PRÓLOGO

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Gwyn estava subindo até a Casa do Vento, para poder ir a cerimônia de parceria de Nestha e Cassian que aconteceria em algumas horas, porque ela até tinha receio de ir além no ringue de treinamento, até porque a lembrança do Rito ainda era muito recente, mas não perderia aquilo por nada. Era importante para Nes — a fêmea que tinha passado a chamar de irmã, assim como a Emerie, as duas tinham se tornado sua família, não poderia ter tido mais sorte — então, há sacrifícios que valem a pena.

Ela apressou o passo, estava atrasada porque Merrill a tinha mantido ocupada um pouco mais do que gostaria. Muito mais, para ser sincera. A ruiva finalmente entrou na Casa, a sala principal estava vazia, ela seguiu pelos corredores, indo para uma das salas de estar onde todas deveriam estar se arrumando. Mor tinha decretado que todas deveriam se arrumar juntas e que ela arrumaria Nestha, já que essa tinha recusado a ajuda de Nuala e Carridwen.

"Não, as pobres coitadas devem estar sobrecarregadas demais, já estão cuidando da arrumação do salão junto a Rhys e Fey, não precisam fazer isso também."

Sua irmã tinha dito, a loira simplesmente deu de ombros e disse:

"Então, eu o farei e 'não', não é uma resposta."

Gwyn sabia que não teria sido a primeira escolha de sua irmã, mas ela acabou cedendo e Mor aproveitou para decretar que só as "fêmeas da família" pisariam naquela casa e baniu todos os machos para o palácio da Grã-senhora às margens do rio. Cassian foi o primeiro a fazer objeções, mas a loira era determinada — a única exceção que tinha aberto era para o pequeno Nyx, o bebê mais encantador que ela já tinha visto. Morrigan era uma pessoa boa, incrível para ser sincera, e Gwyn devia muito a ela, mesmo que a fêmea dissesse que não.

A jovem finalmente entrou no cômodo e encontrou Nestha sentada em uma cadeira no canto, cercada por todas as outras, que já estavam arrumadas, a única afastada das demais era Amren que estava sentada numa poltrona num canto com uma taça de vinho na mão e diamantes cercando o pescoço e os pulsos, ela não fazia ideia de como a fêmea conseguia andar com o peso daquelas pedras. Não tinham sido devidamente apresentadas ainda, mas ela sabia quem era Amren, todos sabiam, além disso, Nes falava bastante dela.

— Devo me desculpar pelo atraso? — perguntou entrando na sala.

Ao ouvir sua voz, Nestha deu um pulo da cadeira indo até ela.

— Graças a Mãe, me salve delas. Não vou suportar nem mais um segundo.

— O que está acontecendo?

— Elas não param de me encher o saco e ela — disse apontando para Morrigan — não me escuta.

— É exagero dela, — afirmou Mor, fazendo um movimento com um tipo pincel — estou apenas tentando terminar de arrumá-la já que ela fez questão de negar uma equipe para fazer isso.

Nestha revirou os olhos e disse:

— Não vou discutir isso de novo.

Mor iria responder, mas Feyre disse:

— Nes, porque não termina de se arrumar e Mor, porque não pega um pouco mais leve?

Ambas reviraram os olhos, mas assentiram.

— Volte já para essa cadeira, Nestha. — disse a loira, dando batidinhas no assento.

Nes foi para lá, resmungando algo que ela não conseguiu entender. Seria uma tarde animada.

Ela cumprimentou a todas com aceno de cabeça e olhou Emerie que observava Mor passar algum produto no rosto de Nestha — e tinha quase certeza que ela não estava interessada no que estava sendo feito e sim em quem estava fazendo — Gwyn aprendeu o sorriso e foi até Feyre para ver o pacotinho que ela segurava.

𝐶𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎𝑠 𝑀𝑒𝑙𝑜́𝑑𝑖𝑐𝑎𝑠Onde histórias criam vida. Descubra agora