Capítulo 88

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Eliza

Acordo sentindo alguém acariciando meu braço, quando abro meus olhos estou deitada em cima do peitoral do Amon, estou sentindo algo duro em minha barriga, acho que o boato que homens acordam assim é verdade.

Estou meio sem jeito para falar algo sobre isso, mas gosto de estar assim pertinho dele, parece estar acordado olhando para o teto, me pergunto no que tanto pensa.

—querido?— por que dizer isso ainda é estranho? Vou me acostumar, sei disso, mas queria que acontecesse logo.

Amon —vou tomar um banho, quer ir comigo?— pergunta virando seu olhar  para mim, parece um pouco cansado e sério, queria saber o que está passando pela cabeça dele.

—não, pode ir— vejo que ele abre um sorri e beija minha testa de forma carinhosa antes de sair da cama.
(...)

Estou esperando Amon sair do banheiro para irmos para sala do trono, mas ele demora mais que eu quando está a lavar o cabelo, eu que sou mulher não demoro tanto, fica a aproveitar a água quente, algo que não tinha na cabana dele.

Tomo um susto quando um vaso de flores cai do criado mudo do nada, tento ver se tem alguma sombra ali ou qualquer vento, mas não tem nada que pode ter ocasionado a queta.

Uso meu poder para reconstruir ele e depois entro no banheiro curiosa, mas só encontro Amon secando o cabelo de toalha.

—foi você que derrubou o vaso no quarto?— pergunto e ele me olha sem entender a pergunta, obviamente não foi ele.

Amon —não, pode ter sido o vento, deixou a janela aberta?— só faço um não com a cabeça e ele suspira.

—as empregadas podem ter deixado na beirada. Você parecia meio preocupado quando acordei, quer me dizer algo?— pergunto e ele olha diretamente para mim por um tempo.

Amon —queria conversar sobre os guardiões, quer mesmo liberdar eles? Sabe que quando isso acontecer vão poder deixar você, deixar te proteger esse lugar e seguir suas vidas, não vai ter mais eles ao seu lado— eu não tinha parado para pensar nisso, mas eles tem direito de ser livres, algo que não pude.

—você odiava estar amaldiçoado não é? O que acha que eles sentem por não poderem fazer nada além de proteger esse lugar, me proteger?— sei que se eles forem embora todo o trabalho cairá para cima de mim, mas chega de escravidão nesse lugar, quero que as pessoas tenham escolha sobre as próprias vidas, sobre seu futuro.

Amon —vai libertar o Cristian, o Henri, o Alex, a Arina e o Dante?— só confirmo com a cabeça.

—consegue libertar minhas servas também?— pergunto, pois Maori e Naomi tem uma marca que as destaca como escravas.

Amon —posso libertar quem você quiser, mas vai ter que me dar seu sangue para escrever no livro de regras, vou apagar as antigas e escrever novas— para aí, existe um livro do destino.

—por que não me falou desse livro do regras?— pergunto, pois se eu soubesse que isso existe poderia ter liberdade ele sem precisar casar.

Amon —minhas maldições eram diferentes da dos guardiões, não estava no livro, além disso, você precisa saber invocar o livro, somente a pessoa que controla esse lugar consegue, aprendi observando meu pai— vejo que ele estala os dedos e um livro aparece  em nossa frente flutuando.

—que coisa estranha...

Amon —não se preocupe, agora vou poder ensinar a você tudo que aprendi vendo meu pai governando— diz com um sorriso colocando a mão em volta da minha cintura, vejo quando se enclina e beija meu pescoço, dou um pequeno grito quando chupa minha pele me causando um misto de dor misturado com algum outro sentimento estranho.

—por que você fez isso?— falo um pouco assustada, pois vai ficar vermelho.

Amon —desculpa, pode parecer possessivo, mas quero deixar marcado que você é minha para qualquer um que olhar para ti, confio em você, mas......— só pulo em seu colo e mordo seu pescoço, bebo um pouco do seu sangue, mas fiz isso mais para marcar.

Solto ele e limpo minha boca que está um pouco suja de sangue.

—agora também está marcado, você é meu— falo e ele abre um sorriso e me beija de forma intensa.

Amon —queria tanto te foder apoiada na parede, mas temos coisas para fazer— diz pegando o livro que está a flutuar no ar.

—quero tirar as maldições e regras que predem o Cristian como guardião primeiro, depois quero fazer isso com Alex, quero que os dois possam voltar a ter a relação familiar que tinham— falo enquanto toco em meu pescoço, a marca do chupão dele deixou meio dolorido, mas eu até que gosto.

Amon —se estiver brava pelo chupão, pode sumir com ele se quiser—  diz parecendo meio preocupado.

—tudo bem, eu entendo se não se sente seguro o suficiente para não me marcar em lugar nenhum, tem homens que tem a masculinidade frágil mesmo— digo e ele trava ao ouvir o que falei.

Amon —você é um pouco má, sabia?— diz meio sem reação.

—sua falta de confiança em mim me deixa decepcionada— eu sinceramente não me importo, mas vou me fingir de brava por enquanto.

Amon —não farei mais isso— diz abaixando a cabeça e eu começo a rir baixo.

—vamos logo, temos trabalho a fazer— digo com um sorriso e ele fica sem entender a mudança de personalidade repentina.

Vamos ter muito com o que se acostumar, mas brincar um pouco não mata ninguém.

Rainha do PurgatórioOnde histórias criam vida. Descubra agora