CAPÍTULO 54

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Na noite depois da reunião, Gwyn tinha jantado com Emes e Nestha, Cass tinha ido para Illyria e só voltaria no dia seguinte, as três haviam conversado sobre tudo aquilo, o que poderia significar, as duas tinham lhe perguntado mais sobre seu dom e Gwyn tinha dito tudo o que sabia, incluindo que ainda era completamente confuso para ela e que não sabia como faria para invocar luz de verdade — como tinha feito naquela clareira junto a Az — nem como faria para controlar e as duas tinha dito que a ajudariam encontrar um jeito.

Além disso, também teve que explicar as Valquírias sobre o que ela era. Primeiro, ela, Emerie e Nestha tinham contado a história de como as guerreiras haviam surgido e depois falado sobre o dom que ela carregava, algumas ficaram completamente surpresas e outras, apesar de também terem se surpreendido ficaram mais curiosas, mas todas tinham aceitado aquela parte sua.

Agora, ela estava num combate corpo a corpo com Mor — a qual tinha superado todas as expectativas, as quais já eram altas, em questão de habilidades em combate —, quando sentiu o olhar queimando em sua costas. Literalmente, juraria diante da própria Mãe que sentia o olhar sobre ela.

Gwyn desviou do golpe e aproveitou o movimento para se virar e olhar na direção do encantador de sombras que finalmente tinha se dado ao trabalho de aparecer. Apesar de ter dito que voltaria logo, ele não o tinha feito.

Az sustentou os olhos nos seus por mais dois segundos e depois os desviou. A ruiva tentou não parecer confusa demais, só isso? Quer dizer, depois de quase três dias sem sinal de vida, ela esperava ao menos um comprimento decente.

A guerreira voltou a atenção para a luta, que nesse meio tempo poderia ter perdido, mas Mor estava alternando o olhar entre ela e Azriel e quando notou que ela percebeu, ergueu uma sobrancelha. Gwyn preferiu fingir que não entendeu a pergunta silenciosa e entrou em posição de novo.

Quarenta minutos depois estava com calor, sede e muito, muito, muito aborrecida e com uma vontade imensa de golpear o desgraçado de Azriel com a espada que estava junto a seu quadril. Se ele queria lhe tirar do sério ou lhe enlouquecer, estava conseguindo fazer os dois com sucesso.

Qual era o problema? Por que ele só não falava com ela de uma vez? Que diabos estava acontecendo?

— Gwyn, conte para mim, o que esse copo fez para você olhar desse jeito para ele?

Emerie tinha um dom para aquele tipo de coisa, só podia ser. Uma pena que ela estava de péssimo humor, mesmo que sua irmã não tivesse culpa disso.

— O copo não me fez nada, Emes. Não se preocupe, em vez disso deveria se concentrar em tomar uma atitude sobre aquele — ela fez questão de inclinar a cabeça um pouco para o lado, bem onde Mor estava — assunto.

Nestha quase engasgou com a água que estava bebendo ao tentar segurar a risada, Morrigan olhou para todos os lugares possíveis menos para alguma delas, Emerie parecia querer lhe golpear e ela só abriu um sorrisinho para a irmã.

— Deve agradecer pelo conselho?

— Ah, não. Eu ficaria feliz se você só fizesse alguma coisa.

Nes riu dessa vez.

— Isso é nossa culpa, fomos nós que a fizemos ficar assim.

A Illyriana fez uma careta.

— O pior é que é verdade.

Mor abriu um sorriso e tomou um gole do próprio copo. No centro do ringue, Cassian bateu palmas chamando a atenção de todas, dizendo para que começassem a sessão de resfriamento e foi isso que elas fizeram. Como tinham chegado ainda mais cedo que o normal aquela manhã, não ficariam mais tempo.

𝐶𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎𝑠 𝑀𝑒𝑙𝑜́𝑑𝑖𝑐𝑎𝑠Onde histórias criam vida. Descubra agora