Capítulo 5

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Eliza

Estou indo em direção a caverna mais funda do purgatório para fazer a conexão, estou ficando com um pouco de medo.

Cristian —relaxa um pouco.— diz me acompanhando, prefiro estar com ele do que com o Dante  que só me trata mal e com ignorância.

—eu posso de pedir algo antes de entrar nessa sala?— pergunto em frente a porta de pedra enorme.

Cristian —o que deseja rainha?— pergunta se virando para olhar para mim, sinto meu rosto avermelhar pois é um pedido completamente idiota.

—esquece, não é nada demais.— falo me afastando um pouco da porta para ele abrir.

Cristian —sabe que se eu puder fazer algo por você farei.—  diz abrindo a porta somente com a força dos braços, nem parece ter  feito esforço e olha que essa porta deve pesar toneladas.

Só respiro fundo e tento tomar coragem, vou na direção dele, quando estou na sua frente fico na ponta do pé e dou um selinho em seus lábios, automaticamente meu rosto fica vermelho e eu me afasto. Não costumo agir assim, mas preciso começar a tomar coragem.

Pelo menos antes de morrer vou saber que beijei os lábios do homem que tenho uma quentinha desde os 15 anos.

Dante —que fofo, nossa rainha é apaixonada pelo chefe de guarda.— quando escuto a voz dele dentro da sala a vergonha me invade e sinto que vou morrer.

Cristian —tem como parar te irritar nossa jovem rainha, é por isso que todos aqui te evitam e não gostam de você.— diz entrando na sala, até parece que o que eu fiz não aconteceu.

—tem como só começarem logo isso?!— falo e eles param e ficam me olhando.

Se eu morrer pelo menos pararei de sentir agonia e vergonha.

Só me sento em uma rocha enquanto fico a olhar o coração gigante que está bombeando sangue por veias enormes que nutrem o submundo, eu ficaria com medo desse lugar se não tivesse lido em um livro que Arina me deu.

Cristian —não quer esperar mais?— eu só quero que isso acabe logo.

—não.— falo decidida.

Vejo Dante pegar uma taça de ferro, ele vai até o coração gigante e encosta em uma parte que está caindo sangue, espero que não me faça beber isso, é extremamente nojento e asqueroso.

Dante —espero que não tenha nojo de sangue, pestinha, pois vai ter que beber isso até a última gota.— diz com um sorriso que para mim é bem maligno.

Só engulo seco quando ele me entrega a taça e fica olhando para mim esperando eu beber.

Respiro fundo tentando pensar que é suco de morango, fecho os olhos e bebo rapidamente tentando não prestar atenção no gosto que até que é bom.

Cristian —me desculpe rainha, mas não posso ver o resto dos passos.— diz saindo e eu fico sem entender.

—o que ele quis dizer com isso?— pergunto agora sentindo um pouco de medo.

Dante —eu vou precisar te afogar no lago de sangue até seu coração parar de bater, se o submundo te quiser de volta fará o sangue que bebeu fazer parte de você, assim voltará a vida.

—você não tinha me falado essa parte!— digo nervosa me afastando dele.

Dante —não venha querendo desistir, sabia que podia morrer.— diz caminhando calmamente na minha direção.

—não desse jeito!— falo indo para trás.

Dante —para de ser medrosa, foi você que falou que queria acabar logo com isso.— diz me prendendo contra a parede com o seu corpo.

Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora