Capítulo 102

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Dante

Me sento na cadeira em frente a mesa e fico olhando a torta de maçã, parece estar boa. Estou esperando o café da manhã, mas parece que ninguém acordou ainda, talvez eu que tenha acordado muito cedo, pois é 6:15 da manhã.

Naomi —não precisa esperar os outros senhor Dante, pode ir comendo, pois vai ser preparado mais— diz enquanto arruma a mesa, está colocando os pratos e os talheres, ela é sempre muito responsável, Liza poderia colocar ela como governanta do castelo para cuidar das funções dos empregados.

—sei disso, mas quero comer junto dos meus irmãos, faz um tempo que não fazemos isso, se reunir em família— sinto falta daquela época que não tinha tempo, mas tinha todos os meus irmãos comigo, quando o Adam estava vivo e ficado me zoando.

Escuto passos e logo vejo a irmã gêmea dela entrar no cômodo, são extremamente parecidas, mas a personalidade é diferente.

—bom dia Maori— falo com um sorriso, vejo que seu rosto começa a ficar vermelho instantaneamente, é fofa e completamente apaixonada por mim, o que é um pouco engraçado para dizer a verdade.

Maori —bom dia....— diz de forma envergonhada, mas logo se dirigi para perto de sua irmã.

Naomi —o que deseja falar comigo, maninha— diz enquanto arruma as taças, pois aqui bebemos tudo em taças, inclusive suco de malija, essa fruta me lembra um pouco laranja e limão que são cultivados na terra.

Maori —acho que a rainha e o rei vão viajar, mas estou achando que é por causa.....— vejo que ela da uma parada na fala ao olhar para mim.

—continua Maori, por causa de quê?— fala entrando na conversa  com um  sorriso meio irônico.

Vejo que ela ia responder, mas para ao escutar alguns passos vindo para cá, logo vejo meus irmãos entrarem inclusive Henri, pois tem passado um tempo aqui no seu quarto, diz que a mansão que a Eliza deu para ele é desconfortável por ser solidária e fazia.

Cristian senta na cadeira com seu nome marcado, Alex faz o mesmo, a cadeira dele fica em frente a do pai, mas ele simplesmente tenta evita-lo de todo jeito, Henri senta na cadeira ao meu lado, Arina senta a minha frente, só está faltando a rainha e o Amon.

Henri —sei que não é da minha conta, mas está tudo bem entre vocês e o Amon, quero dizer, notei ele olhando para o quartel de treinamento onde vocês estavam treinando de forma estranha, parecia incomodado com algo, ou com raiva— na verdade ele estava olhando para mim, mas é melhor deixar esse detalhe quieto, pois conheço muito bem eles e sei que vai implicar.

Alex —não era para nós, era para o Dante que sempre que fica sozinho com ele diz alguma coisa que o deixa incomodado e bravo, pensei que ele tivesse parado de ser infantil, mas não parou— respiro fundo, pois mesmo sendo meu sobrinho não deixa de ser inconveniente.

Arina —se continuar provocando a irá dele assim vai acabar morto e com razão, não se deve brincar com a mulher dos outros— só respiro fundo e ignoro sua frase.

Cristian —se sobrar para o Dante tudo bem, pois é adulto e sabe o que faz, mas se a irá dele cair sobre todos nós...

—não vai, ele não faria isso— falo o interrompendo.

Henri —faria sim, você sabe como ele realmente é, ele não puni uma pessoa, puni a todos os familiares para assim dar exemplo a todo o povo, pois controla pelo medo— só olho para torta de maçã enquanto respiro fundo.

Arina —esse não é o único problema que deveria estar se preocupando, todos sabemos que ele não é gentil, que está fazendo de tudo para agradar a Liza, mas uma hora vai ficar tão irritado e frustado que vai parar de se esforçar e mostrar quem realmente é, aí não sobra só para nós, vai afetar a Eliza também, pois a verdadeira personalidade dele é rancorosa, arrogante, autoritária e machista— diz pegando um pedaço de bolo de cenoura que acabou de ser colocado na mesa.

Alex —Arina tem completa razão, Amon é vingativo, nunca esquece de nada que já aconteceu, se você ousar em tocar na esposa dele, vai  decapitar todos nós, mas vai garantir que a sua morte e a da Eliza não seja rápida e nem indolor. Então por favor tio, deixa a Eliza em paz— essa conversa literalmente tirou meu apetite.

—vocês já o aceitaram como rei, simples assim?— pergunto e eles ficam em silêncio por um tempo.

Cristian —essa não é mais a questão Dante, ele já é nosso rei, a metade da jóia já está com ele, tudo que nos resta é tentar aceitar a benevolência dele como marido da Eliza ou ir embora, essas opções são melhores que a morte, pois se ele tivesse matado a Eliza e pegado a jóia essa seria nossa única opção, morrer— sei que essa é a verdade, mas...

Henri —pelo menos estamos vivos, pois quando a Eliza ainda não existia pensava que nosso destino seria ser morto por ele, pois nossos poderes em comparação ao dele sem a jóia ainda são baixos, ele sempre foi o herdeiro do nosso criador, não é algo que podemos simplesmente excluir— fala normalmente enquanto arruma seu prato de saladas.

Alex —falando em poderes, por que os poderes do Dante foram os únicos que não diminuíram depois de bebermos aquele líquido para quebrar as nossas maldições?— os poderes deles diminuíram? Eu nem tinha percebido.

Cristian —..... É verdade, a gente sempre teve o mesmo nível de poder, mas agora que o meu diminuiu você é o mais forte entre nós— isso é muito estranho.

Maori —você tem certeza que o Dante é irmão de vocês? Quero dizer, que foram criados da mesmo forma? Pois pelo que vejo o único moreno aqui é ele, e o primeiro rei não tinha nenhum traço assim pelos livros de história que eu lia, se o Dante foi mesmo criado com o sangue dele não era para ser loiro, branco e palido igual defunto, tirando que tinha que ter olhos verdes ou azuis— respiro fundo, pois já começaram com esse tema que me incomoda.

Cristian —ele se assemelha mais ao Amon, mas talvez nossa pai tenha feito ele para isso, para lembrar do filho— essa opção me deixa ainda mais incomodado, pois insinua que fui criado apenas para tapar o buraco.

Alex —chegou a testar se ainda é imortal?— pelo que eu saiba sim, pois se tivesse parado de ser imagino que meus olhos parariam de ser roxos.

—Soleil disse que sou imortal por causa de uma maldição que aprendeu, mas isso causou esse tom roxo nos meus olhos, mas pelo que eu lembre sempre tive meus olhos assim, dessa cor— para mim sempre foram roxos.

Alex —então você pode ter olhos azuis? Quero dizer, se a cor da maldição que afetou seus olhos for vermelha a mistura daria um roxo— se meus olhos forem mesmo azuis a suposição da Eliza estaria certa, que posso ser realmente irmão do Amon.

Vejo que a mesa fica extremamente silenciosa repentinamente, todos estão olhando para trás de mim, já imagino quem esteja ali.

Amon —eu tenho certeza que sabe ler  Dante, essa cadeira é minha— respiro fundo, me levanto e me viro para  encarar ele, pois eu simplesmente não olhei as cadeiras, essa simplesmente estava no meu lugar.

Maori —a culpa não é dele meu rei, mandei uma empregada limpar e organizar, ela provavelmente errou os lugares que ficam as cadeiras, Dante apenas sentou no seu lugar e não notou essa troca, ele não chegou a mexer— diz com um tom calmo, vejo que ele simplesmente passa por mim sem olhar mais uma vez para meu rosto.

Amon —vou passar um tempo fora com a Eliza como devem saber, vou deixar o comando aos cuidados do...— vejo que ele trava na última parte, o que faz todos olharem para ele inclusive eu, pois não de interromper uma fala do nada.

Arina —quem meu rei?— pergunta normalmente, vejo que ele olha para mim por um tempo, mas logo depois vira para o Alex.

Amon —Alex vai cuidar de tudo enquanto eu estiver fora, é melhor que quando voltarmos esse castelo esteja intacto, entenderam?— a última parte foi falada de forma séria.

Vejo que todos confirmam, menos eu, Amon passa para ir embora, mas seu olhar me fitou de uma forma ameaçadora antes de sair.

Vejo que todos ficam tranquilos quando ele sai, pois quando fala conosco é sempre de forma séria e autoritária.

Cristian —por um minuto achei que ele ia deixar o comando nas mãos do Dante, mas isso seria impossível— diz enquanto ri.

Alex —o pior é que tive a mesma impressão, senti que fui a segunda opção— diz enquanto olha seu prato.

Arina —ele nunca colocaria o Dante em um cargo desses, eu não colocaria alguém que está tentando pegar "minha esposa", é um fato— só me levanto e saio da mesa, pois meu apetite foi embora completamente.

Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora