Capítulo 130

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Eliza

Estou sentada no escritório do Amon esperando ele aparecer, pois temos muito a conversar.

Fico a olhar o relógio enquanto espero o tempo passar, mas isso apenas parece deixar as coisas mais lentas e chatas.

—ele poderia pelo menos ser pontual— digo de forma impaciente, pois é sempre assim.

Só fico mais calma ao ouvir a maçaneta girando, logo a porta se abre e eu me viro para olhar, Amon que parece bem calmo e nem um pouco ansioso com a decisão que tomou.

—demorou um pouco vossa majestade— digo e ele apenas abre um sorriso de canto.

Amon —sei que deve estar brava por eu ter decidido ir embora, mas eu sei que vai ficar bem cabritinha, tem pessoas para cuidar de você aqui— diz caminhando até sua mesa, vejo ele se sentar na sua cadeira de frente para mim.

—eles não são você, disse que me protegeria, que cuidaria de mim— sei que estou errada ao dizer essas coisas, mas preciso tanto desabafar, tirar essa raiva de dentro de mim.

Amon —eu não iria embora se suspeitasse que ficaria sozinha e em perigo, sabe que tem pessoas aqui que arriscariam suas vidas por você. Vai ficar bem, você sabe disso, Eli— só respiro fundo e abaixo a cabeça, pois eu não quero me despedir dele, ainda mais pensar que talvez nunca mais o veja.

—isso dói Amon, ter que me despedir de você— falo começando a lacrimejar.

Amon —doí sim, mas a dor vai ir diminuindo com o tempo, tem que aprender a deixar as pessoas irem cabritinha, isso faz parte da vida, eu também tive que aprender isso— só seco minhas lágrimas e tento me recompor ao levantar minha cabeça.

—vou tentar— falo forçando um sorriso e ele toca em meu rosto com carinho.

Amon —você não vai tentar, Liza, vai conseguir seguir em frente e se tornar a rainha que nasceu para ser— espero que eu consiga...

—se eu pedisse para me dar a jóia completa, faria isso— pergunto querendo saber a resposta.

Amon —claro que daria, cabritinha, mas acho que não ficaria bem, enlouqueceria. É isso que deseja?— consigo notar preocupação em seu olhar.

—eu só queria saber a resposta na verdade, eu não me importo muito sobre o que vai decidir sobre a jóia, você no momento é mais importante, quero jantar contigo antes de ir. Podemos organizar em jantar em família, o que acha?— na minha mente isso é uma ótima ideia.

Amon —não acho uma boa ideia, vou anunciar tudo antes de ir, inclusive vou deixar para entregar a jóia a Dante no último momento, pois não pretendo passar mais tempo com ele, o detesto— nossa, como ele "ama" o irmão.

—se o odeia tanto por que o escolheu para entregar a jóia?— queria entender isso, pois poderia ter escolhido o Cristian, o Alex e até mesmo o Henri.

Amon —por que ele tem direitos a isso, da mesma forma que eu tinha, mas não pude possuir de início, além disso, sei que ele moveria montanhas para deixar você segura— se ele está dizendo isso sem nem mesmo gostar do Dante não tenho dó que duvidar.

—daqui a quantos dias você pretende partir?— pergunto olhando em seus olhos como o céu por um tempo.

Amon —irei partir amanhã, Eva, tem estado fraca ultimamente, precisa voltar logo— ele pensa tanto nela...

—entendi, você tem que cuidar dela...,— é estranho sentir como se tivesse sido trocada.

Amon —espera, tenho algo para você caso sinta saudades de mim— diz abrindo a gaveta da sua mesa tirando uma caixa de presente pequena.

—o que é?— agora estou realmente curiosa.

Amon —abra e veja—  só faço o que falou e me deparo com dois colares com pedras redondas e finas..

—o que significa os colares?— são interessantes.

Amon —criei eles para caso sinta saudades de mim,  ficarei com um e você com o outro,  é como se fosse um olho mágico, sempre que sentir vontade de me ver coloque ele em frente ao olho e conseguirá ver a visão pelo meu colar, assim vai saber se estou bem, certo?— só concordo com a cabeça, pego meu colocar e coloco em meu pescoço, vejo ele fazer o mesmo.

—obrigada mesmo, por tudo— falo me levantando e indo até ele para abraça-lo, no início ele paralisa, mas logo retribuí.

Amon —de nada cabritinha.

Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora