Rainha do Purgatório

Capítulo 74

Eliza

Eu cometi um grande erro, preciso encontrar o Amon, preciso que ele esteja vivo.
(...)

Termino meus trabalhos e me levanto da poltrona no escritório, odeio ficar resolvendo problemas de economia, não fui feita para ficar administrando esses assuntos. Sinto falta do Adam, ele era divertido e completamente descontraído, queria tirar várias dúvidas sobre o que fazer e o que cortar nesses momentos.

—Alex, pode fazer os trabalhos por enquanto?— pergunto, pois sei que está atrás da porta, sempre de guarda garantindo meu bem estar.

Logo a porta é aberta e o ruivinho entra, sempre está calmo ou com um sorriso no rosto, me lembra sempre o Cristian, falando nele o mudei para uma cela diferente, no caso é mais uma casa de lazer que uma prisão, tirando o fato que não pode sair até eu arrumar uma forma de quebrar a regra que guardiões não podem ter filhos.

É estranho guardar o segredo assim, ninguém mais sabe, nem mesmo ele ou os outros guardiões.

Alex —posso saber onde vai minha rainha?  Caso demore— ele é sempre bem precavido em relação se estarei segura ou não.

—procurar a cabana do Amon, quero saber se está vivo ou morto, preciso tirar essa dúvida— se passou tanto tempo que eu já deveria esperar a resposta disso, quero dizer, ele já estava morrendo naquela época.

Alex —entendo, mas deveria se preparar para o que pode acabar vendo— diz olhando em meus olhos, entendo o que está querendo dizer.

—estou preparada sim, preciso saber— falo e ele só parece concordar enquanto senta em minha cadeira e pega alguns documentos para agilizar.

Alex —tome cuidado e não se machuque, ainda precisa de alguém que se preocupe por você— só respondo ele com um sorriso antes de sair.

Vou até o terraço e abro minhas asas, corro em direção a sacada e pulo começando a voar.

Só continuo meu caminho até onde lembro ser a casa dele, acabo batendo em uma barreira que me faz cair direto no chão por perder a direção, só abro meus olhos depois de cair no chão, pelo menos estava voando baixo na hora do impacto, acho que entrei na área dele, pois se a barreira ainda está funcionando ele precisa estar vivo.

Me levanto e percebo que fiquei toda suja de lama, dos pés a cabeça, pelo menos não é outra coisa, poderia ter caído em fezes ou coisas desse tipo já que tem muitos dragões que voam por esses lados.

Vejo a cabana dele um pouco longe e vou caminhando até lá enquanto penso em outras coisas, em como o conheci aqui do nada.  Noto uma árvore ao longe com o machado dele preso, vou até lá e sendo em um banquinho e ele parece ter feito, tem  marcações na árvore, está escrito Eliza com a minha letra que é super fofinha e Amon em maiúsculo....

Que estranho não lembro de ter feito isso, talvez eu esteja com alzheimer.

Tem um ursinho no banco, um coelho branco, sempre amei coelhos....

Que coisa estranha, preciso parar de olhar em volta, pois tudo parece mais estranho e assustador.

Caminho até a porta de entrada da cabana e tento abrir a porta, mas está fechada, era só o que faltava, como vou entrar sem destruir a porta?!

Caminho em volta procurando uma janela aberta, encontro a que dá para a biblioteca semi aberta, abro mais e tento passar, mas acabo caindo para dentro causando um barulho enorme. Com certeza se estiver vivo ouviu esse som.

Fico olhando esse cômodo que nunca entrei antes, tem algumas fotos antigas e quadros já se desfazendo, mas dá para ver alguns rostos.

Uma mulher com a pele cor de chocolate e cabelos extremamente pretos ondulados, ela tem um olhar forte e asas pretas enormes. Acho que é a mãe dele, isso explica porque  a pele do Amon é bronzeada e seus cabelos pretos, sendo que seu pai é loiro de olhos azuis. Puxou a mãe dele, tirando uma de suas asas que é branca.