Rainha do Purgatório

Capitulo 45

Eliza

Estamos voando em silêncio para alguns lugar da terra que nos levará para o inferno, é tipo um portal pelo que Amon descreveu.

—eu posso de perguntar o que ganhará me levando para lá?— eu não entendo essa ajuda repentina dele, alguma coisa ele quer, disso tenho certeza.

Vejo que ele começa a voar mais devagar para ficar ao meu lado.

Amon —eu preciso de algo no inferno— o que é exatamente esse algo? Estou curiosa para saber.

—não pode mesmo me dizer? É um segredo?— falo enquanto olho o moreno a voar e planar pelo céu,  costuma evitar ao máximo para as asas demais.

Amon —se eu não dizer já sei que não vai parar de insistir. Eu preciso de almas para me fortalecer,  seu sangue é algo temporário.— me pergunto qual é o gosto de uma alma, ou se elas tem algum gosto.

—qual o sabor delas?— pergunto curiosa, sou meio demônio e nunca provei uma, acho isso um pouco estranho para dizer a verdade.

Amon —elas não tem um sabor específico,  não é doce nem salgado, não consigo explicar, só você provando para saber.— me deixou curiosa, pois sei que comer algumas é algo ruim, pelo menos acho que é.

—você sabe onde meus mais moram? Por que quando chegarmos no inferno...

Amon —vamos passar no castelo do rei do inferno,  pelo que parece o filho dele está no comando, mas Lúcifer ainda deve viver lá imagino. Irei perguntar quando negociar com ele sobre as almas.— diz me interrompendo.

—pensei que fosse me levar direto para minha casa,  mas parece que me enganou.— digo seria.

Amon —eu nunca disse que levaria  você direto,  pare de ser chata, esperou 18 anos da sua vida, pode esperar algumas horas.— diz com um tom mais ignorante.

Só continuamos a voar em silêncio até chegarmos em um vulcão que parece estar em erupção. Vejo o moreno a parar bem em cima.

Amon —o portal é aqui dentro, precisamos passar, como eu sei que não confia em mim irei primeiro.— ainda bem que ele sabe.

Só o vejo a pular dentro do vulcão e sumir lá  dentro, só  respiro fundo e caio lá com meus olhos fechados, por medo de ser queimada.

Só sinto-me cair em algo macio, quando abro os olhos vejo que estou em cima de um monte de algodão rosa e vermelho, estou em frente de um lugar surreal todo colorido.

—maravilhoso.— falo sem perceber ao ver as árvores vermelhas,  a água rosa cristalina,  a grama violeta e os frutos coloridos.

Esse lugar parece mais um paraíso de tão lindo, tem vários cristais coloridos também.

Quando olho para trás só vejo o moreno me observando,  parece estar vendo como estou a reagir sobre esse lugar.

Amon —pela sua cara gostou daqui, mas saiba que tudo é perigoso e venenoso. Não quero ser chato, mas fique perto de mim, não coma nada, muito menos se aproxima das árvores, irei de explicar todos os perigos no caminho.

—está bem.— falo sem entender o motivo de estar tão sério.

Só acompanho ele pelo caminho que dá para um reino enorme, consigo ver daqui o castelo todo branco, parece ser realmente de um governante de um mundo.

Amon —certo, por onde eu começo..... ah assim,  as árvores, elas bebem sangue e por isso são vermelhas com o tronco preto, a água é boa para consumir, mas pode ter algum parasita por isso deve ser fervida antes, normalmente o estômago de um demônio aguenta isso, não preciso me preocupar se vai ou não morrer de parasitas.— ele não é muito delicado com informações,  acho que é pior que o Dante....  pensando  bem, não é mesmo.

—alguma outra informação senhor sabe tudo?— pergunto enquanto sigo atrás dele.

Amon —sim, tem monstros gigantes aqui, feios, nojentos e uns que até parecem pedras ou ilhas, são perigosos para quem nunca lutou com um antes, mas depois que pega o jeito fica fácil.— ele parece saber bastante,  me pergunto se vem com muita frequência para cá.

—já morou no inferno? Parece conhecer tanto.

Amon —eu até que gosto daqui, mas não posso ficar aqui muito tempo por ser um cidadão do purgatório.— então algumas regras do purgatório também se ligam a ele.
(...)

Depois de muito andar chegamos ao castelo enorme e branco, é bonito igual ao meu, mas é bem maior em questão de altura.

Amon esta se resolvendo com os guardas enquanto estou sentada em um banco esperando,  parece que vai demorar e eu estou extremamente cansada de andar.

***** —Scarlett é você?— só me viro para olhar quem falou, quando faço isso me deparo com um moreno de cabelo bagunçado, ele é bem alto,  tem quase dois metros de altura, é bem bonito e parece jovem, está usando uma roupa social branca, parece a vestimenta de um príncipe,  ele parece um na verdade.

Espera.... ele me chamou de Scarlett? Esse não é o nome da minha irmã?

—me desculpe,  mas acho que está me confundindo com outra pessoa. — falo enquanto o observo me olhar de cima a baixo.

***** —é verdade, eu sinto muito, você tem asas eu deveria ter percebido a diferença. Meu nome é Asura, sou o príncipe do inferno, eu nunca vi você por aqui, imagino que seja uma turista meio demônio, é muito bonita inclusive, me lembra muito minha destinada.— diz com um sorriso calmo, eu achei que demônios puros fossem assustadores,  mas ele não parece ser assim.

—meu nome é Eliza,  é um prazer conhecer você também,  Scarlett por acaso é filha de um homem chamado Dagon?— pergunto só para tirar a dúvida, pois lembro que o nome da minha meia irmã é esse.

Asura —sim, infelizmente ela é, queria que ele fosse um pai menos protetor inclusive, deve conhecer ele pelo boatos não é?— agora estou curiosa para saber que boatos.

—que boatos poderia me contar?— pergunto curiosa, vejo que ele só se senta no meu lado  um pouco distante de mim para me deixar confortável.

Asura —o boato que ele é um demônio sem sentimentos,  de que ele é a pessoa mais má do inferno, que é um assassino, um dos demônios mais fortes.— eu não consigo acreditar nisso, a carta que ele me escreveu me transmitiu tanto sentimento.

—e ele realmente é assim?— já  que é destinado da minha irmã deve saber.

Asura —ele não costuma confiar em qualquer um, é extremamente protetor com a esposa e a filha, só quer o melhor para elas, mas as vezes passa do limite impondo com quem ela deve se aproximar ou não.— acho que ele tem problemas com o sogro, pelo que deu a entender meu pai não gosta muito dele e obriga a minha irmã a ficar longe, pelo menos foi isso que entendi.

Amon —vem Eli, já podemos entrar.— diz alto do portão.

Só me levando rapidamente pois não quero me perder dele, sempre ainda rápido e nem olha para trás  para saber se estou bem.

—até algum outro dia príncipe Asura, espero encontrar você novamente. — falo me afastando para não me perder do Amon.