Capítulo 4

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Eliza

Acordo em outro quarto no tom vermelho sangue, a cama é extremamente grande e parece ser da realeza, não que a minha não seja, mas é um pouco menor que essa.

Arina —como está pequena?— pergunta sentada em uma cadeira ao lado da cama, parece preocupada.

—um pouco machucada, mas vou ficar bem, eu acho.— falo me sentando na cama sentindo uma dor forte no meu ombro.

Arina —você sobreviveu, estou feliz por você, agora só falta ver se o purgatório irá aceitar você como rainha, tenho certeza que vai.— eu duvido um pouco, prefiro ficar sem expectativas para não sofrer depois, pois minha morte ainda é certa.

—foi o Dante que me trouxe né?— pergunto pensando na sensação estranha que senti quando ele me encostou no peito dele antes de eu desmaiar.

Arina —sim, te colocou na cama e foi para terra ver a dançarina loira dele.— ela sempre fala tudo detalhadamente.

Escuto a porta abrir, me viro para olhar e vejo Cristian com uma bandeja de comida.

Cristian —uma empregada estava vindo trazer e eu resolvi te entregar para ver como estava.— diz colocando em cima da mesinha.

—obrigada, Cris.— falo tentando me impedir de desviar o olhar por causa da vergonha.
(...)

Pelo que parece estão esperando eu me recuperar para tentar fazer a conexão com esse mundo, pois se não for aceita minha alma vai ser destruída e nem reencarnação terei.

Estou no jardim olhando os cavalo que tem ossos protetores na perna como se fosse a pele para andar mais rápido sem prejudicar o animal.

Vejo Adam e Cristian apostando corrida em seus cavalos, são tão rápidos que se acabarem batendo em alguém por acidente é morte na hora.

Esse mundo é perfeito do jeito dele, mas não me sinto  em casa, é estranho, mas nada aqui parece querer me aceitar.

Henri —parece triste, Eli.— diz se aproximando de mim.

—daqui a três dias vou saber se morrerei ou não, obviamente que estou deprimida, nem conheci minha mãe, nem meu pai, queria saber se tenho irmãos.— falo e ele passa a mão na minha testa.

Henri —esta pensando demais, pequena. Sei que crescer cheia de obrigações a serem cumpridas é algo extremamente cansativo e ruim, para todos nós foi.

—então também tiveram muitas obrigações?— pergunto curiosa

Henri —O homem que criou esse lugar era um anjo  com poder de criação, o nome dele era Soleil. Foi enviado a esse lugar para punir os seres que nenhum dos dois mundos aceitava, e deixar as almas que esperavam pelo julgamento aqui, mas ele não conseguia torturar, era o único ser nesse lugar cheio de pegadores, como governante ele fez regras e criou os habitantes daqui.

—tipo Lúcifer criando os demônios?— pergunto e ele confirma com a cabeça.

Henri —Soleil transformou os pegadores em monstros horrendos, quando mais grandes e fortes piores eram em vida. Como pode ter percebido, os seres que vivem aqui tem várias características misturadas, asas negras como as dos demônios, marcas, altura, asas transparentes, etc.

—ele poderia ter sido mais criativo, pois para mim isso é cópia.— falo e escuto o riso do Dante em cima da árvore.

Arina —pelo menos fez tudo mundo perfeito, vai dizer que não somos as pessoas mais lindas que já viu.— a alto estima deles está lá em cima pelo que parece.

Dante —eu sou perfeito, nenhuma mulher nunca me disse não.— convencido.

Henri —vão deixar eu continuar explicando ou não?— diz sério.

Arina — continua.— diz enquanto cuida do jardim, ela ama as rosas violetas dela.

Henri —Soleil criou seres únicos para viverem aqui e administrar o lugar, mas com o tempo a coisas foram mudando, ele foi se deprimindo cada vez mais, queria voltar ao céu, mas não permitiram pois a tarefa dele foi governar esse lugar, os anjos fizeram uma barreira para não deixar ninguém sair daqui, pois se ele saísse outro teria que assumir o lugar dele.

—pera um pouco foi obrigado a governar esse lugar contra a vontade?— pergunto sem acreditar.

Arina —igualzinho a você. — diz brincando.

Henri —não queriam que alguém que conheceu a maldade voltasse para o céu, ele fez um ótimo trabalho aqui, não tinham motivo para deixar ele sair.

Dante —continua, está ficando na parte boa da história.— não entendi.

Henri —ele tentou por muito tempo quebrar a barreira, estava quase conseguindo, mas caiu em escuridão e desespero, o purgatório consegue tirar toda esperança e alegria de um ser que não pertence a esse lugar, acontece com as almas e aconteceu com Soleil, se tornaria um monstro e não queria isso. Nosso rei criou nós cinco para cuidarmos de tudo usando sua energia e essência, infelizmente Dante que ganhou o poder de ressurreição, se morrer sempre volta, também ganhou mais poder, tenho certeza que ele e Cristian eram os favoritos.

Dante —inveja é foda não é mesmo irmãos?— pergunta pulando da arvore.

Arina —só diz isso por ser imortal, mas o Cris ainda mete a porrada em você.— acho que descobri a discórdia.

Dante —da mesma forma que eu nele.— diz bravo.

—vocês agem as vezes como criança, tem certeza que tem milhões de anos?— falo e eles ficam quietos me olhando, se sentiram ofendidos eu acho.

Arina —vamo deixar o Henri explicar, já está terminando mesmo.

Henri —o governante desse lugar morreu na caverna mais funda do purgatório deixando seu coração para dar vida a esse mundo, assim quando o próximo rei nascesse teria uma pequena conexão com esse lugar, sendo nem bom e nem mal.— história bem grande né... Acho  que me perdi na explicação.

—não sei se entendi tudo que falou.— digo olhando para ele.

Henri —se sobreviver a conexão com o purgatório irei te explicar o que tiver dúvida— não sei que quero aula de história.

Vejo Cris vir na minha direção em seu cavalo branco.

Cristian —quer andar comigo pelo bosque pequena rainha?— pergunta  me olhando, não respondo e só subo no cavalo atrás dele.

—vai!— falo animada abraçando  a barriga dele.

Cristian —como quiser pequena rainha.— diz fazendo o cavalo correr.

Fecho meus olhos e fico sentindo o vendo enquanto estou encostada nas costas dele.



Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora