CAPÍTULO 36

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Gwyn estava trançando os cabelos de Emerie, ou tentando, já que sua irmã parecia não conseguir ficar parada por mais de três segundos, mas ela não a julgava, logo estariam indo para Refúgio do Vento, buscar os sifões e a Illyriana estava quase entrando em curto circuito.

Os últimos cinco dias tinham passado muito rápido. Na verdade, a rotina não tinha mudado muito, só o ritmo dela. Os treinos tinham ficado mais intensos, porque agora a guerra era uma questão de tempo e não só uma possibilidade. O trabalho com Merrill também tinha aumentado, já tinha achado mais um arquivo sobre as Valquírias então tinha que traduzir e transcrever e anotar e ler e ler e ler.

Além de que quando não estava fazendo um dessas coisas que sempre fazia, estava erguendo um escudo mental. Ela e Emerie eram ligadas a Nestha, agora iriam à guerra, tinham ouvido uma reunião da corte e lutaria na linha de frente juntos com aqueles governantes e fariam o que fosse preciso, então tinham que ter um escudo mental.

Tinha sido um pedido do Grão-Senhor e não havia como dizer não. E nem um motivo para isso, nenhum além de às vezes parecer que seu cérebro iria escorrer pelas orelhas. Mas ela tinha entendido a técnica por trás daquilo — tinha algo em comum com o silenciamento mental, concentração e não deixar nada entrar — Nestha e Feyre tinham explicado no dia seguinte aquela reunião.

Ela ficou confusa porque não tinha ouvido nada naquela manhã, não tinha ouvido o pedido de Rhysand, nem sua Grã-Senhora dizendo que iria ajudar, mas aparentemente tinha assentido. Não deveria ser surpresa. Tinha sido... ruim. Mas não importava mais, foi um momento.

Gwyn se lembrou de Az e... Se ela já tivesse admitido para si mesma o que sentia pelo encantador de sombras teria feito depois daquela noite. Depois que ele a ouviu falar tudo aquilo e se sentou ao seu lado e fez carinho em seus cabelos. Ou no dia seguinte quando ele apareceu no ringue porque tinha dito que ia. Az havia chegado e ido diretamente até ela, a olhando daquele jeito, como se checasse se estava tudo bem, ela tinha soltado um suspiro e dito:

Já terminou de checar se estou inteira?

O Illyriano havia erguido as sobrancelhas, dividido entre o leve divertimento e a completa seriedade, estava mais inclinado para segundo opção, então ela suspirou e disse que estava bem. E estava mesmo. Quando disse estava mesmo.

Ele tinha assentido e antes que pudesse dizer algo, Cassian perguntou porquê estava ali porque ao parecia deveria ter saído, Az tinha dito que indo falar com ela — os três tinham aberto sorrisinhos — e depois completado dizendo que era para pedir que ajudasse algumas das guerreiras com uma parte do treino, tinha até lhe entregado um plano de treino.

E, claro, aqueles três fuxiqueiros e intrometidos tinham ficado olhando como se fosse o motivo mais idiota do mundo, Azriel tinha perguntado se eles não tinnham o que fazer e eles na cara dura tinham dito que não, não tinham. O encantador de sombras só tinha balançado a cabeça e dito que tinha que ir e voltaria para ir até o acampamento. E tinha dito olhando para ela, mesmo que parecesse estar falando com todos, ele estava olhando para ela.

— Gwyn, por que parece que você está apaixonada pelo meu cabelo?

A sacerdotisa piscou e encarou a morena pelo espelho, dando um puxão um pouco mais forte do que necessário ao passar uma mecha por baixo da outra.

— Aí!

— Fique quieta.

— Isso é infantil, Gwyneth Berdara.

— O que é infantil? — Nestha perguntou, entrando no quarto.

— Gwyn querer arrancar meus cabelos por causa de uma perguntinha inocente.

𝐶𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑆𝑜𝑚𝑏𝑟𝑎𝑠 𝑀𝑒𝑙𝑜́𝑑𝑖𝑐𝑎𝑠Onde histórias criam vida. Descubra agora