Capítulo 138

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Eliza

É um pouco estranho parar para pensar que toda vez que eu ir ver meus pais terei que ir para o inferno literalmente.

Pego a pulseira que Amon me deu e mexo em um mecanismo dela para abrir um portal vermelho sangue.

Só respiro fundo e entro dentro dele sem pensar muito, mas quando abro os olhos noto que estou em uma floresta extremamente tensa e escura.

Não é muito acolhedor estar aqui sozinha, ainda mais pelo lugar ser escuro e os trancos das árvores serem vermelho escuro.

Eu devia ter falado antes para onde queria ir, como eu sou burra.

***** —perdida mi lady?— quando escuto uma voz perto de onde estou  tremo do pé a cabeça.

—quem está aí?— pergunto me virando para procurar de onde vem o som.

Não preciso procurar muito pois logo um homem de cabelos pretos longos aparece, seus olhos são de um tom azul esverdeado e sua expressão é bem calma.

***** —parece muito com a sua irmã— ele conhece a minha irmã?

—quem é você? E como conhece a  minha irmã?— pergunto me afastando um pouco, cautela nunca é ruim.

***** —meu nome é Arlan, sou como se fosse irmão do seu pai, sou um dos pilares do inferno, a pergunta que deveria ser feita é o porquê de estar na floresta da perdição, se não tomar cuidado pode ser envenenada por algum inseto venenoso e nunca mais voltar, ou virar comida das arvores— ele não parece estar mentindo nem ter vontade de se aproximar de mim.

—eu abri um portal e vim parar aqui, pode me direcionar para o castelo dos meus pais?— só preciso que aponte para onde fica.

Vejo que ele aponta para o sul e pega uma bússola para me ajudar.

Arlan —só seguir em linha reta, fique longe de tudo tipo de animal ou planta que encontrar, tudo aqui é perigoso, inclusive os mosquitos—deve ser por isso que ninguém gosta daqui.

—obrigada— digo e logo sigo meu caminho, quando viro para olhar para ele uma última vez simplesmente sumiu.

Depois de muito caminhar consegui ver o castelo dos meus pais, não foi tão difícil,  encontrei várias plantas muito chamativas pelo caminho, que inclusive brilavan muito, mas apenas ignorei como aquele homem falou. Eu não conheço esse lugar como conheço o purgatório, não posso dar mole e acabar morrendo por descuido.
(...)

Estou em frente ao castelo do meu pai esperando alguém avisar ele da minha chegada, mas está demorando muito.

Ariane —que bom que voltou, venha, entre minha pequena— pergunta caminhando em minha direção com um sorriso, ela é a governanda do castelo eu acho.

Só sigo ela passando pelos guardas, logo passo pela sala principal do castelo onde vejo meus irmãos puxando o cabelo um do outro enquanto lutam para ficar em pé, pelo que parece já aprenderam a andar.

—eles ainda brigam?— pergunto meio preocupada com os dois.

Ariane —sim, Belial e o Henri continuam tentando se agredir por isso tiramos os brinquedos, assim eles só ficam nos puxões de cabelo, nada muito sério— talvez fosse melhor separar de uma vez os dois, pois quando crescerem mais pode piorar.

Sigo ela até a cozinha onde encontro minha mãe fazendo uma sopa de legumes com ajuda de um livro de receitas, parece estar bem entretida.

—não sabia que cozinhava mãe— falo e ela para tudo para vir até mim e me abraçar.

Mia —não cozinho, queria fazer algo mais natural para seus irmãos então resolvi tentar, mas já que está aqui posso deixar as empregadas fazerem— diz me soltando de seu abraço apertado.

—na verdade posso de ajudar enquanto conversamos— digo e ela parece concordar.

Mia —se não se incomodar me ajudaria muito— quando ela diz isso vou até os legumes e pego o cortador para descascar.

—mãe, sobre o meu casamento com Amon...

Mia —eu sei filha, eu consigo ver o futuro lembra? Olha, as coisas vão melhorar, sei que deve estar sendo difícil seguir em frente com todas as perturbações do Dante e o quanto ele te faz lembrar do Amon, mas as coisas passam— eu sei disso, mas eu queria seguir completamente em frente logo.

—tem um homem ruivo no meu reino, ele sempre esteve no meu lado e cuidou de mim quanto mais precisei. O nome dele é Alex, ele é gentil, leal, fofo e muito bonito, quero me aproximar mais dele, talvez possamos namorar, e se as coisas evoluírem ficarei muito feliz— ela apenas me ouviu em silêncio por um tempo.

Mia —fico feliz que esteja dando uma chance a ele, mas nossa família é conhecida por fazer ruivos sofrerem, não que você vá fazer isso, mas pode acontecer o contrário também, que foi o meu caso— agora fiquei curiosa.

—já namorou com um ruivo?— pergunto interessada no assunto.

Mia —sim, o nome dele era Ryu, era um dragão que protegia o inferno, caso fique confusa, ele ficava em uma forma semi humana, nos namorados por um tempo, mas ele terminou comigo ao notar que eu não tinha esquecido seu pai— imagino que deve ter doido nela.

—acha que não vai dar certo eu e Alex...

Mia —depende de muita coisa, inclusive da sua paciência e decisão, pois o Dante não vai parar de perturbar você— era de se imaginar.

—pode me dizer o que o futuro me reserva, sei que não gosta de dizer, mas não corro mais risco de vida né?— falo e ela respira fundo.

Mia —cheguei a ver três possibilidades sobre você; pode escolher governar sozinha; também pode seguir sua intuição e casar com Alex o que vai ocasionar no nascimento de um casal de gêmeos ruivos de olhos azuis— diz colocando alguns temperos no molho.

—qual a terceira possibilidade?— pergunto e ela parece ficar incomodada, tem a ver com Dante tenho certeza.

Mia —você da uma chance ao Dante e dessa chance nasci uma menina, mas vocês não se casam e continuam cada um no seu reino— não é algo muito inacreditável.

—e qual desses futuros você preferiria?— pergunto e ela respira fundo.

Mia —nenhum, faça o que te fizer feliz minha princesa, pois todas as possibilidades você já tem. Deixe esse assunto longe do seu pai, se ele souber da possibilidade do Dante poder engravidar você sem casar o mata na hora— só concordo com a cabeça.

Enquanto ajudo ela a cozinhar fico pensando no ficar sozinha ou escolher entre tentar dar uma chance a Alex.

Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora