Capítulo 60

5.7K 762 92
                                    

Eliza

Desço as escadas para o calabouço, queria ter vindo aqui antes, mas não queria olhar para cara de Cristian, ele me traiu, calaborou para minha morte, não quis ouvir nada da boca dele, por isso deixei Dante decidir sua punição, mas nem para seu irmão ele disse seu motivo principal para me trair, apenas que não fez isso por ele.

Eu quero um motivo para poder perdoa-lo, será punido pelo que fez, mas não quero carregar rancor em meu coração.

Vou até a cela dele e o vejo sentado olhando a parede, parece estar distraído com algum pensamento.

—faz muito tempo, espero que não esteja sendo tratado mal— vejo ele olhar diretamente para mim ao ouvir minha voz.

Cristian —você mudou minha rainha— diz me olhando com um sorriso forçado.

—não me chame de minha rainha, você me traiu, talvez tenha apunhalado Adam também— digo brava, ele levanta e se aproxima das grades.

Cristian —nunca seria capaz de machucar alguém da minha família, eu realmente não queria fazer mal a você, mas se eu não servisse a ela perderia meu único filho da mesma forma que perdi minha mulher— seu olhar mostra dor, não consigo ver mentiras.

—me conte, quem é o seu filho?— vejo que ele fica em silêncio, mas a resposta é óbvia.

Cristian —por ser um guardião não podemos amar, casar ou ter filhos. Eu amei, me casei, minha esposa foi amaldiçoada pelo purgatório por minha causa, tentei me afastar achando que resolveria, mas não resolveu. Depois de anos afastado de minha esposa, soube da gravidez dela e o quanto ela estava fraca por causa da maldição que não parava de consumi-la. Tudo que eu pensava era em salvar os dois, mas não sabia como, foi então que ela apareceu, prometeu cortar o laço que mostraria ao purgatório que Alex é meu filho, o salvaria fazendo isso, mas eu teria que obedecer às ordens dela, você nem tinha sido criada ainda— deus, estava tão na hora e eu nunca percebi.

—por que não disse a ele?

Cristian —o purgatório é vivo, ele vê tudo pelos olhos dos monstros e das pessoas, menos pelos seus já que não é daqui, prefiro que não diga isso a ninguém, já sabe meu motivo— ele é só um pai protegendo seu filho, sei que disse seu motivo a Amon, pois um dia ele cismou em mata-lo, desceu até aqui para saber se o motivo era bom o suficiente para continuar deixando ele vivo,  depois disso o deixou para lá.

—acho que conseguiu a impadia do Amon— digo me sentando no chão de pedra.

Cristian —ele disse que inveja a proteção que dou ao Alex, que meus motivos não foram egoístas e que por isso me deixaria somente apodrecer aqui— como sempre ele é muito delicado com as palavras.

—me responda sinceramente, devo me casar com Amon?

Cristian —como traidor eu diria que não, pois ficaria mais fácil mata-la sem a influência dele como concelheiro e treinador, ele não luta pela minha mestra. Amon é seu próprio mestra, é um problema. É tanto inimigo da própria mãe, quando pode se tornar seu— só respiro fundo.

—é conhecedor de história, acha que Amon me matará?— vejo que ele apenas sorri.

Cristian —só você pode me dizer isso, acha que está enganando você?— só me viro e subi as escadas, pois preciso voltar para minhas obrigações, preciso ler os livros para aprender a história desse lugar, talvez aprender mais sobre o Amon.

Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora