Rainha do Purgatório

Capítulo 143

Eliza

Me sento no sofá ao lado de Scarlett enquanto ouvimos nosso pai reclamar  da briga no bar como se a culpa fosse totalmente nossa.

Dagon —vocês são minhas filhas, deveriam ter mais responsabilidade!— as vezes parece que tudo se resume a ele.

Scarlett —você não pode nos culpar pelo que aconteceu! Tenho certeza que fazia coisas muito piores na nossa idade, ficar bravo apenas por buscarmos um pouco de diversão é mais que uma piada!— fico espantada quando ela para de ficar calada e responde nosso pai.

Dagon —é diferente, completamente diferente! Vocês são minhas filhas, Ladys do inferno, além de rainhas também, vocês precisam se dar ao valor e não perde-lo— só respiro fundo, pois isso é extremamente machista de se ouvir, mas ele é nosso pai, além de um demônio milenar, algo natural de se esperar é que seja conservador e hipócrita.

Scarlett —sei que está bravo pelo rumo que eu tomei em relação a minha vida, mas dizer isso é muito idiota. Tenho certeza que nunca diria algo assim para Lui, Belial e Henri— agora compreendo o porquê de ter tanto problema com nosso pai.

Mia —chega disso! Dagon, você está literalmente sendo um idiota com nossas filhas— diz descendo as escadas que levam ao segundo andar.

Scarlett —mãe....— quando minha mãe levanta a mão ela se cala na hora.

Mia —castanho, não tem nenhum trabalho para fazer não?— pergunta olhando para o meu pai.

Vejo nosso pai nos olhar de forma séria antes de sair.

Mia —agora só entre nós, o que exatamente aconteceu naquele bar?— só respiro fundo, antes de começar a falar.
(...)

—foi isso que aconteceu, nosso pai simplesmente chegou lá culpou Scarlett primeiramente e depois eu quando a defendi— estou cansada de tanto explicar os detalhes.

Mia —eu entendo ele ter achado que a culpa foi da Scarlett, pois tudo que  acontece ultimamente tem o dedo dela no meio, mas sei que é injusto esse tipo de pensamento. Sobre as falas do meu marido, até mesmo eu tive que me acostumar com seu jeito controlador e machista as veses, tento mudar seu jeito sobre isso, mas ninguém muda uma pessoa com tanto tempo de vida—  me pergunto que coisas minha irmã anda fazendo para fazer  nosso pai não ter um pingo de confiança nela.

Scarlett —parece que ninguém mais confia em mim nessa casa— diz se levantando mal humorada, a vejo subir as escadas apressada sem olhar para trás.

Mia —é tão difícil entender a Scar, ela não era assim antes, está parecendo uma adolescente com os hormônios a flor da pele—  diz se sentando na poltrona a minha frente.

—o papai está bravo comigo?— pergunto, pois ele pareceu decepcionado demais.

Mia —um pouco, na mente dele você era um anjinho, a princesinha intocada que ele sonhava que a Scarlett seria— me pergunto se ele imaginou que seríamos crianças  para sempre, que nunca cresceriamos e arrumariamos alguém.

—eu realmente não achei que o Dante fosse aparecer, pois é muito irresponsável ele deixar o purgatório sozinho, nenhum dos reis está lá agora, pelo menos minha jóia está com Alex, vai estabilizar as coisas até voltarmos— digo enquanto penso em algo positivo.

Mia —deveria logo dar um basta nisso e falar com ele, pois assim vocês dois seguem em frente de uma vez por todas— diz com um tom mais firme.

—vou fazer isso, mas eu preferiria apenas o esquecer, que cada um seguisse seu caminho e esquecesse do outro— falo e ela me olha de forma repreensiva.

Mia —eu já tentei fazer isso com seu pai uma vez, fugir dos meus problemas e fingir que nunca aconteceu, acha que ele entendeu e me deixou em paz?— pergunta me olhando de forma acolhedora.

—imagino que não, pois estão juntos até hoje— digo e ela abre um sorriso.

Mia —seu pai me infernizou até eu quebrar meu bloqueio sentimental, estou apenas te aconselhando  a dar um fim nisso, não pode deixar Dante ter esperança em algo que você tem certeza que não deseja, ele precisa seguir a vida dele também— sei o que devo fazer, mas estou com a mínima vontade de falar com ele, já me perturbou demais.

—vou fazer isso quando aparecer novamente, se aparecer— pela forma que falei com ele no bar a possibilidade é mínima.

Mia —que bom, vai ter um baile amanhã, vai ser feito no castelo principal do inferno em comemoração ao aniversário do Asura, todos fomos convidados por causa da importância da nossa família, talvez ache alguém digno da sua atenção— ?????

Agora é minha mãe que está tentando me arrumar alguém?

—não é querendo ser mal agradecida, mas eu acho que consigo arrumar alguém sem ajuda se eu quiser.

Mia —tudo bem então, nada de empurrar homens para você—  diz e logo se levanta quando meus irmãos começam a chorar ao mesmo tempo.

—mãe, eu realmente acho que deveria separar meus irmãos, quero dizer, antes que aconteça algo realmente ruim— vejo que ela apenas olha para baixo por alguns instantes.

Mia —eles são irmãos, são meus bebês, não consigo ver eles longe um do outro, mas farei o certo quando precisar— diz se retirando.