Capítulo 52

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Eliza

Acordo com alguém tacando água na minha cara, abro meus olhos assustada e fico encarando Amon que está me olhando com uma expressão de raiva, eu nem sei o que eu fiz para ele estar assim.

—qual o seu problema em ser cavaleiro? Pensei que fosse um príncipe, mas não tem modos.— quando termino de falar ele me olha   de uma forma séria.

Amon —esteja pronta daqui a cinco minutos, e isso não é um pedido— vejo ele sair do cômodo, logo depois reparo que estou na cabana dele, o sol ainda nem nasceu.

Me pergunto o que deu nele, estava tento um sonho tão bom, apesar que agora não me lembro mais...
(...)

Estou caminhando ao lado dele de mau humor, por estarmos indo em direção ao castelo no repleto escuro, está frio para cacete e ele nem olhou para trás para ver como estou ou para verificar se ainda estou o seguindo.

Noto que em cima dos murros do castelo tem os arqueiros, sei disso pela luz vermelha, provavelmente são de tochas.

Amon —vamos entrar no castelo sem ser notados, pois tem tanto traidor nesse lugar que é possível você levar uma flexada no peito antes de entrar lá.— pelo tom está falando sério.

—estarei atrás de você— falo o seguindo.

Noto que ele para em frente a um túnel escondido debaixo de uma calçada de concreto que ele levantou  facilmente, me mandou entrar e eu só obedeci.

Estamos caminhando na completa escuridão, estou com um pouco de medo de ser picada por uma aranha, além disso, nem sei pelo que estou andando, pois estou pisando em coisas crocantes que se quebram facilmente.

Só agarro a mão de Amon ao sentir alguma coisa agarrar no meu vestido, ouvi o som de ele rascando, provavelmente se prendeu em algo afiado.

—vai demorar muito para sairmos desse lugar?— pergunto contendo a vontade de surtar, por causa do medo de aracnídeos e do escuro.

Amon —não vai demorar para sairmos dentro do castelo, fique calma— pera aí, tem uma passagem que leva para dentro do castelo esse tempo todo e ninguém sabia?

—quem mais sabe desse lugar?

Amon —só eu, quando era adolescente usava esses lugares para fugir do castelo, fugir de toda a responsabilidade que meu pai colocava em cima de mim— ele falou isso em um tom calmo, parece fazer ele lembrar do passado.

—o que costumava fazer na adolescência?— quero saber mais sobre ele, saber como pensa.

Amon —além de irritar meus pais? Fugia muito para namorar, beber, brigar, torturar etc.— não parece ter tido uma adolescência ruim.

Depois de muito andar vejo ele subir em uma escada e depois abrir uma porta que parece ser de um bueiro, quando noto saímos no jardim.

Amon —fique atrás de mim apartir de agora e mantenha a guarda alta, não a abaixe até eu permitir.— só faço o que falou, caminhamos em direção a porta de entrada, noto que os guardas ficam em alerta ao olharem para mim, vem para cima tentando me atacar, mas  o moreno a minha frente segura a espada e da um belo chute na barriga do guarda o arremessando no chão.

Vejo que ele pega a espada que o guarda deixou cair no chão, quando os outros vem para cima vejo sangue começar a ficar junto com os membros deles, Amon está literalmente assassinando todos com uma facilidade anormal.

Escuto os passos de alguém atrás de mim, olho com o canto de olho e desvio do ataque, logo depois jogo o guarda para longe.

—me pergunto porque não soaram o alarme ainda— falo estranhando enquanto o observo a matar todos, no fundo estou tentando não sentir nojo, mais fica difícil com sangue e órgãos no chão.

Amon —talvez porque não queiram alertar os verdadeiros guardas que não iriam trair a rainha. Tem alguém lá dentro que você tenha certeza que não trairia você?— a pergunta dele é boa, eu sinceramente não sei, não conheço ninguém de verdade além do Dante.

—a única pessoa que confio não deve ter chegado ainda—  falo enquanto vejo ele terminar de matar o último traidor.

Amon —vamos entrar logo, me sinto imundo sujo de sangue— diz largando a espada no chão.

Caminhamos pelo castelo, tem guardas nos corredores, mas eles não fazem nada além de ficar nos olhando com uma expressão de medo e surpresa.

Escuto passos que consigo reconhecer, vejo o meu ruivinho fofo aparecer no corredor, meu guarda favorito, noto que ele fica tranquilo em me ver, mas ao olhar para Amon se prepara para lutar, provavelmente pensa que é um inimigo, um invasor.

—esta tudo bem, ruivinho, ele é um aliado por enquanto.— quando falo o apelido noto que ficou meio sem jeito, inclusive Amon olhou para mim com uma sombrancelha levantada, provavelmente vai querer saber o motivo de ter chamado ele assim

Alex —mas ele é o Amon...— só o interrompo indo na direção dele, fico bem próxima de seu ouvido.

—não acho que queira brigar com ele, não viu como ele matou os guardas no lado de fora com uma facilidade anormal— digo em seu ouvido em um sussuro.

Alex —se você diz vossa alteza.— diz me olhando diretamente nos olhos.

Tomo um susto quando sou puxada pela cintura pelo Amon.

Amon —não diga algo que não posso ouvir para outra pessoa— eu não sei se isso é possessividade ou ele não gosta de ficar por fora das coisas.

—certo, certo, me solta.

Quando digo isso ele só obedece de má vontade. Só sigo em direção a sala do trono, provavelmente vou encontrar os outros lá.


Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora