Rainha do Purgatório

Capítulo 129

Eliza

Subo ao terraço, pois preciso urgentemente tomar um ar e pensar um pouco.

Vou até a beirada e fico olhando e vista enquanto sinto a briza batendo em minha pele.

*** —parece estressada, aconteceu algo?— só suspiro enquanto me viro para olha-la, pois ouvir minha própria voz só me faz lembrar que é Eva.

—sim aconteceu, sabe o Amon, meu ex marido? Estranhamente ele decidiu ir embora daqui com uma mulher idêntica a mim— falo com um pouco de ironia.

Eva —e isso incomoda você? Pensei que tivesse decidido viver— diz vindo para perto de mim, está no meu lado apoiada no beiral.

—sim eu decidi, mas isso não significa que eu não planejava voltar para o Amon no futuro— digo e ela respira fundo.

Eva —eu não pedi para ele vir comigo, tentei convencer ele de todas as formas a não inventar de me seguir, mas ele não ouve, disse que não me deixaria sozinha e que não iria mudar de ideia sobre isso— as vezes Amon é realmente irredutível quando decide algo, mas parece que ele nem pensou muito nisso, parece que não tem nada a perder.

—se ele ir com você, vai conseguir ama-lo? Pois depois de tudo que contou sobre o que passou me faz duvidar um pouco disso— digo me virando para ela, pois mesmo ele decidindo deixar essa dimensão ainda quero o melhor para ele.

Eva —por que essa preocupação repentina, acha que vou matar ele?— na verdade acho que pode acontecer isso sim.

—você matou o seu Amon, o que garante que não fará o mesmo com o meu?

Eva —o Amon da minha dimensão matou todos que eu amei, mas o daqui não me fez nada, parece se preocupar mais comigo do que qualquer outra pessoa, não tenho motivos para machuca-lo— ela parece estar dizendo a verdade sobre isso.

—mas você o ama? Pelo menos acha que vai conseguir retribuir o que ele sente por você?— vejo que quando digo isso ela olha para baixo por um tempo.

Eva —eu sinceramente não sei, mas sinto um carinho maior por ele do que já senti pelo da minha dimensão— pelo menos é melhor que nada

—infelizmente não posso fazer nada para tentar mudar a opinião dele sobre isso já que prefere você— digo, pois tudo que posso fazer é aceitar.

Eva —eu vou tentar cuidar dele, mas talvez escolha apenas ir embora sem avisar, assim ele ficará aqui contigo se assim quiser— no fundo eu não quero que ele vá, mas não posso e não vou tirar a escolha dele.

—está tudo bem, se ele quer ir com você irá, não vou impedir isso,  só não o machuque muito, ele parece amar muito você, mais intensamente do que me amou— eu tenho que aceitar que para ele sou apenas um reflexo dela, nada mais nem nada menos que isso.

Eva —se você tem certeza disso..

—tenho sim— digo a interrompendo.

Eva —tudo bem então— quando escuto ela dizer isso tento voltar a minha postura formal, me viro para ir embora, mas acabo me deparando com Dante nos olhando.

Consigo ver a expressão de raiva no olhar dele o que me deixa sem entender.

Dante —o que você disse para fazer a minha Eliza ficar com essa expressão triste e abalada?!— fico meio impressionada por estar preocupado comigo, mas ao mesmo tempo sem acreditar por estar falando assim com ela.

Eva —nada demais, deveria cuidar melhor da segurança dela se está tão preocupado, você jurou sua vida a servi-la, nunca se esqueça disso— quando ela termina de falar simplesmente desaparece deixando nos dois sozinhos.

Dante —pestinha, você está bem? Parece tão amuada—diz estendendo a mão para tocar em meu rosto, mas dou um passo para trás.

—eu tô bem, não foi nada, tenho coisas para fazer— digo virando meu olhar e passando por ele.

Tenho que resolver com Amon o que vai acontecer a partir de agora, pois parece que terei que adiar minha ida para casa dos meus pais.