Capítulo 82

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Eliza

Estou a me olhar no espelho sem acreditar no quão linda fiquei nesse vestido de noiva, o tecido dele é todo branco, tem um decote e bastante decido que vai ir arrastando pelo chão. Minha mãe está a arrumar meu cabelo, prefiro que ela faça isso, pois é minha mãe, a pessoa que eu mais quis conviver na vida.

Mia —isso que estou sentindo na sua cabeça são chifres?— pergunta enquanto passa a mão de leve.

—sim, eles começaram a crescer a pouco tempo, as médicas dizem que é normal, que provavelmente serão iguais aos do meu pai, fiquei insegura no início, mas estou me acostumando, claro que ter o Amon me chamando de cabritinha não ajuda, mas...— vejo pelo espelho que está contendo um riso.

Mia —minha carneirinha— diz me abraçando por trás com carinho.

—chama sempre o papai assim?— pergunto, pois esses apelidos irritam as vezes, me pergunto como ele aguenta, pois pelo que ouvi não tem muita paciência.

Mia —não mais, fazia muito isso antes dos seus irmãos nascerem, mas agora perdeu um pouco a graça já que provavelmente vão ficar chifrudos igual ao pai e a você— diz brincando com a última parte.

—mãe, já teve problemas com a sua parte vampira?

Mia —muitos, mas você teve ser mais controlada que eu sinceramente. O que planeja depois do casamento, deve ter planos.— diz enquanto sinto ela separando as mechas.

—conhecer melhor meu "marido", é um pouco estranho dizer isso, sou casada..— acho que nunca vai cair a ficha.

Mia —você pretende ter filhos, Eli?—  ela está fixada no penteado, consigo notar isso pelo espelho a minha frente.

—sim, mas não agora, é uma responsabilidade muito grande e requer muita estabilidade mental, não sei se tenho isso, muito menos se Amon seria um bom pai— digo e ela apenas abre um pequeno sorriso.

Mia —não nos conhecemos muito bem, mas sei que seria uma ótima mãe. Sabe, sua avó era muito amável e apegada a mim, mas não sabia lidar muito bem com a maternidade, deixa para lá, é um assunto meu...— acho que está falando da esposa do Dantalion, rei do inferno, aquela baixinha loira se não me engano.

—preciso pegar um ar, me sinto sufocada com esse vestido— falo entrando um pouco em pânico com a ideia de entrar desse jeito na frente de todos os seres mais importantes do purgatório, de fazer votos e casar com Amon.

Mia —vou pegar um copo de água, fique aqui, já volto. Amon, não pode ver a noiva antes de cerimônia, não acredito muito nisso, mas é melhor não pegar azar— acho que ela tem razão nisso, as coisas parecem que vão dar errado, é melhor não andar nesse caminho.

Só fecho os olhos enquanto espero ela voltar, escuto a porta ser aberta novamento.

—conseguiu achar a cozinha mãe?— falo me virando, mas acabo me deparando com Dante, ele está me olhando fixamente, só me levanto meio assustada pela intromissão, não esperava por isso.

O olhar do moreno desceu pelo meu corpo, parece sem palavras com o vestido ou comigo.

Dante —vai mesmo fazer isso? Casar com ele?— diz voltando a olhar diretamente nos meus olhos, acho que não sabe que já nos casamos, que ele já é meu marido.

—sim, ele me mostrou ser a melhor opção sinceramente— digo pegando o batom vermelho em cima da mesa, esqueci de passar.

Dante —e o Alex, também podia escolher o Henri ou...— vejo que ele para de falar do nada.

—ou?— digo sem entender.

Dante —você tinha opções é isso que quero dizer— só me viro de volta para o espelho, pois preciso acelerar as coisas, não quero deixar Amon esperando tanto, é maldade, tenho certeza que se irritaria e iria embora.

—não deveria estar com a Safira, deixar ela sozinha no grande salão não é algo muito cavalheiro— digo enquanto passo o batom em meus lábios, vejo ele se aproximar pelo espelho.

Dante estendeu uma mão e passou seus dedos por dentro do meu cabelo, consigo sentir ele segurando com a ponta dos dedos meus pequenos chifres, isso é estranho e me faz me sentir do mesmo jeito.

Dante —você tem chifres...— parece estar sem acreditar pela expressão.

—vai fazer alguma piada?— pergunto enquanto limpo minha boca, pois acabei borrando por causa da sua ação repentina.

Dante —deixa os chifres aparecerem, esse penteado que está a fazer para esconder eles tira um pouco seu brilho, fica mais linda naturalmente, mais forte também. Sei que não vai mudar de ideia sobre o casamento então desejo que Amon não mate você como fez com todas as outras mulheres que passaram por sua vida, além disso, você está maravilhosa, a noiva mais intensa que conheci— estou completando pasma e sem reação alguma com suas palavras, meu rosto está ardendo em vergonha, mas ele saiu logo depois de dizer então não viu.

Meu coração acelerou, mas preciso voltar a postura normal, pois sou casada e isso é completamente errado.

Vejo minha mãe entrar pela porta, está com um copo d'água, olhou para mim e veio em minha direção.

Mia —tudo bem? Seu rosto estão muito vermelho, espera um pouco, vou abrir as janelas— diz colocando o copo de água em cima da mesa.

—mãe, sabe como fazer para tirar o feitiço de alguém?— pergunto apenas por curiosidade.

Mia —por acaso está falando do Dante?— como ela sabe...? Pode ver o futuro, esqueci completamente.

—sim, eu acho que possa estar sendo enfeitiçado pela Safira e....

Mia —talvez ele tenha se aproximado dela por querer, todos que se aproximam de ninfas sabem do detalhe sobre a saliva delas, talvez ela nem perceba que está usando nele, é algo as vezes involuntário nelas. Por acaso essa pergunta é por ainda gostar dele?— fico meio sem reação ao ouvir isso.

—ainda fico mexida, pensei que passaria depois de casar— digo e ela apenas sorri.

Mia —sentimentos não somem assim do nada filha, vai aprender a amar seu marido, tenho certeza disso, mas sempre tem desafios  na vida de casados, tem que aprender a superar eles.

—entendi... Pode mudar o penteado?— pergunto e ela olha diretamente para mim.

Mia —quer que seus chifres apareçam  não é?

—acha que fico melhor com eles visíveis?— pergunto meio na dúvida.

Mia —sim, eles fazem parte de você, filha, amo esse detalhe no seu pai, também amarei ele em cada um dos meus filhos. Tenha orgulho do que puxou do seu pai, pois foi isso que mostrou para o inferno o quanto ele é forte e unico— ela tem razão.

—faça eles aparecerem, não tenho do que me envergonhar— falo e ela abre um sorriso angelical, parece ter gostado da minha decisão.

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Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora