Capítulo 122

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Eliza

Dante esta demorando muito para voltar com Amon, estou ficando preocupada, vai que ele irritou tanto meu marido que foi decapitado ou algo assim, pois está parecendo um adolescente sem limites.

Me sento na sofá e cruzo minhas pernas enquanto espero, pois não quero ser impulsiva e sair andando pelo castelo como se estivesse tudo bem.

Consigo escutar a voz dos dois se aproximando de onde estou, só fecho os olhos e me atendo a escutar.

Amon —serio que já está enchendo minha paciência, não passou nem uma semana que descobriu ser meu irmão e já quer usurpar meu lugar de rei?— pelo tom de voz está sem paciência para isso, mas pelo menos está ouvindo e não mandou os guardas apenas expulsarem Dante de perto dele.

Dante —só acho que por sermos gêmeos deveríamos ter os mesmo direitos sobre o purgatório, sabe, dividir os reinos igualmente assim a loucura não iria afetar nenhum de nós dois— acho que ele está querendo realmente irritar, Amon.

Amon —eu só ainda estou ouvindo você por consideração a minha falecida esposa, pois se não fosse por isso ignoraria sua insistência em tentar me irritar o tempo inteiro— as vezes da vontade de bater nele mesmo.

Dante —ficar ameaçando seu irmão é uma coisa muito feia sabia, somos família, não precisamos ser inimigos— notei em tom de deboche no fundo.

Amon —aproveita esse pensamento e diz isso para nossa mãe, também diz para nosso pai já que obviamente ele sempre teve preferência por ti.

Dante —se não tivesse  desapontado tanto ele não trataria você com tanta ignorância— isso não é motivo para tratar um filho assim depois de séculos sem vê-lo, pelo menos dar uma chance para ver se mudou.

Amon —estou achando que está querendo me apunhalar pelas costas, por que está me levando para essa sala no fundo do castelo? O que tem aqui dentro, uma armadilha?

Dante —as vezes você parece paranóico, ainda vai me agradecer, não existe irmão melhor que eu nesse mundo— consigo escutar alguém virando a maçaneta, me levanto na hora e arrumo minha roupa.

Logo escuto passos, quando vejo Amon ele paralisa na porta ao me ver, mas caminha em minha direção em silêncio, quando está próximo de mim apenas me abraça tão apertado que sinto que fiquei sem ar.

Dante —vai matar ela se continuar a apertando assim— quando ele diz isso Amon me puxa e me olha por um tempo.

Amon —minha cabritinha, é  você mesmo? Por que parece que ficou mais nova?— parece estar me estranhando, inclusive se abaixou um pouco para me olhar nos olhos.

—não precisa se abaixar para falar comigo— digo seria, pois me sinto inferiorizada quando fazem algo assim.

Amon —pensei que tivesse perdido você para sempre, mas é muito bom vê você bem, mesmo que esteja parecendo uma jovem virgem— diz com um sorriso que me faz sorrir também.

Virgem, eu voltei a ser virgem? Nem tinha pensado nisso até agora.

Amon —eu tô feliz demais em ver você viva, mas como você da viva? Vi seu corpo se desfazer em pó em minhas mãos— eu entendo as dúvidas dele.

—esse é meu verdadeiro corpo, o antigo foi me dado pelo purgatório, sei que esse parece ser meio sem sal....

Amon —você é linda mesmo não parecendo uma "mulher da vida"—  fico meio sem reação ao ouvir isso e logo depois Dante começa a rir.

—você achava que eu parecia uma prostituta?— digo sem acreditar.

Amon —mais ou menos isso— não tenho como culpa-lo, pois até eu me achava muito exagerada naquele corpo.

—e então podemos conversar? A sós— digo a última parte para ver se Dante apenas me deixa conversar com ele sozinha.

Amon —ouviu "irmão"? Sua presença não é necessária, vaza— nossa, queria saber o que está acontecendo com esses dois, pois parecem estar cheios de problemas.

Dante —não é necessária agora, mas vai ser— por que um está afrontando o outro o tempo todo?

Vejo ele sair do cômodo logo depois de dizer isso, meu marido só respirou fundo e voltou a olhar para mim, está com um pequeno sorriso nos lábios e um olhar de tranquilidade.

Fico meio atônita quando volta a me abraçar, está cheirando meu cabelo.

—podemos conversar, sobre o fato de...— antes que eu possa terminar de falar ele me puxa pela cintura até um sofá no fundo da sala.

Amon —não antes de me explicar direitinho como está viva, pois é maldade fingir a própria morte e deixar os outros sofrendo, de luto— acho que merece uma explicação plausível mesmo.
(...)

Eu expliquei tudo com o máximo de detalhes possível, ele ficou quieto apenas ouvindo, o que me tranquilizou de certa forma.

Amon —é bom saber que seu corpo verdeiro estava guardado caso acontecesse algo. Quer conversar sobre nós e sobre o reino imagino, podemos fazer isso depois de jantar, estamos atrasados 5 minutos e se eu não aparecer ninguém come naquela mesa, pelo menos esse respeito eles tem por mim— acho que é melhor comer primeiro, estou louca para comer carne e comida normal, ainda não estou cheia.

Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora