CAPÍTULO 14

3.4K 371 183
                                    

Mais uma vez Azriel estava no escritório de Rhys, com todos os outros ao redor, ele tinha passado o dia inteiro mapeando todas as rotas que as carruagens usavam para chegar até os castelos das rainhas mortais, descobrindo de onde saiam, tentando achar um ponto de ligação entre elas, ouvindo relatórios de seus espiões e tentando juntar todas as peças, criar um padrão. Depois ficou pensando em um jeito de saber mais, uma forma de se infiltrar em alguma das fortalezas ou de encontrar alguém para responder suas perguntas.

Ele estava ouvindo parcialmente Cassian falar sobre como os novos guerreiros estavam se adaptando aos batalhões Illyrianos e dando um relatório completo de como estava o movimento por lá, sem nenhuma intriga por enquanto, nada para se preocupar naquele quesito, pelo menos isso.

E, bem... Realmente, ele só estava ouvindo parcialmente, porque ver Nestha ao lado do seu irmão fez com que ele se lembrasse do treino, o qual não tinha comparecido nos últimos dois dias, e isso fez com que se lembrasse de Gwyn, da conversa que tinha tido na noite anterior, do momento em que suas a cercaram e do som da risada dela.

Azriel focou o olhar na tatuagem em torno do seu pulso, sentindo aquela mesma coisa de antes se aquietar em seu peito...

Cass terminou de falar e Az só percebeu um segundo depois que estavam olhando para ele, esperando que começasse a distribuir as informações, o mestre espião piscou, a única reação em seus rosto, e deu um passo à frente — limpando a mente — tirou o mapa das terras humanas das sombras que estavam o cercando.

Ele começou explicar os movimentos dos soldados, o tipo de carregamento que traziam, a frequência com que aquilo vinha acontecendo. Até onde sabia, ao menos uma vez por dia agora, em geral três carruagens, normalmente entre o amanhecer e o pôr do sol, quando havia um tráfego maior, quando os aldeões saiam ou voltavam, há mais ou menos quatro meses. Depois que terminou, Feyre continuou olhando para o mapa na mesa, como se tivesse tentando achar uma resposta ali, a Grã-senhora franziu o cenho e balançou a cabeça.

— Ainda não entendo o porquê do ferro.

— Não entendemos — Rhys disse.

— Por enquanto — ele acrescentou.

Mais uma vez, todos os olhares se voltaram para ele. Foi Nestha que perguntou:

— E no que está pensando?

— Em uma forma de entrar em uma das fortalezas.

Cassian cruzou os braços e se encostou no sofá onde estava sentado. Feyre e Rhys o encararam, provavelmente prontos para sugerirem algo mais seguro. Se aquilo acontecesse ele estaria pronto para retrucar, dizendo que estavam naquela situação — meses atrasados — justamente por terem se mantido longe.

Amren continuou como estava, aparentemente alheia, mas ouvindo tudo. Nestha foi a única que pareceu realmente disposta a não se intrometer e simplesmente o ouvir, ela era provavelmente a única que ficaria ao seu lado.

— Az... — Fey começou.

— Deixe ele falar — Nes pediu, Az lançou um olhar que dizia "obrigado" e ela respondeu com outro que dizia "Não há de que".

— Como acha que pode fazer isso? — Rhysand perguntou.

— Passei parte do dia estudando as proteções mágicas e percebi que elas se rompem todas as vezes que os portões se abrem, parece funcionar como um escudo...

— É como se quando abrissem um portão baixassem a guarda — Nestha disse.

— Abrindo uma brecha — Cass completou.

Amren se ajeitou na poltrona, passando a ouvir melhor.

— Deixando uma oportunidade perfeita para alguém se esgueirar para dentro — Rhys começou.

𝐶𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎𝑠 𝑀𝑒𝑙𝑜́𝑑𝑖𝑐𝑎𝑠Onde histórias criam vida. Descubra agora