CAPÍTULO 44

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A Valquíria tinha acabado de entrar em posição de combate, quando sua atenção foi desviada para outro canto, o coração batendo um tiquinho mais rápido quando reconheceu as asas reluzentes.

Antes mesmo que Helion pousasse no ringue, Nestha disse:

— Seria pedir muito para avisar com antecedência quando resolvesse invadir a minha casa?

O Grão-Senhor da Diurna sorriu enquanto desmontava, com o mesmo charme que tinha esbanjado da última vez.

— Ah, Lady Nestha, que prazer em vê-la. — Sua irmã já estava abrindo a boca para dar uma resposta quando ele acrescentou: — E, mais uma vez, culpe Rhysand. E todos os assuntos urgentes.

Os dois provavelmente tinham entrado em um vai-e-vem que não acabaria em nada, mas a sacerdotisa sinceramente não dava atenção, não quando podia ficar observando Criastealle ou se aproximar dela. Ela largou as lâminas com as quais estava treinando num canto e se aproximou, a égua deu dois passos mais para perto. Ela chegou o suficientemente perto para tocar mas não fez isso, apenas falou baixo:

— Olá, garota.

Gwyn não conseguia parar de sorrir para a criatura. Ela era simplesmente perfeita. A pégaso inclinou a cabeça um pouco mais em sua direção, como se pedisse por carinho como a ruiva havia feito daquela vez que a tinha encontrado pela primeira vez. Helion notou e deixou a discussão com Nes de lado e se aproximou com um sorriso no rosto.

— Lembro que disse que em uma próxima vez, iria dar uma volta.

O sorriso da sacerdotisa se alargou. Seu coração bateu mais forte em expectativa.

— Eu disse...

— Então, me diga, já montou alguma vez?

Se Gwyn não estivesse enganada, juraria que aquilo trazia um Q de duplo sentido... E nesse exato momento, outro par de asas surgiu para além da mureta que cercava o ringue. Gwyn o encarou por um instante, enquanto ele pousava no ringue e parecia tentar entender o que estava acontecendo ali. Então... Ele tinha resolvido dar as caras.

A ruiva fez questão de meio ignorar a presença dele e se virou para o Grão-Senhor, que estava dividindo o olhar entre Azriel e ela, e respondeu:

— Não.

— Que bom que para tudo existe uma primeira vez. O que me diz? Vai arriscar?

— Ah, ela vai — Emerie respondeu — Ela vai sim. Não é?

A ruiva olhou para o animal que continuava quieta e calma ao seu lado enquanto seus dedos acariciavam a cabeça. E estaria dizendo uma grande mentira se dissesse que não gostaria de fazer aquilo, na verdade, tudo nela estava gritando para que apenas montasse em Criastealle logo e se lançasse no céu.

— Eu... Sim! Adoraria fazer isso — ela encarou os olhos azuis cristalinos — O que acha garota?

A pégaso bufou e mexeu a cabeça, a crina prateada brilhando com o movimento a luz do sol.

— Eu acho que isso foi o jeito dela de concordar — Nes disse.

Gwyn sorriu mais, a animação e a adrenalina já estavam tomando conta dela. Certo, ela iria fazer aquilo então. Engraçado que naquele momento, ela se esqueceu completamente que já tinha tido medo de altura.

— Certo, mas... Como vou fazer isso?

Helion abriu um sorriso.

— Não é tão complicado, apenas sente-se nela e arrume a postura como eu mandar depois quando estiver no ar, tente se mover junto a ela, você vai ver que é mais instintivo que qualquer outra coisa, acho que vai pegar o jeito logo.

𝐶𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎𝑠 𝑀𝑒𝑙𝑜́𝑑𝑖𝑐𝑎𝑠Onde histórias criam vida. Descubra agora