Capítulo 17

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Eliza

Acordo com batidas na porta, só mando entrar pois não quero levantar, ainda estou com sono. Alex entra no quarto com uma bandeja de café da manhã, parece ter pão com geleia e suco de laranja.

—obrigada, mas seu trabalho é só me proteger e não cozinhar.— falo enquanto vejo ele colocar a bandeja em cima da mesinha.

Alex —sei disso, mas hoje seu dia será bem longo.— diz ligando a luz.

—pode ir, irei me preparar.— falo me sentando na cama, vejo o ruivo olhar para mim e depois sair.
(...)

Decidi deixar Alex comprar as servas, não gosto da cultura de servidão desse mundo, escolher pessoas como se fossem peças de roupa é estranho.

Escuto a porta da casa ser aberta, vou até a sala para ver as duas que moraram aqui comigo.

Alex esta soltando as algemas de duas mulheres de cabelos castanhos, provavelmente são gêmeas pois são iguais. Os olhos delas são azuis e seus cabelos ondulados  são de um castanho claro muito lindo, não parecem servas de tão lindas, são morenas, a pele delas não tem nenhuma marca ou cicatriz.

Alex —essa é sua mestra, o trabalho de vocês e cuidar e selar pela saúde dela.— diz olhando para as duas que parecem um pouco inseguras.

—meu nome é Eliza, qual o de vocês?— pergunto educada e com um sorriso simpático no rosto.

*****—meu nome é Naomi, o da minha  irmã é Maori, se for pedir para fazer alguma coisa  pesada por favor, poupe a minha irmã, eu farei tudo.—  provavelmente é a mais velha, o olhar dela é forte e determinado, a outra parece mais insegura, provavelmente por ser mais nova.

Alex —não precisa se preocupar sobre isso, só serviram a ela, irão cozinhar e arrumar a casa, nada muito perigoso.— diz com um sorriso.

Naomi —prometo não decepcionar você, mestra.— diz se ajoelhando, a outra faz o mesmo depois da irmã.

Alex —o quarto de vocês é na porta vermelha, tem um banheiro lá e outro no andar de baixo, já tem roupas no armário, mas caso não caibam podem pedir a Eliza para comprar.— fico de boca aberta com a última parte, mas antes que eu possa falar me entrega um cartão preto.

—podem subir— falo e elas fazem isso na hora.

Alex —a senha é seu aniversário, mas caso não consiga pode passar direto, mas o Adam verá pois vai ter que permitir, acho que se não passar de 1 milhão tudo bem.— fico paralisada ao ouvir isso, eu sou rica para cacete e não notei até agora, provavelmente não tem limite.

—elas não vão me fazer mau né? Vai que elas ficam revoltada e decidem me matar.— pergunto meio preocupada.

Alex —servos não podem fazer mal aos mestres, são enfeitiçados para isso não acontecer.— isso é tão horrível de se ouvir.

—tem certeza que são servas mesmo,  pensei que essa aparência, cabelos castanhos ondulados e olhos azuis fosse da família de nobres do sul.— falo pois elas realmente tem detalhes de nobres que não precisaram lutar muito durante a geração.

Alex —provavelmente são bastardas de um nobre.— pior ainda.

—me diz um lado positivo de ter servas?— pergunto ficando com pena delas, quero deixar elas livres.

Alex —olha, aqui no purgatório não é qualquer um que vira servo, é uma geração amaldiçoada por causa do erro de um ancestral, um erro imperdoável por todos.— mas acho injusto os descendentes pagarem.

—se você diz....

Alex —olha, eu comprei elas pois se não tivesse um nobre iria comprar  para outra coisa que eu acho que seria bem pior.— pela beleza delas dá para imaginar o que seria bem pior.

É tão estranho pensar que existe gerações amaldiçoadas a servir a alguém, tão errado.

Alex —vai ter tempo de conhece-las direito, mas preciso ver se consegue matar um monstro voador sozinha.

—certo.— falo me preparando para sair.
(...)

Eu tô completamente exausta e um pouco machucada, ele me fez enfrentar um monstro voador do tamanho de um dragão gigante, me sai melhor que dá última vez pelo menos, é um lado positivo.

Alex —você é habilidosa, mas segue demais o que foi ensinado a você, pode mudar suas técnicas de luta com monstros fracos e pequenos para se aperfeiçoar.— só faço um sim com a cabeça enquanto tento recompor o fôlego perdido.

—podemos voltar para casa, estou imunda coberta de sangue.— falo e ele abri um sorriso, ao olhar para mim de cima a baixo, parece que caiu um balde de tinta vermelha em cima de mim.

Alex —vamos sim, pois daqui a pouco vai feder igual carniça podre.— fico olhando para cara dele meio brava

Abro minhas asas e vôo em direção a casa sem olhar para ele, acho que não estou acostumada a ser tratada normalmente, acho que estava brincando.

Quando finalmente chego e entro me deparo com as duas garotas que ficam me olhando meio assustadas.

—é sangue de monstro, estava patrulhamento ao redor da cidade.— falo querendo logo subir.

Naomi —você é uma guarda real?— pergunta me olhando menos assustada.

—sim.— falo continuando meu caminho para o banheiro.

Maori —quer dizer que já viu a nova rainha?— pera aí, elas não sabem?

—sou uma guarda e só luto na parte de fora do reino, infelizmente nunca pude ver a rainha, mas dizem que é linda.— falo brincando, acho que é melhor assim.

Naomi —mais linda que você duvido, a gente achava que era esposa de um nobre ou era arquiduquesa.— diz mais normalmente.

—não, sou uma cavaleira mesmo.— falo entrando no banheiro e fechando a porta.

Naomi —se quiser ajuda para....— ouso a voz dela atrás da porta.

—não obrigada, podem arrumar o quarto de vocês ou cozinhar.— falo querendo só me banhar em paz.

Vou para o chuveiro e ligo a água quente, é bom me limpar, estava me sentindo horrível e grudenta.

Amanhã começa o meu dia na guarda, estou tão animada, quero saber o que o purgatório realmente enfrenta.

Me pergunto se todos os guardiões estão bem, sinto saudade deles.

Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora