Eliza
Eu usei a pulseira que Amon me deu para abrir um portal para o inferno, quero ver meus pais e pedir concelhos a eles, mas parei em um lugar desértico, tudo que consigo ver são monstros enormes e nojentos e dragões assustadores a voar pelo céu.
Pego minha katana nas costas, pois é leve e fácil de usar, vou andar por aí até encontrar alguém para informar onde fica a casa do ceifador, pois todos chamam meu pai assim.
(...)Deus.... Eu fiquei imunda com o sangue preto daquelas coisas, estou fedendo a enxofre e carne podre, o pior é não poder voar para não ser pega de surpresa por um desses dragões carnívoros.
*****—esta perdida senhorita?— escuto a voz de alguém atrás de mim, olho para trás e vejo um homem de cabelo preto com uma mecha branca bem na franja.
Me afasto um pouco, pois pode ser um demônio, não tem chifres nem asas, mas pode ser um incubu(uma espécie de demônio sexual pelo que me lembre)
—estou a procura da casa do ceifeiro, matador de monstros, demônio sem coração, o primeiro demôni.....
***** —já entendi de quem está falando, não precisa continuar, o Dagon não é?— só confirmo com a cabeça enquanto continuo um pouco afastada dele.
—sim, vim para cá, mas parei no meio do nada e não sei onde estou— estou literalmente completamente perdida.
*****—está no segundo nível infernal, nas terras da minha família, sou Kayron, qual seu nome princesa?— diz com um sorriso simpático, mas sedutor.
—Eliza, pode me mostrar como ir para lá?— pergunto, pois sei que tem portais que levam para os níveis infernais mais fundos, mas não sei onde se localizam.
Kayron —claro princesa, faço qualquer coisa para ajudar uma linda dama— fico meio sem palavras, mas o acompanho em silêncio por um tempo.
—desculpe puxar assunto, mas você é um demônio ou....
Kayron —mestiço, sou várias coisas— por isso que parece tão normal.
—entendi.
Continuamos a andar até chegarmos em um portal gigante, ele tem uma fumaça toda preta saindo dele e tem um listras vermelhas rodando dentro, é um pouco estranho.
—meio assustador não é mesmo?— pergunto meio insegura em entrar nisso.
Kayron —aqui é o inferno então todas as coisas são estranhas ou assustadoras, vai se acostumar, vem, quando entrarmos sairemos no jardim do castelo do primeiro demônio— só concordo com a cabeça, vejo ele entrar e logo depois faço o mesmo.
Quando volto a abrir os olhos vejo que estou realmente em frente ao castelo do meu pai.
Kayron —boa sorte no que quer que tenha vindo fazer aqui, tchau senhorita Eliza— diz e logo entra no portal e some.
Só respiro fundo, pois nem tive tempo de agradecer ele.
Entro no castelo e caminho nos corredores em busca da minha família, mas não encontro ninguém, me pergunto onde podem estar, claro que tem mais três andares para procurar, mas já estou ficando com preguiça.
Ariane —você voltou, seus pais vão ficar tão felizes, vem, vamos ver eles— diz pegando minha mão e me guiando para o último andar onde minha mãe está voando e lutando contra meu pai, estão treinando pelo que parece, são perfeitos juntos, tem uma sincronia inacreditável.
Vejo que nem preciso falar, pois simplesmente param de voar e descem, parecem ter sentido minha energia.
Quando possam no terraço a primeira coisa que minha mãe faz é me abraçar com força, só retribuo da mesma forma, meu pai está com um sorriso enquanto nós olha, parece feliz.
Mia —é bom ver que está bem, parece mais matura e seus chifres de deixam mais linda— só fico meio sem jeito com a frase dela enquanto a vejo se afastar.
(...)Estou jantando com meus pais, mas não chegamos a conversar muito, imagino que irão puxar assunto agora.
Mia —como tem andado seu casamento, Amon está tratando você bem?— pergunta normalmente e logo bebe uma taça de sangue.
—sim, melhor do que imaginei que me trataria para dizer a verdade, mãe— falo e ela fica meio confusa com a minha frase.
Dagon —por acaso queria que ele tratasse você mal? Se por acaso ficou pensativa sobre isso só posso imaginar que é igual sua mãe— o que ele quis dizer com isso?
—como assim mãe?— pergunto e ela fica em silêncio por um tempo.
Mia —seu pai ainda não me perdoou por não ter gostado dele romântico e protetor, por preferir ele como era, o demônio sem coração que conheci— pera um pouco aí, minha mãe não gosta do meu pai romântico?!
Dagon —deve ser de família gostar de ser tratada mal, eu pedi uma alma para amar sua mãe e ainda assim ela me desprezou— diz de forma séria e eles se encaram por um tempo.
Mia —não foi bem assim também, eu estava traumatizada por ter sido sequestrada. Vamos mudar de assunto, por que veio para cá sozinha filha, deveria trazer seu marido, pois agora faz parte da família, ele deve se sentir acolhido— talvez não seja melhor dizer que brigamos.
—não sabe mesmo o porquê de eu estar aqui sento que pode ver o meu futuro e o passado?— pergunto e ela me encara de forma séria.
Mia —nem sempre o que vejo está certo, minha filha— diz e logo volta a comer.
—mas estava certa quando disse que não teria filhos com Amon, pois não posso ter filhos com uma pessoa estéril não é?— falo em um tom sério e os dois param de comer.
Mia —se eu deixei de te contar alguma coisa ou omito algo é apenas para manter você viva, pois eu amo você, nunca vou guiar você para a morte— quer dizer que ela sabia disso?
Dagon —sua mãe não quer ser como sua vó, mas sua vida é mais importante que a maioria das coisas para nós, eu não gosto do Amon, exclusivamente por no fundo ser um monstro que não se importa com nada além da própria ganância, mas ele se importa com você, não sei o porquê disso, mas ele te ama, pois se não amasse com certeza teria revidado as porradas que dei nele— só acabo rindo da última parte.
Mia —eu não digo mais o futuro de ninguém, prometi isso a mim mesma e vou cumprir, mas caso seja para reverter sua possivel morte irei de aconselhar a fazer algo para continuar viva— então os concelhos que ela me deu foram para me manter viva...
—está faltando alguém na mesa, cadê minha irmã?— pergunto, pois queria muito ver ela, pedir concelhos ou apenas conversar sobre o que está acontecendo em nossas vidas.
Mia —esta dopada de remédios para dor— fico meio preocupada ao ouvir isso.
—ela está doente?— pergunto preocupada.
Dagon —não, o destinado dela que se machuca demais o que faz ela agonizar de dor, aquele babaca idiota—o olhar do meu pai só mostra ódio.
Só volto a jantar em silêncio, pois é melhor continuar assim para não perder o apetite.
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Rainha do Purgatório
RomanceElisa é uma demônia nascida no inferno, foi tirada de sua família quando tinha acabado de nascer para se tornar rainha de um dos lugares mais perigosos que já existiram. Ela vai ter que aprender muito até ser aceita como rainha, vai trilhar um long...