Capítulo 55

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Eu não sei a quanto tempo estou aqui, mas tenho certeza que já se passou os três dias, as coisas que vivem aqui sempre vem para cima tentando me matar, mas infelizmente não encontrei nenhum dragão.

Consegui construir uma casa improvisada em cima da árvore, estou feliz com meu avanço, mas sempre entro em pânico ao ver uma aranha, logo depois de susto mato ela.

Eu devo estar parecendo um lixo, pois sinto meu cabelo todo embaraçado, é melhor que estar ferida ou morta pelo menos.

Tenho certeza que Amon esqueceu da minha existência, deve estar aproveitando tudo do castelo enquanto eu estou aqui sobrevivendo.
(...)

Saio para caçar com meu arco, fico escondida em uma parte com plantas maiores, fico a esperar até ver um animal pequeno, miro bem, mas acabo errando por causa de um som alto que vem das montanhas, acho que é de um dragão. Pelo que estudei sei que vivem lá no alto com suas parceiras, devem ter filhotes, me pergunto se são fofos ou assustadores igual  aos adultos.

Só respiro fundo pois vou ter que esperar mais para caçar algo, estou morrendo de fome e odeio esperar.
(...)

Só decido esplorar melhor o lugar para saber onde estou, pois se ele não pretende me levar de volta irei encontrar uma forma de voltar sozinha.

Começo a pegar minhas coisas e minhas armas para viajar um pouco, pois tenho certeza que estou em algum canto de purgatório desconhecido, existe muitos lugares assim.
(...)

Não sei a quanto tempo estou andando, mas só agora lembrei das minhas asas, eu posso simplesmente voar o mais alto que eu puder e tentar ver algo de lá de cima. As vezes eu consigo me surpreender com minha burrice, eu não penso, sempre preciso de ajuda, sempre sou salva, eu literalmente não presto nem para viver direito, Amon tem razão, sempre teve.

Abro minhas asas que tem dois metros cada uma, não posso abrir elas dentro do castelo pois os cômodos ficam pequenos com ela aberta, por isso não tenho o costume de usar.

Só voo em direção ao norte, pois provavelmente vou conseguir encontrar alguma cidade lá, posso pedir alguma informação e....

Saio dos meus pensamentos quando alguma coisa bate em mim, acabo me desestabilizando no ar, mas tento voltar a minhas postura e pegar o controle antes de cair no chão, quando estou bem próxima consigo planar e parar no chão.

Só fico mais tranquila enquanto olho  a grama verde em meus pés, pensei que ia cair de cara no chão.

***** —você está bem, não foi minha intenção bater em você estava procurando uma pessoa e....  Eliza?— me viro na hora ao escutar a voz dele.

Quando faço isso me deparo com Dante, ele está um pouco ferido e sujo, parece ter caído em uma poça de lama, acabo rindo por causa da mancha no rosto dele, parece destruído, nunca vi ele tão debilitado antes.

O moreno fica sério ao ver que não consigo parar de rir.

Dante —você está bem pior que eu se quer saber, está horrível da mesma forma— diz de forma séria, provavelmente ficou ofendido.

—o que aconteceu com você?— pergunto limpando minha blusa que está suja de plumas que minhas asas soltaram por causa do impacto.

Dante —seu noivo, quando eu cheguei no castelo você tinha sumido, Amon estava cuidando de tudo, eu pensei que ele tivesse se cansado de brincar e manipular você, pensei que tivesse te matado...— tudo está em silêncio, mas pelo forma que falou consigo imaginar que deve ter sentido muitas coisas.

—matar não matou né, mas se livrar talvez— digo cansada de me sentir suja, meu cabelo parece um ninho de pássaro.

Dante —se tivesse ido para o lado contrário desse teria chegado no lugar mais perigoso do purgatório, vem, vamos embora antes que um dragão gigante queira devorar a gente— diz pegando minha mão e me puxando dali.

—espera um pouco, como me achou e o que aconteceu?— pergunto pois ele não me falou sobre os ferimentos.

Dante —eu queria saber de você, mas ele disse que tinha a matado, fiquei bravo e a gente lutou por muito tempo até ele apontar para um lado e dizer que você estaria lá, eu pensei que encontraria você, mas não viva..

—quem ganhou?— pergunto e ele fica olhando minha cara sem expressão.

Dante —nenhum de nós, nossos poderes são muito parecidos, mas consegui notar que está enfraquecendo, pois a séculos atrás ele era mais forte que agora— ele falou isso de uma forma boa, como se logo fosse capaz de mata-lo.

—para onde o castelo fica?— pergunto e ele aponta para o leste, esse tempo todo indo para o caminho errado.

Dante —por que estava aqui?— parece querer saber.

—Amon, disse que eu deveria saber me proteger e me abandonou aqui, disse que voltaria em três dias, mas....

Dante —acho que quando eu parei ele estava vindo para cá— olho para cara dele séria.

—então se não fosse por você eu já estaria em casa? Você é ótimo, Dante, obrigada— falo de forma irônica enquanto abro minhas asas.

Dante —se acha que eu tenho bola de cristal para ficar prevendo as coisas, você colocou um inimigo no castelo e ainda quer que eu fique de boa com isso?— diz segurando meu pulso.

—você não precisava ficar de boa, mas aceitar o que sua rainha decidiu já seria um bom passo— digo o tacando para longe o fazendo me soltar.

Bato minhas asas e voo em direção ao castelo, pois também estou brava com Amon.

Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora