Capítulo 100

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Amon

Eliza está a dormir enrolada no edredom azul enquanto abraça um travesseiro, tem agido estranho ultimamente, tem me evitado, parece estar com medo ou com raiva de mim. Não sei o que eu fiz, mas não parece que vai querer conversar sobre isso.

Saio do quarto e vou até a cozinha beber algo, pois preciso me hidratar um pouco. Quando abro a geladeira noto que o bolo de chocolate da minha cabritinha simplesmente desapareceu, isso é um pouco estranho, pois antes de dormir tenho certeza que vi ele aqui, como Eliza dorme antes de mim e acorda tarde o bolo  deveria estar aqui.

Vejo Dante entrar na cozinha para pegar algo no armário, acho que está procuram os biscoitos de chocolate da minha esposa,  é impressionante como não para de ser inconveniente.

—roubou o bolo de chocolate dela também?— pergunto mal humorado, pois nunca vou conseguir gostar de alguém que vive me afrontando ou tentando me diminuir de alguma forma.

Dante —não, sei o quanto ela se irrita quando tocam em seu bolo preferido— diz sem olhar para mim enquanto pega o pote de vidro e abre a tampa de ferro.

—mas os biscoitos pôde?— pergunto sem acreditar nessa ousadia que ele tem.

Dante —ela quase não sente falta e eles acabam sendo jogados fora na maioria das vezes— não consigo acreditar que o bolo simplesmente sumiu assim do nada.

Respiro fundo e tento esquecer isso, pois não posso brigar por causa de um bolo, mesmo que eu saiba que Eliza ficará meio decepcionada sem ele.

—sabe Dante, a coisa que eu mais odeio no meu casamento é ter que aturar você— falo enquanto pego a jarra de sangue na geladeira para colocar no copo.

Dante —se está tão incomodado por que não me expula ou sei lá, faz pior, isso é algo do seu feitio não é?— diz com um tom arrogante, como ou odeio essa marra que ele tem mesmo depois de ter apanhado para mim.

—não seria nenhum problema para mim me livrar de você, mas Eliza ficaria triste e eu prefiro que não seja eu a magoar ela, minha esposa não tem cara de quem perdoa fácil— digo e logo bebo um copo cheio de sangue.

Dante —então está esperando que eu vá embora por minha própria conta? Isso não vai acontecer tão cedo, vai se acostumando— diz com um sorriso debochado, queria saber como a Eliza passou a vida aguentando esse demônio insuportável.

—sabe que o fato de eu ser marido dela nunca vai mudar não é? Eu não sei se realmente sente algo por ela ou se essas supostas investidas que dá são apenas para sua diversão, mas ela nunca vai ser sua, pois quem dorme ao lado dela todas as noites sou eu e sempre serei— falo terminando de beber o sangue enquanto olho para ele que fez uma cara de bravo.

Dante —vamos ver até quando isso vai durar, Amon, pois eu tenho certeza que não vão durar muito mais tempo juntos— diz e logo se retira me fazendo olhar para o teto, pois isso mais me saiu como ameaça.

Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora