Rainha do Purgatório

Capítulo 114

Eliza

Estou exausta de tanto ler e ficar assinando papéis, Alex está me ajudando com a outra metade, mas ainda é muita coisa.

—maldito seja o Amon!— digo brava, pois ele pegou os trabalhos de defesa do reino e deixou esses para mim.

Viro para trás assustada ao sentir alguém encostar no meu ombro, mas fico tranquila ao notar que é apenas Dante, queria saber como entrou aqui se não escutei a porta.

Dante —não faz nem um ano que estão casados e já está chamando ele de maldito?— pergunta com um sorriso presunçoso.

—não é como se eu quisesse matar ele ou me separar, estou apenas com raiva da decisão que tomou de dividir as tarefas sem me consultar, pois me deixou as piores — falo forçando um sorriso simpático mesmo estando irritada.

Dante —ele deve achar que vai estar mais segura assinando documentos e resolvendo problemas econômicos dentro do castelo, pois querendo ou não acreditar nisso, Amon é bem conservador, Soleil também era, dizia que cada pessoa tem seu papel, está entendendo o contexto né?— só coloco a mão no rosto, pois Amon me ensinou a lutar por um tempo, por que me provar disso agora?

—eu sempre lutei antes de me casar com ele— quando digo isso ele se senta na poltrona do meu marido, em frente a mesa que estou.

Dante —a diferença pestinha é que agora você é esposa dele, que ele vai colocar sempre sua segurança em primeiro lugar, deveria ficar feliz por ele não poder te engravidar, pois tenho certeza que faria você parir até dar um filho homem a ele— só fico olhando para cara dele perplexa por saber que Amon é estéril, pois eu não contei.

—como sabe disso, e como entrou aqui? Não ouvi a porta abrindo e eu sou bem atenda quando estou concentrada— digo olhando para seus olhos violetas de forma séria.

Dante —eu invadi pela janela, e bisbilhotei a gaveta dele, sei que não é nem um pouco ético, mas senti que talvez estivesse escondendo alguma coisa...— só fecho os olhos e respiro fundo, pois achei que tivesse parado com essas gracinhas.

—se o Amon souber disso ele mata você, não pode ficar bisbilhotando as coisas dele, mas onde você viu essa exame?— digo mudando a forma séria que estava falando para uma mais curiosa, pois quero ver.

Dante —na quinta gaveta, tem um compartimento em baixo com alguns documentos interessantes— por que sinto que estou sendo manipulada a olhar?

Só ignoro meus pensamento, me levanto da cadeira e abro a gaveta, tiro a madeira que parece ser o fundo e vejo vários documentos em baixo, pego todos para olhar com calma.

—tem algo aqui que vai estragar meu casamento?— pergunto sem olhar para ele enquanto volto a me sentar na cadeira.

Dante —nada que você já não tenha ignorado sobre ele, mas tem um detalhe importante sobre o antigo rei— que detalhe seria esse? Só volto minha atenção para os documentos enquanto leio eles.

O primeiro que peguei é sobre os exames do Amon, não tem nada demais, além do tipo sanguíneo, a porcentagem demoníaca que puxou da mãe que é bem alta inclusive 65%, também as chances que ele tem de ser pai que é apenas 6%.

O outro é a localização de túmulos, tem o nome de algumas mulheres, provavelmente todas as ex namoradas dele, só que no meio de uma localização tem números específicos e símbolos estranhos, já estudei isso, só preciso lembrar.

—se não me engano esses números e símbolos criam a palavra sol, certo?— pergunto querendo entender o que isso significa.

Dante —Soleil significa sol, acho que meu pai pode estar aí... vivo ou morto....— só abaixo o olhar ao escutar isso, pois notei tristeza em sua voz.

—vamos lá então? Vou pedir para Cristian ir assinando os documentos até eu voltar, mas preciso arrumar isso primeiro para Amon não notar— digo, pois não vou deixar Dante fazer isso sozinho.

Dante —e se a culpa por ir bisbilhotar cair sobre você também?— parece um pouco preocupado comigo.

—se ele tocar um dedo em mim vai aprender que não é o único que consegue matar em uma relação— digo de forma séria, pois nunca permitiria algo assim, antes ele do que eu.