento em forma de meia lua com a espada, e só então olhou para o guerreiro ao seu lado, abriu um sorrisinho de escárnio e retrucou:

— Diz quem estava quase escorregando na própria baba ao ver Nes dar ordens de combate.

Cass lançou um olhar em direção a parceira e o sorriso dele se alargou ao vê-la, depois soltou um suspiro e voltou sua atenção a ele dizendo:

— Pela Mãe, somos casos perdidos — ele riu — Lembra de quando ríamos de Rhys?

O mestre espião acenou com a cabeça, se lembrando das vezes em que ele e Cass tinham rindo enquanto observavam o irmão praticamente gritando só pelo olhar o quanto adorava e amava Feyre.

— Ah, eu lembro.

— E agora, aqui estamos nós... — o general passou um braço por seus ombros — Será que já somos piores que ele?

Azriel admitia que teve que pensar por alguns segundos, mas depois balançou levemente a cabeça.

— Não... Acho que não tem como ser pior que Rhys nesse quesito, quem sabe ser tanto quanto ele.

Cassian olhou para ele e depois para onde sabia que Gwyn estava e falou:

— Não sei, não... Você fica com essa cara de besta o tempo inteiro agora e praticamente se joga no chão para Gwynzinha passar por cima.

O encantador de sombras riu e encarou o irmão.

— Diz aquele que quase lambe o chão em que Nes pisa.

A boca do illyriano começou a se erguer num sorriso e Azriel conhecia muito bem o macho que chamava de irmão, então ergueu a mão e o calou antes mesmo que começasse a falar:

— Não, Cass, apenas não.

Ele estava pronto para responder quando Az ficou em alerta, a presença quase repentina o fazendo virar a cabeça e assim como o guerreiro a seu lado, levar a mão ao cabo da arma mais próxima, mas os dois relaxaram quando reconheceram Lucien, daí ficaram em alerta por outro motivo. Se Lucien estava ali, alguma coisa deveria ter acontecido.

Algumas das guerreiras pararam o treinamento quando notaram o Grão-feérico no arco de entrada, parada, como se esperasse a permissão delas para entrar, algumas até o cumprimentaram silenciosa e brevemente. A parte do silencioso e do breve ficou esquecido quando a voz de Gwyn soou animada:

— Lucien!

O ruivo abriu um sorriso e fez um gesto com a cabeça.

— Gwyn.

𝐶𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎𝑠 𝑀𝑒𝑙𝑜́𝑑𝑖𝑐𝑎𝑠Onde histórias criam vida. Descubra agora