Capítulo 94

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Eliza

Estão tentando invadir o reino novamente, isso já está ficando cansativo. Consigo lidar bem com a situação, matar eles é sempre a melhor escolha, pois vai diminuir o número deles no próximo ataque.

Eu quero matar logo a mãe do Amon para isso acabar de uma vez por todas, quero viver em paz, planejar meu futuro.

Eu sei o quanto é errado desejar a morte da minha sogra, mas ela é basicamente um mostro sem coração, matou os próprios filhos e ainda usou o Amom para conseguir o que queria.

Paro de lutar como se alguma coisa estivesse me prendendo, vejo uma sombra de um homem no chão segurando a minha, mas não tem ninguém aqui, estou sozinha, meu único inimigo está longe logo a frente.

Tento me mexer, mas parece ser em vão, só uso meu poder para fazer uma luz forte em volta de mim, pois tudo que eu desejar a jóia faz, logo meus movimentos voltam ao normal.

Tem algum dominador da sombra por aqui, notei que a sombra parecia ter orelhas pontudas, acho que o dominador é um elfo ou algum outro ser.

Amon está no céu lutando enquanto voa, queria poder fazer isso sem perder o controle das minhas asas.

Dante —pirralha, você está bem?— pergunta pousando bem na minha frente, não sei de qual lado veio, pois não senti sua presença.

Vejo ele matar o último inimigo perto de nós enquanto sento no chão cansada, faço várias lâmpadas de luz flutuantes , pois preciso evitar que cheguem perto de mim.

—só quero que isso acabe logo de uma vez por todas— digo e ele estende a mão, parece querer me ajudar a levantar.

Dante —uma hora vai, mas isso depende de conseguirmos matar logo aquela mulher. Acha que o Amon conseguiria fazer isso?— olho para seu rosto por um tempo, pois sei muito bem o que está tentando fazer.

—se ele não conseguir mata-la entenderei, não quero fazer ele sujar suas mãos de sangue por minha causa, isso é uma batalha minha, pois quem deve matar ela sou eu— digo e ele respira fundo, aceito seu gesto de me ajudar e me levanto segurando sua mão.

Dante —espero que encontre a felicidades Liza— diz forçando um sorriso.

—seu tom de voz..... Pretende ir embora não é?— pergunto ficando um pouco séria, ele é livre para ir, mas vou sentir falta, pois sempre estive aí meu lado, me perturbando na maioria das vezes.

Dante —quando isso acabar sim, mas provavelmente vai demorar um pouco— diz me acompanhando de volta para o castelo.
(...)

Estou no sofá lendo um livro, pois normalmente me sobra bem pouco tempo para o lazer.

Amon —cabritinha? Cadê você?— Escuro sua voz me chamando no corredor, marco o livro para não perder a pagina e me levanto, vejo ele entrar na sala com um sorriso no rosto e um presente e enorme das mãos.

—um presente?— pergunto estranhando um pouco, pois nunca me deu algo antes.

Amon —sim, espero que goste— diz colocando em cima da mesa.

Vou até a caixa e tiro o grande laço vermelho, abro a tampa da coisa e tiro o embrulho de plástico de dentro.

É uma boneca feita de Cristal, é uma rainha para ser exata, acho que sou eu.

—obrigada, moreno— falo e ele  se aproxima e cheira meu cabelo o que me deixa sem saber o que falar.

Amon —tudo por você querida, tem outra caixinha dentro, abra— procuro a caixinha e logo encontro, abro ela e me deparo com um lindo bracelete que parece ter sido feito de ouro branco.

—obrigada, mas sabe que não precisava.

Amon —precisava sim, vai conseguir abrir um portal para o inferno ou a terra caso queira sair daqui, poderia levar você, mas se sairmos daqui juntos o purgatório pode parar de existir  se auto destruindo.

—quer dizer que poderei vir meus pais sempre que quiser?— falo sem acreditar.

Amon —demorou um pouco para criar essa pulseira com essa função, mas valeu a pena, você merece tudo querida— abro um sorriso sem jeito, pois querida é estranho de se ouvir.

—obrigada mesmo— digo e ele me abraça forte, retribuo, mas nos separamos ao ver Naomi, Maori e Arina nos espiando.

Amon —tenho certeza que vocês tem coisa para fazer— quando ele diz isso em um tom sério elas saem nos deixando sozinhos.

—por favor, pare de ser perfeito, porque quando tudo fica desse jeito piora drasticamente— falo e ele abre um sorriso de canto.

Amon —eu não sou perfeito, tenho várias falhas, mas quero que saiba que estarei sempre aqui para você, que será sempre minha prioridade, pois é a única coisa que tenho nesse mundo— só toco em seu rosto ao ouvir suas palavras.

—tem mais algum motivo por trás da pulseira?— pergunto, pois ele pode ter colocar um rastreador ou algum poder para escutar as coisas.

Amon —quero que tenha um lugar de refúgio quando estiver brava comigo, quando discutirmos e se sentir solitária, imagino que sempre tenha desejado voltar para os seus pais, poder ficar nos braços de sua mãe, contar seus medos e angústias. Quero que seja feliz de verdade, que fique completa e satisfeita com a vida ao meu lado— sinto uma lágrima cair do meu rosto, pois finalmente vou poder conviver de verdade com meus pais.

—obrigada....— falo começando a chorar sem parar.

Amon —não precisa agradecer, um marido deveria fazer de tudo para sua esposa ser feliz, quero ser suficiente para você já que para minha família fui um estorvo indesejado. Já vou, quero comer um pouco e beber um vinho, pode voltar ao que estava fazendo— diz beijando minha testa antes de ir embora.

Escuto um barulho atrás da porta, uso minha audição para ouvir.

Maori —deus, ele é tão perfeito e carinhoso.

Naomi  —na verdade acho que ele tem carência de afeto, acabou de dizer que foi um estorvo para família, com certeza não demostravam que o amavam, está procurando esse carinho na rainha— só fico a escutar mesmo que estejam sendo intrometidas.

Arina —ainda acho que é mal e que vai fazer algo com ela, não confio nele, nunca vou— dá para entender, sempre foram ininigos.

Só abro um sorriso e coloco a pulseira enquanto penso em um dia para visitar minha família.

Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora