Capítulo 67

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Eliza

Estou exausta mentalmente e fisicamente, luto na linha de frente todas as vezes ao lado de Amon e as vezes de Dante, sou a rainha que sempre quis ser, mas sinto que não é o suficiente.

Depois de lutar e defender meu reino volto para sala do trono e fico lendo livros sobre maldições, as vezes leio dez páginas sobre o Amon, mas tudo que leio é meio assustador, maligno ou estranho.

Amon —como está passarinha, se sente bem sendo independente?— pergunta me olhando enquanto pega a jarra de sangue para colocar no copo.

—isso não é vinho, é sangue— digo pois é para mim, eu não bebo vinho assim normalmente.

Amon —tanto faz, Eli, sou um demônio, isso não importa— diz bebendo.

—meio demônio— digo o corrigindo.

Amon —não é isso que meu pai me fez entender, agora, como está seu avanço?— respiro fundo estressada por não ter conseguido nada ainda.

—não existe avanço, estou tentando Amon, não me aprece— falo e ele apenas se vira, vi sua expressão abaixar, inseguro, ele está com medo de algo.

Amon —Eli, já pensou em ter filhos imagino?— diz voltando a se virar, por que esse assunto estranho do nada.

—acho que já cheguei a pensar sim, inclusive falei com você uma dessas vezes, onde quer chegar?— pergunto de forma direta.

Amon —se você vivesse da forma que quer sem jamais poder ter filhos, seria feliz?— que pergunta específica.

—esta querendo me deixar esteril Amon?— pergunto  olhando com a sobrancelha levantada.

Amon —claro que não, também não tenho poderes para fazer algo assim, só queria puxar assunto com você, saber o que gosta e o que deseja— eu estou estranhando ele.

—ser direto é bom, você é bruto e seguro já maioria das vezes, o que mudou?— pergunto e ele senta no trono ao meu lado.

Amon —alem de eu estar morrendo? Sei lá, estou sentindo coisas que antes eu não sabia o que era e que existia— me viro para olha-lo, parece distante.

—deve estar sentindo angústia, medo, incapacidade, insegurança. Agora sabe como eu me sentia antes de conhecer você— falo pois foi ele que me fez mudar.

Amon —você nunca vai me ver demostrando isso para mais alguém além de você— ele está olhando fixamente para uma escada completamente preta pendurada na parede da entrada principal da sala.

—aquela espada tem uma história Amon?— pergunto, pois quero tentar entender ele.

Amon —muitas, era minha. Me foi dado quando fiz 21 anos, meu pai mandou forjar com metais tirados do céu, inferno e purgatório— parece pensativo.

—queria que pudesse se abrir comigo, de verdade— digo pois quero me conectar a ele, sentir que temos algo, sei lá, mas acho que talvez seja impossível.

Amon —eu matei inúmeras pessoas e nunca me arrependi disso, em nenhum momento, até mesmo pessoas inocentes que ficavam no meu caminho pois achava que estava certo. Ainda assim meu pai me punia e me tava uma segunda chance, mas me tratava como um monstro por ser meio demônio, ele me amava, mas seu sentimento era completamente distorcido. Jamais vou conseguir acreditar que em algum momento me amou como filho e pensou que eu poderia ser um bom herdeiros, estou  querendo me referir a quando nasci, quando era criança.— eu entendo que deve ter sentido raiva e por isso preferiu ser o monstro que o pai dele insinuava que fosse, mas...

—você nunca me disse o motivo dessas maldições, o porquê dele ter feito isso com você, pois se chegou a esse nível de querer que em algum momento morresse...— o olho dele está fixo na parede, tem algo de errado com ele, muito errado.

Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora