Capítulo 34

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Dante

Quando Eliza me mordeu tudo que eu senti  foi prazer, tentei ao máximo me conter para não ficar excitado, mas quase não consegui.

Eu odeio esse hormônio que os vampiros liberam na mordida, não posso mais deixar a pirralha me morder de novo, detesto isso, não quero sentir nada por ela, nunca.

Coloco a mão em minha cabeça enquanto tento pensar em uma forma de falar para ela que Adam está mordo, eu ainda não consigo acreditar nisso, queria que fosse mentira, mas infelizmente não é.

Um guardião nunca morreria com a queda do castelo, foi isso que me deixou com uma pulga atrás da orelha quando descobri, quando fui examinar o corpo vi uma marca que indicou que foi apunhalado  na barriga, mas não tinha nenhum sinal de luta o que é muito estranho. Ele não era o mais forte entre nós, mas sabia lutar muito bem, o que indica que quem o matou o conhecia e era próximo dele.

Existe tantos suspeitos, pois Adam era próximo de muitos, mas nunca abaixou a guarda completamente com seus amantes sem verificar se estavam carregando uma arma.

Eli(Eliza) nunca teve a oportunidade de se aproximar dele, meu irmão era extremamente ocupado como todos nós, mas preferia gostar seu tempo fazendo o que gostava, saia muito com mulheres e homens, ainda acho os gostos dele estranhos, mas conseguia respeitar.

O purgatório não pode ficar sem guardião, isso vai deixar as coisas desestabilizadas, o purgatório terá que escolher um novo, com capacidade para isso, vai ganhar novas habilidades de acordo com a vontade desse mundo, mas não sei se alguém iria querer isso, pois para mim esse fardo é apenas uma maldita maldição sem fim, trabalhos intermináveis, sem poder ter vida pessoal, sem poder amar, e ter filhos.

Eu sou o mais indicado para escolher essa pessoa, mas é muito cedo, faz menos de uma semana que voltei. Eliza está tentando se adaptar com sua nova transformação, no momento está querendo atacar qualquer pessoa que tenha sangue no corpo, mas consegue parar antes de realmente conseguir isso.

Só fico sério ao sentir a presença de alguém em frente a porta, mas logo me acalmo quando vejo Henri abrir, ainda assim contínuo com a guarda alta, não sei quem matou Adam, pode ser qualquer um.

Henri —da para ver na sua cara sua desconfiança de todos, poderia fingir pelo menos confiar sabe.— diz normalmente se sentando em uma poltrona ao lado do móvel de bebidas alcoólicas do quarto.

—eu não consigo ser falso, sinto muito se minha sinceridade te incômoda.— falo já com um sorriso meio debochado.

Henri —é bom ver você sendo você. Eu tô aqui pois precisamos escolher o novo guardião, ainda é difícil, mas o purgatório está ficando instável, se demorarmos mais a rainha sofrerá as consequências por estar ligada a esse lugar.— ele tem razão, não podemos adiar mais essa escolha.

—quem você tem em mente, eu não quero escolher ninguém para carregar esse fardo se é que consegue me entender.— não quero destruir completamente a vida de alguém assim o escolhendo para essa função.

Henri —vamos escolher um dos guardas do castelo, um dos mais fortes e que mais se destacam na guarda real.— ninguém nunca vai se comparar a Adam, ele foi criado junto conosco, esteve disposto a cuidar desse lugar por milênios.

—essa pessoa não pode ter esposa ou filhos, muito menos ter vida social, não quero que queira morrer logo depois que o purgatório tirar tudo de mais importante dele.—  falo pois é a verdade.

Henri —eu já estava pensando em alguém antes de vir para cá, sabe o Alex, o ruivo de olhos azuis, subcomandante da guarda real? Recebeu o treinamento do Cristian desde adolescente, e também treinou com você quando virou comandante por um tempo, ele é o melhor da guarda, além disso, já viu como ele luta, era até mesmo mais forte que Adam, se compara a nós mesmo sem os poderes que o purgatório dá.— ele tem razão, mas é novo demais,  amaldiçoar alguém que tem uma vida pela frente é triste

—não acho certo, acho que ele tem 27 anos.— falo pegando uma bebida também, preciso disso depois de tudo que aconteceu.

Henri —eu cheguei a pesquisar, Alex é solteiro, fica boa parte do seu tempo na guarda treinando e comandando os guardas, se esforça só em evoluir aqui e como guarda, quer ser útil para esse lugar, tenho certeza que veria isso como uma honra, além disso é órfão, não tem família e nem parentes vivos.— o pior é que mesmo  sabendo de tudo que um guardião passa, Alex não recusaria, tenho certeza que não recusaria.

Só escuto a porta a abrir, olho para Cristian que parece meio cansado, ficou o dia inteiro treinando os novos guardas que terão que assumir a posição dos falecidos.

Cristian —sobre o que estão conversando?— pergunta pegando um copo de vodka na mesa perto de Henri, ele senta em uma cadeira um pouco longe de nós.

Henri —o novo guardião, não podemos adiar isso. Achamos que a melhor opção seria o Alex....— quando meu irmão termina de falar só escutamos o som do copo do Cristian quebrando, quando olhamos só vemos o copo em pedaços em sua mão que está sangrando.

Eu acho que ele não gostou da ideia, ele sempre gostou muito do Alex, basicamente o criou como pai, e tenho certeza que Alex o vê assim, pois saiu de um orfanato na adolescência para entrar na guarda, só quis achar um lugar onde fosse útil.

Cristian —ele não vai ser um guardião!— é a primeira vez que vejo ele sério assim e com esse tom de voz.

Henri —eu sei o quando é apegado a esse garoto, mas ele é a melhor opção, além disso, se ele se tornar guardião será uma ótima opção para rainha escolher como marido, tem quase a mesma idade e poderão evoluir com a responsabilidade juntos, ela ainda tem três votos não é?— pera aí, a rainha já fez a primeira escolha?

—quem a rainha escolheu?— pergunto sério, pois esse não é um assunto qualquer que eles poderiam esquecer de me dizer.

Cristian —não podemos ver, sabe a regra.— diz ainda parecendo meio sério por causa do assunto do Alex.

Henri —só tem duas possibilidades na verdade, eu não sou, ela sempre me detestou como professor, teve sentir nojo em me ver como marido, pois sempre fui muito severo com seu treinamento, Adam eu também acho que não foi, ela mal o conhecia, além disse, se escolheu ele não faz diferença, é como se fosse nulo. Acredito que foi no Cristian ou em você, ela sempre o amou desde criança.— fico olhando para o rosto dele sem dar muito atenção, ela parece apenas gostar de mexer comigo, da mesma forma que faço com ela.

—Cristian com certeza.— falo e eles ficam me olhando.

Cristian —tanto faz a escolha dela, não aceito que pensem em colocar Alex dentro desse problema que só causa dor.— eu entendo completamente a reação dele, mas ainda assim precisamos perguntar se vai querer, por que ele ainda é a melhor opção para o bem do purgatório, pois no final será ele que vai escolher.

Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora