Capitulo 62

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Dante

Estou na retaguarda da rainha que estranhamente decidiu lutar na frente, ela parece estar brava com alguma coisa, pois está lutando sem se importar muito com as coisas a sua volta.

Não preciso fazer muita coisa além de observar, pois ela não quer ser ajudada.

Me pergunto o que Amon fez com ela, pois nunca a vi assim antes, não pelo fato de estar lutando e matando e sim pela sua expressão de destem.

Eu tenho que admitir que ver ela sendo completamente independente em questão de se proteger esta sendo interessante.

Acho que "talvez" a influência do Amon seja benéfica,  não o fato de ele treinar ela como se estivesse tentando mata-la com uma facada, mas sim por finalmente ela estar lutando com medo de levar um golpe e morrer.

Só escuto um som de gritos do outro lado, Amon costuma matar torturando ou causando muita dor, queria saber qual o fetiche dele com isso, poderia ser igual a rainha que apenas acaba com a dor dos outros de uma vez.

Me pergunto o que ele fez para ela, pois normalmente quem fica na sua retaguarda é ele,  ou em sua frente.

Henri —nem precisamos continuar lutando, ela está dando conta sozinha, na verdade acho que está colocando o ódio dela nos inimigos. Queria saber o que Amon fez, pois acho que até estavam se aproximando— diz tanto uma pausa para descansar atrás de mim.

—realmente, algo ele fez, mas não acho que faça alguma diferença para ela, e eles não estavam se aproximando,  ela o odeia— quando digo isso vejo que ele abre um sorriso estranho.

Henri —se odeiam tanto que vão até casar, não duvido nada que daqui a cinco anos vão  estar cheio de filhos, eles vão até chamar você de tio— Deus me livre desse pesadelo.

—do jeito que estão isso não vai acontecer, só acho que ela deveria se preparar para mata-lo, pois o vi tossindo sangue no outro dia. As maldições estão o matando, uma hora vai entrar em desespero e nesse momento, Eliza, será um problema, pois ninguém quer morrer, muito menos ele— eu não duvido que se não conseguir o que quer será a única opção.

Henri —eu não duvido que vão casar, ele parece se importar com ela,  de uma forma estranha, mas se importa— vejo um inimigo se aproximar da gente, só uso minha espada e perfuro sua barriga, vejo ele cair no chão,  parece estar em agonia então só o finalizo.

—a forma que ele a trata não demonstra amor— digo e escuto o som de uma risada sendo contida, olhamos para trás, Alex está ali com a postura normal, seu olhar me lembra um pouco Cristian, acho que passou tempo demais com ele pois pegou a mesma postura e expressão.

Henri —o que acha sobre isso, achou graça de algo, não?— ele parece querer fazer o ruivo falar, mas sei que não irá responder,  acho que se sente inferior, ou que não possa nos responder por ser mais novo.

Alex —não é nada, só que você não tratava ela tão diferente não,  mas ainda assim se preocupa— Olho para cara dele de forma séria, mas paro ao sentir Henri colocando a mão no meu ombro.

Henri —sabe que ele não está mentindo,  vocês são bem parecidos no final das contas, mas você é mais idiota e menos manipulador, demorou meses para perceber o óbvio— eu não consigo acreditar que está mesmo me chamando de burro.

Paramos de conversar quando vemos Amon se aproximar, provavelmente já limpou os inimigos do outro lado, a rainha está  voltando para o castelo voando, a gente nem percebeu ela abrindo voo, as vezes acho que somos péssimos guardiões.

Amon está com um pouco de sangue na boca, mas não parece ferido, acho que está com dor, pois sua expressão de desconforto é aparente.

Vejo que ele guarda suas armas, acho que não vai voltar para o castelo.

—para onde vai? Se encontrar com algum informante  ou com a sua mãe?— pergunto de forma séria e desconfiada, pois eu nunca vou mudar de odeia sobre ele.

Amon —na verdade irei em uma taberna para beber, preciso me distrair de algo já que a rainha está querendo fazer da minha vida um inferno— diz pretendo o cabelo em um coque.

Henri —o que você fez dessa vez?– ele parece curioso para saber, mas Alex não,  parece inclusive estar evitando o assunto.

Amon —nada, a Eliza ficou paranoica quando estava bêbada e pegou ódio de mim. De qualquer forma, não posso ligar para isso, não vou ficar insistindo— acho que beber com ele não seria um problema, não estou afim de voltar para ver Safira tricotando, não que ela seja chata, mas temo conviver demais e acabar me causando.

—uma bebida não seria ruim depois de uma luta para dizer a verdade— digo e ele olha para mim diretamente, parece que não esperava isso, mas tenho que dar o benefício da duvida.

Ele salvou a safira durante o último ataque e isso foi culpa minha, pois a deixei sozinha nesse momento. As vezes acho que não sirvo para nada.

Henri —nada seria melhor que uma bebida gelada nesse momento, você vem Alex? Podemos conversar sobre a possibilidade de você se tornar o novo guardião e entrar no lugar do....— acho que ele ainda não consegue dizer o nome do nosso irmão.

—não seria ruim, tenho certeza que tem várias dúvidas em relação a isso— ele é novo e  um pouco ingênuo, mas é forte.

Alex —tenho que escoltar a rainha, ela vai estar sozinha no caste....

Amon —ela consegue se virar sozinha, vamos beber pois o mundo não gira só entorno dela, precisa perceber isso— ele é realmente duro demais com ela.

Alex —acho que não tem problema então...— pela sua voz consigo ver que tem duvida disso.
(...)

Estamos completamente bêbados, não era para isso acontecer,  acho que ficamos mais de seis horas no bar.

Quando voltamos para o castelo Arina olha para nossa cara com uma expressão de raiva, acho que está brava por termos abandonado a rainha por tanto tempo.

Arina — homens são sempre um problema— diz se virando e indo embora.

Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora