Capítulo 33

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Eliza

Abro meus olhos me sentindo exausta, meu corpo todo está fraco, meu estômago está fazendo um barulho estranho.

Me forço um pouco para virar para o lado, pisco meus olhos enquanto tento ver se não estou tendo uma alucinação, pois estou vendo Dante dormindo em uma poltrona ao meu lado, pelas olheiras parece existo.

Tudo que eu me lembro é de ter ficado presa na biblioteca no subsolo, ouvi duas explosões que tremeram tudo, estava no completo escuro, pareceu uma eternidade, fiquei com fome e sede extrema. Eu não tenho certeza disso, mas acho que morri por um tempo, quando despertei estava completamente diferente com meus instintos mais ativos, não quis dormir por medo de não acordar mais, só fiquei em um canto da sala esperando....

Eu  acreditei que desistiram   de me procurar, já não tinha mais esperança alguma, mas aí ouvi um estrondo, pensei que o teto finalmente ia cair acabando com minha agonia, mas  um  flash de luz iluminou uma parte de sala escura, consegui ver alguém na luz, mas como meus olhos estavam sensíveis não consegui ver quem era naquele momento. Fui dominada por uma vontade intensa de atacar, senti como se meus dentes tivessem crescido, simplesmente não consegui me segurar e fui para cima.

Enquanto bebia o sangue da pessoa, me senti estranha quando a pessoa tocou em minha cabeça e deu carinho em meu cabelo. Quando escutei sua voz me senti segura, senti que finalmente poderia me render ao cansaço e foi isso que fiz.

Me levanto da cama devagar, por ainda me sentir fraca, me aproximo do moreno, mas quanto estou perto meus dentes que estão extremamente pontudos crescem, meu corpo parece querer me forçar a ataca-lo, ainda estou com fome e isso parece estar me controlando.

Só paro de andar em sua direção quando o vejo mexer um pouco sua cabeça, fica lindo dormindo, provavelmente não dormiu direito por minha causa, talvez eu esteja sendo ingênua em pensar isso, não sei o que aconteceu para tudo aquilo acontecer.

Estendo minha mão e fico em seu cabelo macio e brilhante.

Talvez eu não deveria fazer isso, mas quase não tenho chance, nunca chequei a tocar em seu rosto antes, posso aproveitar que está dormindo para descobrir como é toca-lo.

É muito estranho, estou morrendo de fome, mas quando penso nele tudo parece sumir. Coloco minha mão suavemente em seu rosto que está extremamente quente, parece que não vai acordar dão cedo.

Fico a acariciar sua bochecha  por um tempo enquanto o observo dormir, tenho que agradece-lo por ter me salvado.

Vou para trás no momento que vejo os olhos dele abrirem, está os piscando, parece extremamente cansado.

Dante —é bom saber que acordou, parece bem.— diz abrindo um pequeno sorriso, parece aliviado em me ver.

Não consigo evitar de ficar meio sem jeito, minhas bochechas  estão ardendo um pouco.

—o que aconteceu? Foi em ataque.— pergunto olhando para ele com preocupação, pois não sei o que aconteceu.

Dante —foi um ataque, eles concentraram muito poder e fizeram uma bola de fogo explosiva com ele, acertaram direto no castelo, tudo desmoronou na hora, eu não sei exatamente tudo, pois cheguei quanto tudo já tinha acontecido, sinto muito.— o olhar dele parece carregar muita culpa, acho que mais coisa aconteceu, pois ele parece estar sofrendo.

—a culpa não foi sua, claro que poderia ter ficado aqui e evitado ir para terra encontrar uma mulher qualquer, mas....— falo de falar quando ele aperta minha bochecha  e sorri.

Dante —isso é ciúme? Fica fofa bravinha.— diz normalmente, ele para de apertar minha bochecha e fica a acariciando de leve.

—não, só acho perda de tempo ir para a terra por causa de uma mulher, existe outras mulheres aqui no purgatório.— falo com a cara fechada, ele só está me olhando com um sorriso convencido como antes, quando paro para pensar percebo o que falei.

Dante —como você?— sinto meu rosto queimar quando diz isso, só acabo empurrando ele da cadeira o fazendo cair no chão de costas.

—me desculpa, eu não queria...— falo tentando ajudá-lo, pois as vezes não controlo meu poder direito.

Quando estendo minha mão ele simplesmente nega e fica no chão mesmo olhando o teto sem muita expressão, tem alguma coisa que não está me contando.

Ia falar algo, mas sinto minha pressão baixar me fazendo cair de bunda no chão, só respiro fundo e fico  ali mesmo ao lado do moreno caído no chão.

—algo mais aconteceu não é, já sabe que pode me dizer.— falo, mas ele continua sem me responder.

Dante —você precisa comer, sua pressão está baixa demais, quando estiver melhor iremos conversar. Tem algo que preciso pedir a você.— diz se levantando um pouco e sentando no chão.

—o que quer pedir?— pergunto olhando diretamente para seus olhos que estão extremamente sérios.

Dante —por favor, evite ficar sozinha com qualquer pessoa, não confie em ninguém.— por que está me dizendo isso?

—isso inclui você?— falo normalmente em um tom de brincadeira, mas seu olhar não mostra que está brincando.

Dante —se quiser me incluir tudo bem, mas quero que evite todos. A barreira do reino foi desfeita na hora do ataque, só alguém de dentro do castelo poderia fazer isso.— pensei que fosse Adam que cuidasse da parte burocrática e das barreiras em volta do castelo.

—acha que foi o Adam.— pergunto mesmo não acreditando nisso, pois ele não tem motivos, é sempre o mais feliz entre os guardiões por sempre estar com um sorriso no rosto.

Vejo o olhar do Dante se desfazer, parece estar se forçando a não demonstrar nada.

Dante —não pode ter sido ele. Fica aqui, irei pegar algo para comer.— diz se levantando, mas seguro sua mão o fazendo sentar no chão novamente, minhas presas voltaram a crescer, ele tocou em um assunto que me fez perceber o quando estou com fome.

—seu sangue, quero tomar ele.— falo e fecho eles apenas encarar meus olhos.

Dante —não imaginava que fosse meio vampira também, quando seus olhos ficam vermelhos fica extremamente...— vejo que ele para e vira o olhar sem aviso.

Só subo em seu colo e vou direto para seu pescoço, ele não respondeu, sinceramente não quero saber se deixa ou não, meu estômago dói de tanta fome. Preciso disso.

Mordo seu pescoço, ele simplesmente não luta e me deixa beber sem lutar, enquanto me alimento sinto o corpo dele tremer.

Dante —chega, se continuar bebendo vai me matar.— não faz muito sentido já que vai voltar a vida, mas tudo bem, estou um pouco satisfeita.

Quando se afasta de mim, só sai do quarto sem me olhar novamente.

Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora