Capítulo 3

8.6K 974 270
                                    

Eliza

Estou voando  pelo céu azul enquanto sigo Dante para o lugar onde terei que sobreviver, eu não consigo parar de sentir medo, mas vou enfrentar isso é se tornar rainha.

Dante —esta com medo não é, pestinha?— diz normal enquanto voa com suas asas negras enormes.

—por que me chama de pestinha? Eu nunca fui uma garota atentada ou encapetada— pergunto com curiosidade, ele me chama assim desde que eu era uma bebezinha pelo que Arina diz.

Dante —é exatamente por parecer um anjo que te chamo assim, pestinha. Não vai entender, é algo que só eu consigo ver.
(...)

Depois de voar por horas finalmente chegamos a uma trilha cercada por duas montanhas, tem monstros grandes e asquerosos mortos aqui, sinto um arrepio só de sentir a energia desse lugar, tudo aqui condiz com morte certa.

Dante —se voar para fora desse lugar terei que matar você, terá que seguir em frente e ir até o final, esses monstros no chão foram mortos por outra criatura pior, terá que matar essas coisas para conseguir sair. Antes de eu ir preciso dizer, sua mãe biologia nunca desistiu de procurar uma forma de entrar e sair daqui para buscar você, veio várias vezes atrás de mim na terra para saber como estava, saiba que foi amada mesmo não estando perto dos seus pais.— fico instantâneamente abalada ao ouvir isso, se está dizendo isso agora tem certeza que vou morrer.

—eu vou só sobreviver, Dante.— falo ficando séria, preciso ser determinada e usar o que aprendi com Henri uma vez na vida.

Dante —boa sorte, pestinha.— diz abrindo as suas asas e saindo do caminho estreito entre as duas montanhas.

Pego minha katana vermelha e respiro fundo pegando coragem, pois dizem que minha mãe era uma guerreira que não temia nada ao contrário de mim, Dante disse uma vez que não acredita que sou filha dela, pois observou minha mãe por um tempo, tudo que ela faz é lutar e matar monstros, além de dar ordens ao demônio mais forte do inferno que é meu pai. Quando ele me falou isso só me senti mais inútil, eles colocavam muito espectativa em mim achando que eu seria igual aos meus progenitores.

Infelizmente não sou tudo isso, talvez eles realmente tenham colocado outra criança no meu lugar, talvez eu só seja uma órfã qualquer sem pais fortes e importantes.

Só bato na minha cara com força para parar de pensar e seguir logo com isso, demorar só vai piorar as coisas.

Caminho cada vez mais para dentro do lugar que está a escurecer, eu consigo ver no escuro, acho que demônios não conseguem fazer isso, sou metade alguma outra coisa eu acho.

Se tudo ter certo conseguirei sair daqui sem bater de frente com nenhum monstro enorme e feroz....

Acabo tropeçando em alguma coisa grande, só caio no chão assustada por ter feito barulho, quando vou olhar para frente vejo olhos laranjas enormes, é uma cobra gigante, eu tropecei na calda dela.

Antes mesmo que eu consiga levantar ela tenta me morder, mas consigo girar para o lado antes, foi por pouco...

Começo a correr para frente, mas só sinto o impacto da calda dela batendo nas minhas costas com força, bato em uma rocha e depois caio de cara no chão.

—as coisas não podiam piorar.— falo me forçando a levantar se não serei morta.

Deixar o medo de lado e lutar, sei que preciso fazer isso, tenho que fazer isso.

Quando fico em pé só olho aquela serpente que está se preparando para me morder, fico parada esperando ela vir e quando vem é em uma velocidade anormal, desvio para o lado e pego minha Katana no chão, Henri me falou para usar a abertura de ataque ao meu favor e estou tentando fazer isso.

Respiro fundo e abro minhas asas, fico em uma posição boa para pular, fico esperando ela vir mesmo com meu corpo tremendo de medo, não posso travar aqui, se eu fizer isso morro.

A cobra novamente vem na minha direção, pulo o mais forte que posso e bato as asas, consigo por pouco chegar em cima da cabeça dela, sem pensar duas vezes enfio a katana a matando, caio em cima dela exausta.

—sobrevivi... Eu realmente tô viva.— falo tentando me levantar novamente enquanto me apoio na Katana.
(...)

Tinha alguns monstros pequenos o que foi razoável de matar, nada é fácil para mim já que não consigo despertar meus malditos poderes.

Consigo ver a luz da saída desse lugar, só me apresso o mais rápido que eu posso em direção a luz, mas do nada ela desaparece, parece que algo entrou na frente, quando vou mais para frente a alegria que eu estava desaparece na hora.

Tem um dragão negro gigantesco em frente a passagem, só consigo sentir medo, não tem como matar essa coisa, até mesmo os guardiões evitam dragões, irei morrer e isso é certo.

Preparo meu posicionamento, mas aquela coisa só vem na minha direção abrindo a boca, tento desviar do fogo saindo, mas acabo  sendo pega pelas duas garras que foram direto para região do meu ombro o perfurando.

Grito de dor, só consigo sentir raiva dessa coisa agora.

—Sai daqui!— grito cheia de ódio, sinto uma energia fluir de mim, vejo ele sendo um pouco empurrado para trás, mas não faz nada contra o dragão que parece ter ficado ainda mais bravo.

Vejo a lagartixa gigante com asas vir na minha direção com a boca aberta pronta para me devorar, fecho meus olhos desistindo por causa da perda do sangue que fez meu corpo parar de se mover, acho que estou entrando em soque.

Quando a boca do dragão está bem perto de mim só vejo alguma coisa cair na cabeça dele fazendo o bater de cara no chão desmaiado, quando olho para cima vejo que é Dante que caiu, queria saber como ele conseguiu derrubar o dragão com o peso do corpo.

—não ia me deixar morrer?— pergunto já quase perdendo a consciência.

Dante —na verdade ia sim, mas dragões não estão no nível padrão desse lugar, além disso, prometi para a desgraçada da sua mãe que cuidaria de você, então não serei injusto— diz vindo na minha direção, ele me pega no colo e me aproxima mais do seu peito.

—obrigado, Dan....— falo antes  de perder a consciência.

Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora