Extra

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Eliza

Vou até o jardim e sento no banco para olhar minha filha brincando com a terra, está toda suja, mas pode tomar banho para se limpar depois, o importante é ver seu sorriso alegre agora.

É estranho, não vejo ninguém aqui além de nós duas, mas sinto uma presença perto dela, parece estar a observando, acho que é a mesma que a amaldiçoou ela por não morrer.

Me pergunto se é um ceifeiro ou o próprio Deus da morte, acho que está perto da árvore, pois Cristak olha para lá as vezes como se tivesse vendo algo.

Consigo sentir a energia de Naomi vindo para cá, provavelmente acabou suas tarefas no castelo ou está vindo me avisar de algo. Vejo ela se aproximar de mim e sentar no banco que estou, para mim com certeza ela é mais que uma serva, é uma amiga.

Naomi —sua saúde está melhor, majestade?— apenas forço um sorriso e olho para ela.

—eu tô sim, são só incômodos na pele, nada demais, estou mais preocupada com minha filha no momento, de não saber o que a espera no futuro— digo vendo Cristal tocar no cabelo com as mãos sujas de lama, seus cabelos brancos vão ficar marrons assim.

Naomi —sei que não é nada demais, mas você não pode simplesmente esquecer de se cuidar e ficar pensando apenas em Cristal, ela tem 5 anos, vai demorar muito a crescer, além disso, mão tem nenhum perigo para ela aqui, esse lado é fechado lembra?— talvez o perigo para ela já esteja perto dela agora esperando algum momento para levar sua alma.

—tem razão talvez eu esteja me preocupando a toa— digo até ver Cristal ir até o jardim, arrancar uma tulipa e correr até a árvore com ela na mão, quando chega lá parece tentar entregar a alguém.

Naomi —é a primeira vez que vejo uma criança com um amigo imaginário, é tão fofo— apenas forço meu olhar para tentar ver melhor, pois eu sinto algo alí, não é coisa da minha cabeça, tenho certeza.

Uso minha joia para tentar ampliar minha visão o que me faz finalmente ver a pessoa alí, é um homem alto de cabelo preto liso, seus olhos são escuros, acho que da cor do céu a noite, tem asas pretas com penas afiadas na ponta, seu olhar para minha filha é sério.

Apenas vejo ele se virar e se afastar um pouco dela, mas minha filha o segue, pois quer entregar a flor, vejo que ele se cansa de rodar em volta da árvore, pega a flor a taca no chão e pisa em cima, quando Cristal vê começa a chorar, penso em levantar para pegar ela, mas ele parece se desesperar com seu choro, pois se apressou e pegou outra flor no jardim, se abaixou e entregou a ela o que a fez parar de chorar um pouco, mas logo depois voltou, pois é teimosa.

Naomi —tão fofinha, parece que brigou com o amigo imaginário— não sei o que é mais preocupante o fato de ela achar que minha filha tem um amigo imaginário ou o fato de ser na verdade um ceifeiro.

—vou pegar ela, crianças tem a mente muito fértil mesmo— caminhando até a árvore, ignoro o ceifeiro, pois não quero que note que posso ver ele, pego minha filha e levo em direção ao castelo enquanto a consolo por causa da flor.

         História da Cristal: Entre Mundos (Deuses Elementais)
        Já lançada

Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora