Capítulo 91

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Eliza

Estou jantando com Naomi, Maori e Arina, pois faz um tempo que não converso com elas, tenho estado tão ocupada com tudo que nem cheguei a conversar com elas a meses.

Deixei Amon e os guardiões na outra sala de jantar, Dante precisa se adaptar a presença do meu marido, aceitar que as coisas mudaram. Sei que ele que mandou nesse lugar no tempo que eu não governava, mas o purgatório me escolheu e eu escolhi o Amon, pode não ter sido a melhor escolha, mas não tem mais como me arrepender ou mudar de idéia.

Eu gosto do Amon, sempre pensa em mim, gosta de mim de verdade pelo que parece, claro que é bem ciumento e isso irrita um pouco, mas também sou, pois antes de me casar deixei bem claro que não queria ver nenhuma empregada ou serva olhando para ele por mais de cinco segundos.

Eu já tenho chifres, não quero que me apelidem de chifruda com razão.

Arina —esta pensativa pequena, o que foi, seu casamento tem andado mal? Amon tem feito algo contigo, ele bate em você?— ela está me olhando com preocupação, parece estar cheia de dúvidas.

—não, ele nunca bateu em mim, por que pergunta isso?— pergunto, pois isso é estranho de se ouvir.

Vejo que minhas servas se olham por um tempo, tenho certeza que estão ouvindo alguma fofoca por aí ou boatos do passado dele.

Arina —não quero assustar você, mas sabe que ele matou todas as mulheres que já se relacionou na vida, quer dizer, algumas morreram pelas mãos da mãe dele, mas isso não tira o fato que todas tiveram um fim trágico— disso eu já sabia, é um pouco assustador, mas as histórias não falam sobre o que ele sentia por elas, na maioria era obrigado.

—sei, mas estamos bem, ele se preocupa comigo, cuida de mim e sempre tenta me agradar— digo pegando um pedaço de carne com o garfo.

Arina —sabe, só tenho medo que ele queira comer seu coração, dizem que é o prato favorito dele, gosta de arrancar do peito e sentir ele ainda batendo em suas mãos— não é um bom assunto para se conversar em um jantar.

—ele não tem motivos para fazer isso comigo, se eu o trair talvez tenha, mas não sou baixa e odeio pessoas que traem, nunca seria uma dessas mulheres— digo, pois só de pensar em traição revira meu estômago.

Arina —me pergunto sobre o que eles estão conversando no outro lado, será que estão a discutir?— parece curiosa.

Naomi —eu acho que eles tem muito amor a vida para arriscar discutir com a Amon sem a Eliza lá, ainda mais o Dante— ela tem um bom ponto.

Arina —tem razão, o Amon é quase invencível com a jóia, mas acho estranho, ele parece ter abaixado a cabeça, está bem calminho desde o casamento, imaginei que ele seria autoritário, que pegaria o controle desse lugar para ele— fico olhando para sua cara por um tempo.

Maori —eu sinceramente achei que depois do casamento ele iria acabar matando você, desculpe pela sinceridade— diz me olhando, abaixou a cabeça logo depois de falar.

—no fundo eu também pensei, mas também sentia que ele nunca me machucaria, que gosta mais de mim do que costuma aparentar, olha que ele parece até mentir quando diz que me ama, que sou a mulher da vida dele, mas agora vejo que é verdade o que me assusta um pouco, pois diz isso desde o início, quando me conheceu— parece até que me conhecia a muito tempo.

Naomi —talvez tenha sido amor a primeira vista— diz com um sorriso.

Arina —ou talvez ele só queira uma esposa, pois está velho e querendo filhos— diz voltando a comer.

Maori —tem se preservado não é, mestra?— só fico em silêncio por um tempo, pois não tenho feito isso.

—minha mãe disse que meu futuro não me reserva crianças agora— digo e Arina respirando fundo enquanto me olha.

Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora