Dante
Vou para fora do reino para ver se consigo encontrar aquela guarda novamente, estou bastante interessado nela, é raro eu pensar tanto em uma mulher sem ter visto boa parte do seu corpo antes, parece que seus olhos azuis como o céu da manhã já chamaram completamente minha atenção.
Caminho pelo campo a procurando, me pergunto se é realmente muda, não vejo problema nisso, ela parece ter se assustado quando me viu, será que não sabe quem eu sou? É bem impossível, os guardiões são tão importantes que quase somos considerados celebridades no purgatório.
Continuo a andar até ver a mesma mulher de rabo de cavalo e capacete lutando contra um monstro bem forte, só fico a observar de longe o quanto ela é forte e habilidosa, mas ao mesmo tempo desajeitada, cai, se machuca bastante, mas não desiste e continua firme.
Acho que deveria ter sido menos rude com ela no outro dia, provavelmente pegou uma má impressão de mim, os olhos dela parecem tão puros e inocentes, deve ser bem ingênua.
A observo matar o monstro e logo depois sentar no chão, parece um pouco cansada.
Vou na direção dela, tenho uma postura muito séria, nunca abaixo a guarda nem mesmo quando estou a dormir, da última vez que fiz isso aquela peste da rainha foi me infernizar para ir na coroação enquanto eu estava a dormir.
—parece que o destino nos uniu novamente.— falo me aproximando, vejo que a mesma toma um belo susto quando me nota, inclusive se levantou e se afastou, parece estar um pouco assustada.
É estranho essa sensação, sinto como se já conhecesse ela faz tempo, parece que somos íntimos pois não vejo ela como uma desconhecida qualquer.
—não tive tempo de me apresentar da última vez que me viu, meu nome é Dante, sou guardião do purgatório, considerado um dos mais importantes.— falo fazendo uma expressão mais simpática.
Vejo que ela continua sem dizer uma única palavra, isso parece estar me confirmando a possibilidade de ela realmente não conseguir falar.
—eu não vou fazer nada com você, gostaria de conhecê-la, quero convida-la para um baile de máscaras no castelo, quero ver você em um vestido delicado como seus olhos azuis.— consigo ver pela abertura dos olhos que sua bochecha está corada.
Uso meu poder para aparecer na frente dela, a mesma se assusta e acaba caindo para trás, consigo pegar ela a tempo, ela agora está em meus braços com seu rosto bem perto do meu.
—me desculpe por isso, não achei que tomaria um susto tão grande.— falo tocando em sua mão, sinto ela tremer inteira.
Só fico impressionado quando ela me empurra e sai correndo assustada, acho que fui longe demais, nunca precisei cantar alguém antes, todas as outras sempre foram tão fáceis, talvez por serem gananciosas ou pervertidas.
Estou sentindo a presença de alguém faz algum tempo, mas conheço por isso não prestei atenção.
Henri —qual o seu problema em dar em cima de mulheres que acabaram de entrar na guarda real, não basta transar com as nobres, empregadas e criadas?!— como ele tem uma importância grande na guarda real provavelmente fica bravo quando me vê interferindo em alguma coisa.
—eu não estava fazendo nada demais, só vim falar com a novata— falo meio mal humorado, mas ele continua sério.
Henri —Cristian a colocou na guarda por achar que ela tem potencial a ser desenvolvido, não a conheço, mas deixou bem claro para ficarmos longe dela.
—você não desconfia das coisas que ele anda fazendo, primeiro sumiu com a nossa rainha, não dá nenhuma notícia dela, já pensou se ele entregou ela para o nosso inimigo? Agora fica trazendo pessoas novas para a guarda do castelo...
Henri —esta mesmo falando isso do nosso irmão? Eu desconfiaria mais de você do que do Cristian, ele não tem motivos, já você eu não sei.— ele está mesmo falando isso de mim?!
Só respiro fundo para não me irritar, eu tenho implicâncias com meu irmão sim, mas ele realmente está estranho ultimamente, esconde alguma coisa e não conta.
Henri —tem uma vila inimiga se erguendo no sul, quero que vá até lá e resolva isso, Dante. Tem trabalhos e você não deveria se distrair com mulheres, sabe que somos proibidos de ter algo a mais que sexo, e forma que olhou para aquela mulher foi sentimental demais, sabe muito bem o que aconteceu com o Cristian quando se apaixonou, ele perdeu tudo da pior forma possível.— esse é um dos motivos para querer se vingar do purgatório.
—eu só do um pouco interessado, depois de conseguir o que quero provavelmente minha fixação vai sumir junto com o interesse.— falo pois sempre é assim.
Henri —se quer uma mulher nova e jovem pode conseguir na cidade, ela é nova na guarda e não quero ver discórdia entre soldados.— ele está extremamente sério com isso, é melhor deixar para lá, mas estava gostando de me aproximar dela.
—certo, não daria certo eu me aproximar de alguém que não faz sons mesmo.— falo indo em direção ao sul já que tenho trabalhos a fazer.
Eliza
Só volto para casa com meu coração extremamente acelerado, eu não estou entendendo mais nada, será que Dante sabe quem eu sou e está brincando comigo? Pois não é possível ele não me conhecer e dar em cima de mim, aquele moreno idiota nunca foi assim comigo no castelo, mas agora que não me reconhece fica agindo estranho como se tivesse interessado, se alto proclamando guardião mais importante, quem ele pensa que eu sou? Uma interesseira que gosta de gente importante?
Naomi —você está bem mestra? Seu rosto está vermelho como um tomate, encontrou alguém que gosta? Minha irmã ficava assim quando encontrava o garoto que era apaixonada, parecia ansiosa, brava e envergonhada igual você agora.— fico olhando para cara dela tentando não me irritar pois é a última coisa que queria ouvir.
—estava muito quente lá fora, além disso o monstro que enfrentei hoje me deixou exausta, irei tomar um banho.— falo subindo as escadas querendo ir logo para o banheiro gritar na frente do espelho.
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Rainha do Purgatório
RomanceElisa é uma demônia nascida no inferno, foi tirada de sua família quando tinha acabado de nascer para se tornar rainha de um dos lugares mais perigosos que já existiram. Ela vai ter que aprender muito até ser aceita como rainha, vai trilhar um long...