Rainha do Purgatório

Capítulo 119

Dante

Ainda não acredito que estou com Eliza em meus braços, sem vida....

Não posso dizer mais nada, pois sei que não vai ouvir, eu ainda tenho tantas coisas e perturbações para falar e irrita-la.

Só acaricio seus cabelos enquanto olho o caos que a invasão causou, sinto uma energia estranha vir do corpo dela, olho diretamente para seu peito e vejo metade de uma jóia que deveria ser redonda sair, seguro ela e sinto uma energia extremamente forte.

Abraço mais forte o corpo da Eliza como se fosse um bebê em meu colo, sinto uma dor tão grande em meu coração, mas não posso chorar, pois estou acostumada a perder pessoas por causa da vida eterna e imortalidade.

Escuto trovões, vai chover e não posso simples deixa-la aqui, mesmo sabendo que não está mais entre nós.

Caminho devagar até o prédio de reunioes que está intacto, fico olhando para o rosto dela que está com uma expressão tranquila, me pergunto se está em paz.

Olho para trás ao ouvir o som de algo sendo arrastado, Amon está com um corte na bochecha que está sangrando um pouco, vários hematomas e cortes por todo seu corpo, sua expressão de ódio é mais que perceptível.  Em suas mãos estão o cabelo de sua mãe, está a arrastando no chão como se fosse lixo.

Acho que vai levar ela para o calabouço para assim tortura-la.

Vejo Cristian aparecer junto com Alex que está um pouco ferido.

Amon —Cris, pode levar ela e prende-la em algum lugar? Não precisava mais se preocupar com nada, não pode usar magia sem a lingua— fico meio sem reação ao ouvir isso, mas ela merece por ter tirado Eliza de nós

Cristian —sim, meu rei— diz prendendo a mulher que insiste em se debater, mas notei o olhar fixo dela em mim, não consigo acreditar que esse ser pode ter me dado a luz.

Quando Tamali finalmente e levada Amon vem em minha direção apressado e pega Eliza dos meus braços.

Amon —cabritinha eu voltei, por favor acorde— diz com um expressão de esperança de que ainda esteja viva, mas ela se foi minutos depois de sua saída.

—ela está morta, Amon— falo sentindo meus olhos marejar, pois de certa forma a ficha não caiu.

Amon —me deixa sozinho com ela, por favor—  diz se ajoelha no chão com ela nos braços, vai começou a chover e não acho que isso seja bom nem para o corpo de Eliza nem para o Amon.

—se é isso que quer— falo respirando fundo, pego a jóia da criação nas minhas mãos e devolvo a ele, pois agora que a Eliza morreu pertence a ele eu querendo ou não.

Quando Amon olha a pedra em minhas mãos fica paralisado por um tempo, estende para pegar, mas logo afasta, talvez não queira consumir a jóia que já foi da Eliza.

Amon —fique com ela por enquanto, pode usar ela para curar o Henri que ficou extremamente ferido por causa da minha mãe, deveria se apressar antes que ele morra— quando escuto isso me retiro na hora.
(...)

Estamos em um dos outros castelos do  reino, Amon se isolou um pouco de tudo enquanto prepara o enterro da Eliza, seu olhar parece sem vida e tem ignorado todos nós por um tempo.

Com a ajuda da jóia consegui curar os ferimentos mais graves de Henri e ele apenas está descansando agora.

Acho que me enganei um pouco sobre Amon não sentir nada por ela, pois obviamente está sofrendo mesmo que em silêncio.

Só caminho para a parte de fora do castelo e abro minhas asas, vôo até uma caverna escondida onde deixei o primeiro corpo de Eliza, gosto de ficar olhando para ela, pois parece estar a dormir.

Pouso no lugar e caminho para dentro devagar por ser incrime, quando chego lá dentro vejo o caixão de vidro aperto o que me faz ficar assustado,  olho por todos os lados para achar o corpo dela, escuto um som mais ao fundo da caverna, vou até lá e vejo ela sentada toda comprida, está sem roupas e parece assustada.

—pestinha, é você?— pergunto com um pouco de medo, pois os olhos estão vermelhos, infelizmente ela não me responde e só me ataca pulando em mim e mordendo meu pescoço, me deu um dejavu agora.

Só coloco as mãos no cabelo dela com carinho.

—vai ficar tudo bem, eu estou aqui— digo esperando ela saciar sua sede.