CAPÍTULO 15

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Azriel analisou as demarcações nos mapas à sua frente, tinha saído da Casa do Vento antes do amanhecer e se alojado ali desde então, revendo os pontos de partidas e de encontro das carruagens de carregamento que vinham entrando nas fortalezas das rainhas humanas. Aquilo não era uma novidade, mas precisava ter absoluta certeza de cada movimento para poder entrar no castelo sem ter qualquer problema, queria respostas e rápido, mas isso não significava que seria imprudente.

Estava traçando uma nova rota quando Faian — um de seus espiões, que apesar de ser jovem se comparado com os outros, mas era um dos mais eficientes — atravessou o limite do aglomerado de árvores que estavam cobertas pelas sombras, era o ponto de encontro naquele dia.

— Movimento no continente a oeste, senhor.

Sua mão parou — "Oeste" era o equivalente a Hyrben, não arriscam falar o nome de fato, sempre melhor prevenir, haviam coisas naquele mundo que ouviam demais e tinham o poder de se esgueirar em qualquer lugar — ele se obrigou a manter os ombros relaxados por conta da forma como o espião se referiu a ele e pela informação, sua voz completamente neutra ao perguntar:

— Venda de informação?

— Não, um dos nossos.

Merda. Se fosse uma venda de informação poderia facilmente ser mentira, ou algo que realmente não tivessem que se preocupar, poderiam apenas ser alguém desesperado por qualquer pagamento falando coisas que supostamente poderiam ter algum valor, como não era...

Ele levantou o rosto para ver o espião estendendo um pedaço de papel, nele estavam desenhado alguns símbolos, os códigos que há muito tempo usavam para comunicação daquela forma, para diminuir o risco de cair nas mãos erradas e, se acontecesse tivesse algum prejuízo de fato, já que para poder saber o que era teriam que saber traduzir ou de alguém que soubesse — e o último caso não era uma opção, qualquer um de sua equipe morreria antes de falar qualquer coisa, e a primeira opção faria com que perdessem tempo, já que teriam que decodificar. Os riscos, círculos e meios círculos diziam:

O oeste está em movimento.

— Alguma coisa nos outros?

— Não.

Az começou a calcular os movimentos. Se realmente tivesse algum tipo de movimento no Reino de Hyrben, claramente teria dos outros, já que eles deveriam estar procurando aliados — Vallaham tinha assinado o tratado e estava negociando com eles, o que diminuía o risco de se unirem, mas não o pagava, ainda haviam Montesere e Rask, mas esse ainda hesitaram em se unir a um reino que tinha perdido a guerra, seu rei, a maior parte do exército e ainda mais em se aliar a humanos.

Hyrben não tinha mais força o suficiente para entrar em um guerra apenas se aliando com os exércitos humanos... Foi então que ele se deu conta de que era muito provável que os carregamentos que chegavam à fortaleza tinham alguma coisa a ver com o Reino do outro lado do Mar. Armas. Deveriam está produzindo armas, só assim poderiam ir contra os exércitos de Pythian, além de já terem afinidade com aquilo, as correntes que repeliam magia e o pó que tinham usado na última guerra era apenas alguns dos truques.

Se Hyrben estava mesmo produzindo junto as Rainhas armas para combater um exército Feérico, estavam sendo um grandes idiotas, aquilo poderia facilmente se virar contra eles, então, se estavam correndo o risco, deveriam ter alguma garantia ou simplesmente se virariam contra as aliadas antes.

Era um problema e muitas variáveis e nenhuma delas não terminava bem. Mais um motivo para entrar naquele lugar logo. Ele deixou que suas sombras pegassem o papel de sua mão e o guardassem. Faian continuou onde estava, esperando as ordens que passaria para os outros.

𝐶𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎𝑠 𝑀𝑒𝑙𝑜́𝑑𝑖𝑐𝑎𝑠Onde histórias criam vida. Descubra agora