Eliza
Acordo com meu braço dorido e um pouco roxo por ter caído em cima dele, pelo menos minha perna parece estar parcialmente curada.
Tento me levantar e consigo apesar de mancar um pouco. A lareira ainda está acesa, me sinto aquecida nessa manhã fria, esse quarto é bem aconchegante, me fez dormir tão rápido mesmo estando machucada.
Mesmo querendo ficar no quarto quente por mais tempo saio para explorar um pouco, não consigo ficar parada no mesmo lugar, tenho o instinto de ficar bisbilhotando tudo até descobrir algo interessante.
Vou andando devagar pela casa por causa da minha perna, quando passo pela sala vejo o moreno de olhos fechados a dormir, ele está sem camisa o que deixa os músculos dele bem aparentes ainda mais pelas marcas que agora parecem realçar o quando ele é forte por passar pelos músculos, tanquinho e peito, me aproximo um pouco, no momento que cruzo a linha do corredor para o cômodo em que ele está abre os olhos e fica me observando.
Moreno —sua presença me incomoda.— diz se sentando no sofá, ele parece estar acordando ainda.
—estou começando a achar que na verdade ama ter alguém para te fazer companhia, parece estar vivendo aqui a tempos.— falo ainda longe dele observando sua pequena casa aconchegante.
Moreno —você é chata, mimada, teimosa, com certeza sua presença seria a última que eu iria querer perto de mim.— diz frio e ríspido, não consigo pensar que foi tão horrível assim esses dois dias cuidando de mim, sou um pouco mimada, mas sou comportada também, na medida do aceitável.
—se mente para si mesmo, na verdade deve estar todo apaixonado por mim.— falo com um sorriso para irritar ele, mas o mesmo só me encara como se eu tivesse problemas mentais, acabo rindo.
Moreno —eu não estou de bom humor então não venha de brincadeira para cima de mim. Tive que dormir nesse sofá duro por sua causa, desgraçada. Pelo que posso ver sua perna já está boa, está ótima para sumir daqui, aproveita que parou de nevar, volta para o seu castelo foleado a ouro, e para os seus guardiões que vivem te mimando.— fico calada depois de ouvir suas palavras, me pergunto o quanto sabe sobre mim.
—eu tô com fome, poderia me dar comida antes de eu ir— falo para irrita-lo e é exatamente isso que acontece.
Vejo o moreno levantar e vir na minha direção sem camisa, ele me pega nos braços sem nem um pingo de cavalheirismo, tento sair mas ele está me carregando firmemente. Só vejo ele me levar para o lado de fora e me tacar de cara na neve.
Moreno —na minha casa você não entra, maldita.— antes que eu possa dizer algo ele bate a porta me deixando na neve congelante.
Eu não achei que iria se irritar ao ponto de me tacar para fora da casa e molhar minha roupa com a neve.
Me levanto com um pouquinho de dificuldade, penso em bater na porta, mas é melhor eu simplesmente ir embora, estou perto da casa das minhas servas gêmeas, estou preocupada então passarei lá primeiro.
Só vou andando com um pouco de dificuldade e frio, eu queria poder correr ou me teletransportar, mas ainda estou perto da casa do moreno e aqui parece ter uma barreira que me impede de usar poderes.
Estou sentindo meu pés congelando de tão frios, acho que estou perto já, mas nunca chego.
Acabo tropeçando e caindo de cara na neve novamente, fico um tempo no chão desanimada até ouvir passos. Me levanto imediatamente e olho para os lados com minha guarda alta, mas logo me tranquilizo ao ver que conheço o poder.
Vejo o meu moreno sarcástico e mulherengo aparecer na minha frente, os olhos dele só mostram o quanto está bravo e preocupado, mas ignoro isso, só vou na direção dele e o abraço forte.
Dante —o que aconteceu, onde estava?— pergunta sério.
—eu não sei, me leva para casa por favor.— falo por causa do frio e ele consegue notar.
Dante —tira a blusa e fica com o meu casaco.— diz tirando sua jaqueta preta.
—obrigada.— falo indo para trás de uma árvore para tirar a blusa.
Dante —eu queria saber o motivo de eu não poder ver você de sutiã, já vi antes.— ele acabou de me encontrar e a primeira coisa que fala é isso? Esperava um senti saudades, desculpa por ser babaca, essas coisas.
—pervertido, espero que seus olhos queimem.— falo colocando a jaqueta e fechando.
Dante —é assim que me agradece por ter entregado minha jaqueta para você? Sabe que não sou obrigado— respiro fundo para não ficar brava.
—você calado é um príncipe sabia, mas quando abre a boca só fala merda.— falo me virando para continuar meu caminho.
Dante —espera peste, você está mancando.— escuto seus passos rápidos atrás de mim.
—eu consigo andar, não preciso de ajuda.— falo mas ainda assim ele me agarra pela cintura, sinto uma corrente elétrica passar pela meu corpo quando seus lábios tocam meu pescoço.
Dante —calma bravinha, eu só quero tentar te ajudar, me deixa de carregar até o castelo, seu joelho está machucado.— acabo permitindo que ele me pegue no colo enquanto tento entender porque meu corpo inteiro treme quando ele me toca.
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Rainha do Purgatório
RomansaElisa é uma demônia nascida no inferno, foi tirada de sua família quando tinha acabado de nascer para se tornar rainha de um dos lugares mais perigosos que já existiram. Ela vai ter que aprender muito até ser aceita como rainha, vai trilhar um long...